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Com Mano Brown, Cleo lança clipe gravado no Capão Redondo e planeja parceria com o rapper

Vídeo de 'Melhor Que Eu' celebra o segundo EP lançado pela também atriz que interpreta a vilã Betina na novela 'O Tempo Não Para'

Pedro Antunes Publicado em 29/11/2018, às 18h00

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Mano Brown e Cleo, no clipe de Melhor Que Eu (Foto: Zeus)
Mano Brown e Cleo, no clipe de Melhor Que Eu (Foto: Zeus)

Na ficção, Cleo e Mano Brown vivem uma relação em conflito com o Capão Redondo, bairro do rapper, como plano de fundo. A atriz, no ar na novela O Tempo Não Para, da TV Globo, contracena com o integrante dos Racionais MC's no seu videoclipe "Melhor Que Eu".

O vídeo, a ser lançado às 21h, desta quinta-feira, 29, faz parte da investida da artista na música. O EP de estreia dela, chamado Jungle Kid, saiu em março e ostenta números de dar inveja à nomões da música pop nacional (o clipe de "Bandida" já acumula 5 milhões de visualizações no YouTube). 

No segundo semestre, veio a segunda leva de canções. Foram quatro faixas mais "dark", como ela mesma define, envelopadas como mais um EP chamado Melhor Que Eu.

A faixa homônima foi escolhida como o segundo clipe do novo trabalho. Gravado no Capão Redondo e com a participação efetiva de moradores da comunidade na produção, o vídeo retratará um casal que convalece. O fim, inevitável, chegou. 

"O clipe e a música falam de uma relação de muita paixão, de duas pessoas que se encaixam muito bem e tem uma química forte, mas, na visão da mulher, o parceiro tem uma insegurança grande e fica tentando achar formas de não estar ali, inteiro, na relação, não se entregar", explica ela, sobre a narrativa do vídeo.

"E ela sente que está inteira e não pode fazer esse trabalho sozinha. Acaba que ela acha formas de sair da relação e não quer mais estar ali também, mas há um sofrimento."

Para Cleo (que deixou de usar o sobrenome da mãe, Pires) a escolha para atuar com Brown no vídeo traz "presença". "O primordial era alguém que tivesse esse background, porque contamos a história de duas pessoas potentes no clipe, então ambos tinham chegar com essa força. E ele é gigante para mim, tem uma personalidade que admiro, história e arte que acompanho desde o primeiro álbum", explica. 

A parceria com Brown, inclusive, deve render mais que só dividir a cena. Fã de artistas do hip-hop como Kanye West, Flora Mattos, RZO, Wu-Tang Clan (além do integrrante dos Racionais MC's), Cleo conta que ela e o rapper estão em conversas lançar algo juntos. 

"Temos convesado sobre o que vamos lançar juntos", ela diz. "Ele sabe que eu curto muito o som dele e fico feliz de saber que ele gosta do que eu tenho feito, também. O que sabemos é que queremos logo mais realizar isso, mas estamos em uma fase de entender primeiro o que vai ser. Estou animada para isso."

Por fim, conclui: "Ter o Brown fazendo parte da minha trajetória musical, com toda essa disposição de estar presente, é bem significativo."

Assista, abaixo, ao clipe de Melhor Que Eu, de Cleo Com Mano Brown. A seguir, uma entrevista com a artista sobre rap, Brown e seus planos:  

Mano Brown é um dos maiores nomes do hip-hop nacional, mas o que fez pensar nele?

Eu queria um cara que tivesse uma presença muito forte, com uma história que eu admirasse e ele é isso para mim, é uma pessoa que eu acompanho desde a minha adolescência. O primordial era alguém que tivesse esse background, porque contamos a história de duas pessoas potentes no clipe, então ambos tinham que vir com essa força. E ele é gigante para mim, tem uma personalidade que admiro, história e arte que acompanho desde o primeiro álbum... Esses foram os fatores que me fizeram pensar nele para o clipe. Como fã, fico muito feliz dele embarcar nessa minha trajetória musical, foi um momento importante e especial para mim.

E como é a experiência de gravar com ele? Já se conheciam?

Ele é um cara de uma energia muito potente, do bem e generoso. A gente já tinha se cruzando em alguns lugares, nos admirávamos mutuamente e trocamos uma ideia, mas de maneira mais superficial ainda. Mas o Brown já sabia que eu o acompanhava e gostava do som dele, e ele já tinha me dito que gostava do meu trabalho também. Foi incrível poder conhecer ele mais a fundo, conversar mesmo, ficar amigo, falar sobre música e sobre a visão de mundo que ele tem e eu tenho. Foi muito tranquila a gravação, todo mundo estava super à vontade. Criamos uma narrativa simples e fluída para esse projeto.

Filmar no Capão Redondo. Como foi? O que a locação ajuda na narrativa dessa história?

