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Como Conan Gray se conecta com a Geração Z com um indie pop melancólico [ENTREVISTA]

Aos 22 anos, o cantor é verdadeiro sucesso no TikTok e encontrou na música uma forma de falar com o mundo

Mariana Rodrigues | @marigues_ (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 11/03/2021, às 16h59

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Conan Gray (Foto: Reprodução / Divulgação)
Conan Gray (Foto: Reprodução / Divulgação)

Conan Gray é o retrato perfeito da Geração Z. Sentado na sala repleta de plantas, com um copo de café gelado e o piano ao fundo, o cantor encontra em casa todo o necessário para criar suas músicas. Foi nesse cenário, com aparência de uma imagem do Pinterest, onde  conversou com a Rolling Stone Brasil sobre a carreira e novos projetos.

Com um grande talento para composição, Gray consegue traduzir na música as principais angústias e incertezas da juventude. Aos 22 anos, o norte-americano atingiu o primeiro lugar na Billboard Top Pop Albums com o disco de estreia, Kid Krow (2020), e recebeu elogios de nomes como Elton John e Taylor Swift

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Com “Heather” e “Maniac”, Gray roubou os holofotes no último ano e tornou-se um dos queridinhos do público jovem. Afinal, para ele, o principal objetivo das letras é encontrar uma forma de se conectar com quem sente o mesmo.

Mesmo com o sucesso mundial, o jeito de falar entrega um garoto tímido enfrentando os desafios do início da vida. Para Gray, Kid Krow foi uma tentativa de representar esse limbo entre não ser mais um adolescente, mas também não se sentir um adulto completo. Apesar de explorar novas temáticas no disco, a maneira de compor é a mesma de sempre: “Música para mim ainda é como escrever um diário.”

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De uma cidade pequena para o mundo

Gray nasceu em Lemon Grove, Califórnia, e se mudou diversas vezes durante a infância e adolescência até, finalmente, se estabelecer na pequena cidade de Georgetown, Texas. 

Filho de pai irlandês e mãe japonesa, era uma criança diferente das outras, principalmente por conta dos traços asiáticos. Claro, a timidez também não ajudava na hora de fazer amizades. Por isso, a música se tornou a melhor amiga do jovem. 

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Aos 12 anos, sentado no chão do quarto apenas com o violão, Gray começou a compor as primeiras melodias. Nas letras, encontrou uma maneira de falar com o mundo. “Comecei a escrever músicas como uma forma de ter alguém para conversar e transformar minhas emoções em algo, porque definitivamente tinha muitos sentimentos naquela época.”

O sucesso das canções no canal do YouTube resultou no primeiro EP, Sunset Season (2018). A princípio, era apenas um passatempo, mas se transformou no início de uma grande carreira no indie pop.

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A voz da geração Z

Gray possui letras fáceis de se identificar, principalmente para os jovens. Prova disso foi o sucesso de uma das músicas favoritas do cantor, “Heather.” É uma letra sensível e sincera, capaz de transmitir de forma delicada e profunda o sentimento de estar apaixonado e não ser correspondido.

A história de uma garota perfeita atraindo olhares por onde passa tornou-se uma verdadeira febre no TikTok, originando milhares de vídeos com a canção de fundo. Gray não esperava a proporção da faixa, mas ficou ainda mais feliz quando sentiu a reciprocidade do público

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Atualmente, o TikTok é um dos responsáveis por transformar músicas em grandes sucessos, mas, para o cantor, quem está por trás de tudo isso é a Geração Z. “Gostam de descrever o sucesso de uma música por conta do TikTok, mas é porque os jovens gostaram. Os jovens realmente mandam no mundo da música.”

“Heather” não é a única faixa do disco com o poder de conversar diretamente com o público. Ao longo de canções como “Wish You Were Sober” e “Little League”, Gray explora as aventuras do início da vida adulta enquanto nos interlúdios “(Online Love)” e “(Can We Be Friends)” encontramos o jovem vivendo um amor virtual e em busca de amigos, respectivamente, situações tão comuns para quem está na faixa dos 20 e poucos anos.

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Projetos futuros

Recentemente, Gray lançou “Overdrive”, primeiro single da nova era. Após um ano com todos trancados em casa, foi a maneira do cantor de escapar da dura realidade da quarentena. “A música é sobre fugir, esquecer todos os problemas, achar uma pessoa aleatória, jogar fora todas as preocupações e entrar em um carro com ela. Queria dar esse sentimento para as pessoas, porque a gente não tem muita liberdade agora.”

Um romântico incurável, Gray se inspirou na própria vida para construir o videoclipe, no qual vive aventuras apaixonantes com uma garota desconhecida. O cantor confessou imaginar a vida ao lado de pessoas aleatórias do dia a dia, mas, por conta da timidez, nunca tem coragem suficiente para conversar com elas.

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Essa foi apenas uma das músicas produzidas durante o isolamento social. No ano passado, também lançou “Fake” em colaboração com Lauv e revelou trabalhar em novas letras para lançar ainda este ano, desde melodias divertidas até as mais tristes. “Quero fazer de tudo.”


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