Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Com formação clássica, Helloween cumpre promessa de show histórico em SP, apesar de falhas técnicas

Problemas com o som interromperam a apresentação por quase trinta minutos, mas plateia saiu satisfeita com a performance do grupo alemão, que aproveitou a noite para gravar novo DVD

Gustavo Silva Publicado em 30/10/2017, às 11h23 - Atualizado às 12h54

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Helloween durante performance no Espaço das Américas, em São Paulo, em 2017 - Reprodução/Facebook/Edu Lawless/Free Pass Entretenimento
Helloween durante performance no Espaço das Américas, em São Paulo, em 2017 - Reprodução/Facebook/Edu Lawless/Free Pass Entretenimento

Desde que o Brasil entrou oficialmente na rota de shows internacionais de metal, já tivemos atrações para todos os gostos – do underground mais “tosco” a nomes que só cabem em estádios. Poucas vezes, contudo, houve tanta comoção como aconteceu com esta turnê do Helloween. A Pumpkins United trouxe a banda ao país com a adição do vocalista e guitarrista Kai Hansen e do vocalista Michael Kiske, integrantes da formação clássica do grupo. Os ingressos para os dois shows realizados em São Paulo (no sábado, 28, e no domingo, 29) se esgotaram rapidamente, fato que provavelmente pesou para que os alemães decidissem gravassem um novo DVD na capital paulista.

Na apresentação do domingo, 29, o Helloween executou canções de todas as fases do grupo, com destaque para as duas partes de Keeper of the Seven Keys, (a primeira delas chega aos 30 anos em 2017). A faixa-título, em versão estendida, e “Halloween”, que veio bem a calhar com a proximidade da data, ocuparam juntas mais de trinta minutos do setlist. O tempo de duração, porém, nunca foi uma questão, já que a ideia era que o show chegasse a quase três horas.

Os dez melhores discos de heavy metal de 2015

A expectativa era grande em relação à performance de Kiske, que, logo no primeiro show da turnê, no México, apresentou problemas de saúde. Desde então, a banda encurtou o setlist. Da programação tida como original, apenas “Kids of the Century” ficou de fora, mas foi substituída pela balada “Forever and One”, cantada na voz de Andi Deris, vocalista que lidera o Helloween há mais de 20 anos.

Os debates comparando as fases e as performances de Deris e Kiske no Helloween são eternos. O show em São Paulo serviu como um apaziguador de torcidas. No palco, ambos os vocalistas se mostram muito competentes, com a agressividade de Deris compensando as notas mais altas que fizeram de Kiske uma referência dentro do metal melódico, estilo do qual o Helloween assina a paternidade. A dupla se alternou para cantar faixas de suas respectivas fases, mas também dividiu o microfone em clássicos como “Dr. Stein” e “I Want Out”.

Muito menos badalado por suas habilidades no vocal, Kai Hansen assumiu a responsabilidade para si na hora do medley com “Startlight”, “Ride the Sky”, “Judas” e “Heavy Metal (is the Law)”, da fase em que o grupo soava como uma versão aditivada da escola do heavy metal britânico. Nesse momento, uma pane geral interrompeu todo o sistema de som da casa. A banda seguiu normalmente com a performance e só se deu conta do problema vários minutos depois. O Helloween saiu do palco e voltou em pouco menos de 10 minutos para repetir a execução, que voltou a ser prejudicada por uma nova pane geral. Levou cerca de meia hora para realmente solucionar o problema, mas Kiske manteve o bom humor: “Isso é o tipo de coisa de que vamos lembrar daqui dez ou 15 anos”, disse o vocalista, pedindo desculpas pelo inconveniente.

Ainda que com dificuldades técnicas, o Helloween cumpriu com o que era esperado e entregou um show histórico. Apesar de as músicas mais novas, como as genéricas “Are You Metal?” e “Waiting for the Thunder” não terem causado tanta comoção, pérolas como “Power” e “Sole Survivor” levantaram a voz do público, enquanto a pedrada “How Many Tears” fez com que os mais nostálgicos e bem dispostos se arriscassem em um princípio de roda de pogo. O grupo ainda faz show na terça, 31 (noite de Halloween), no Pepsi on Stage, em Porto Alegre.