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Creed II faz a franquia Rocky evoluir com conflitos também fora dos ringues

Ator Michael B. Jordan revive o personagem Adonis Creed ao lado do mentor Sylvester Stallone

Fernanda Talarico Publicado em 24/01/2019, às 13h25

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Sylvester Stallone, Michael B. Jordan e Tessa Thompson em cena de Creed II (Foto: Warner/Divulgação)
Sylvester Stallone, Michael B. Jordan e Tessa Thompson em cena de Creed II (Foto: Warner/Divulgação)

Rocky – Um Lutador(1976), um clássico do cinema (e uma franquia de sucesso com mais quatro filmes), ganhou um filme derivado em 2015, o Creed – Nascido Para Lutar, recebido com enorme prestígio de crítica e público.

Quatro anos depois, nesta quinta-feira, 23, Creed II chega às telas brasileiras e traz, consigo, a prova de que Sylvester Stallone acertou ao tirar o protagonismo do lutador Rocky. No ringe, debaixo dos holofotes, estáAdonis Creed (Michael B. Jordan), filho do “antagonista” Apollo Creed (vivido por Carl Weathers), o ex-campeão de pesos-pesados dos primeiros filmes de Rocky.

O novo capítulo da vida de “Donny” Creed, dirigido por Steven Caple Jr., assume ainda mais a carapuça de spin-off de Rocky ao adicionar, na sua trama, elementos dos filmes protagonizados por Balboa.

Ao revitalizar a franquia com o filho de um coadjuvante, Stallone resignifica o seu Rocky. De lutador viril e persistente, ele passa à função de mentor. A nova série, com Creed no destaque, dá espaço para que as relações humanas sejam centrais e se distancia da dicotomia do bem contra o mal. O ringue ainda importa, mas não só. 

Assista abaixo a nossa entrevista com o elenco de Creed II


Ao se tornar o novo campeão dos peso-pesados, Adonis prova ser mais do que apenas o filho ilegítimo do lendário boxeador Apolo. Criou uma história (vitoriosa) para si, mas e puxado de volta para o passado quando é desafiado por Viktor Drago (Florian Munteanu). 

Trata-se do filho russo Ivan Drago (Dolph Lundgren), um lutador que tirou a vida de Apollo Creed em uma luta em Rocky IV, de 1985, quando o mundo vivia o auge da Guerra Fria.

Trazer de volta o mais ameaçador adversário de Rocky fortalece o elo entre as duas franquias. Costura-as para mais próximo uma da outra. É seguro dizer que Creed II existe pela presença de Drago. Sem ele não haveria motivo para a produção.

Leia também: Playlist de Creed 2: Michael B. Jordan e Florian Munteanu contam suas músicas favoritas de treino

A partir do desafio feito pelo Drago filho, a narrativa segue por um rumo seguro, sem surpresas que tirem o longa da fórmula do gênero. O gongo soa e os lutadores se comprimentam antes mesmo da chegada da primeira metade do filme. 

A jornada de Adonis em Creed II nasce da tentativa de se encontrar e descobrir suas origens. Ao mesmo tempo, ele quer – mesmo sem dizer – vingar o pai e manter o que chama de 'honra".

A atuação precisa e convincente de Michael B. Jordan ao viver um jovem lutador diante das responsabilidades da vida torna o filme mais acessível.

O ator convenceu não apenas os fãs, mas também Stallone que, ao final das gravações, passou o manto a B. Jordan. Nas palavras do mestre, registradas em um emocionante vídeo, é o pupilo o repsonsável por manter a franquia.

A narrativa não consegue se distanciar suficientemente dos clichês ao tratar das relações fraternais e da necessidade de aprovação do pai e/ou mentor, mas o fazê-lo, expõe sentimentos profundos das duplas formadas por Rocky/Adonis e Ivan/Viktor. Paternidade, responsabilidade, legado, compreensão, dor, vingança, tudo isso faz com que os tais clichês sejam bem-vindos.  

Do ponto de vista técnico, o longa não deixa a desejar e traz lutas muito bem coreografadas. A direção de atores também trouxe mais complexidade para o relacionamento entre Creed e  Bianca (intepretada por Tessa Thompson), que agora têm uma filha.

A sequência não é superior ao primeiro filme, que contava com o fator novidade, mas ganha em envolvimento emocional e usa muito bem a nostalgia a seu favor. Creed II é uma evolução do antecessor e ao não tentar superá-lo, acrescenta a dose certa de camadas de conflitos internos.

Bom para o público, que tem material para mergulhar em outros sentimentos que não sejam a aflição e torcida causados pelas lutas dentro do ringue. A batalha, no final das contas, está fora dele.