Filmar no Capão para mim era mais uma forma de também estar no ambiente do Brown, um lugar que ele pudesse estar mais à vontade. Eu queria fazer de um jeito que ele estivesse a fim, da forma como ele quisesse. Eu acho que foi essencial gravarmos lá. Pude conhecer pelo menos um pouquinho do universo dele, principalmente porque não conhecia o Capão, nunca tinha ido lá. Como eu estava com a presenca do Brown, e isso para mim era muito importante, pois como grande consumidora da arte dele e da cultura que ele me apresentou de certa forma que envolvia o Capão, eu também queria poder contribuir de volta de alguma forma. Então o clipe acabou gerando empregos, porque eu queria que fosse feito lá e que tivesse a energia das pessoas de lá, que é a energia das pessoas que estiveram na vida dele de alguma forma. É muito legal o que a arte pode proporcionar para nós.

Pelo o que eu entendi, o clipe trata de uma história de um amor que definha. Mas por que definha?

O clipe e a música falam de uma relação de muita paixão, de duas pessoas que se encaixam muito bem e tem uma química forte, mas na visão da mulher o parceiro tem uma insegurança grande e fica tentando achar formas de não estar ali, inteiro, na relação, não se entregar. E ela sente que está inteira e não pode fazer esse trabalho sozinha. Acaba que ela acha formas de sair da relação e não quer mais estar ali também, mas há um sofrimento.

A faixa, "Melhor Que Eu" me indica um movimento de autoafirmação e segurança. E ela encerra o EP com uma mensagem de libertação – é interessante porque "Trapped" fala sobre “estar preso no passado”. Esse EP todo é uma narrativa única?

Na hora de montar um álbum, eu sempre penso qual a história que eu quero contar; às vezes pode ser uma história de uma narrativa mesmo, de um roteiro melódico ou algo que só faz sentido na minha cabeça e eu não consigo explicar (risos). Mas nesse projeto teve, sim, uma trajetória dramática e um roteiro pessoal de começar em um lugar muito individualista e próprio, um sentimento de mim comigo mesma, e levantar desse lugar e ir vivendo outras coisas até terminar em Melhor Que Eu. Então são várias narrativas que se complementam.

O segundo EP foi feito na mesma época do primeiro?

Isso! Quando estávamos produzindo o primeiro EP eu estava com uma agenda mais tranquila, porque as gravações da novela ainda não tinham começado, então criava sem parar e fizemos um conteúdo musical muito extenso. Mas eu já estava com planos para lançar mais de um EP nesse ano, então seguramos algumas faixas para colocar depois. Mesmo assim não foi fácil lançar o segundo projeto, até com as músicas já adiantadas ainda tínhamos muitos detalhes para terminar, cheguei a fazer vários acampamentos criativos com a minha equipe (risos).

Quando falamos da primeira vez, você contou a história de ter ficado petrificada em um show de talentos. A aceitação do primeiro EP te “curou” desse momento?

Eu não acho que foi a aceitação, mas sim a experiência de colocar para fora, de cantar, subir ao palco me ajudou muito e tirou um pouco do meu medo e dessa paralisia, vamos colocar dessa forma. Não foi fácil e não é fácil ainda. Ensaiei muito, fiz uma preparação corporal absurda para entender a minha posição naquele ambiente novo, então teve todo um trabalho para que eu pudesse me sentir segura. Hoje é um pouco melhor, mas eu acho que o frio na barriga sempre vai existir, e é bom sentir isso, é uma emoção positiva.

Vi que você e Mano Brown têm planos em conjunto. Pode me explicar um pouquinho mais? São músicas?

A gente tem conversado sobre o que vamos lançar juntos, estamos trocando muita ideia nesse momento. Ele sabe que eu curto muito o som dele e fico feliz de saber que ele gosta do que eu tenho feito, também. O que sabemos é que queremos logo mais realizar isso, mas estamos em uma fase de entender primeiro o que vai ser. Estou animada para isso. Ele é um cara que acompanho desde a minha adolescência (risos). Ter o Brown fazendo parte da minha trajetória musical, com toda essa disposição de estar presente, é bem significativo.

Não sei se é uma impressão e só, mas queria saber se você também acha esse segundo EP mais soturno que o primeiro. Por que?

Com certeza! Melhor Que Eu tem uma pegada bem mas introspectiva, porque são momentos que tenho na minha vida e que fazem parte tanto quanto a história que conto em Jungle Kid. No geral, eu curto muito esse tipo de som mais dark, queria explorar isso na minha voz e adorei o resultado. A nível de melodia, ritmo, Melhor Que Eu é mais linear.

Em outra entrevista, você enumerou alguns artistas que gostava. Rap está entre as suas referências?

Com toda a certeza desse mundo,(risos), tanto o nacional quanto internacional. Eu sempre ouvi muito Mano Brown, Kanye West, Flora Mattos, RZO, Wu-Tang... Tenho várias referências musicais, sempre ouvi de tudo.