Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Como Loki pode abrir caminho para personagens LGBTQ+ no entretenimento?

Loki, nova série da Marvel, chegou ao Disney+ no Mês do Orgulho LGBTQ+ trazendo o primeiro personagem gênero fluido da franquia

Marina Sakai (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 30/06/2021, às 18h54

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Tom Hiddleston como Loki na nova série da Marvel (Foto: Reprodução/IMDb)
Tom Hiddleston como Loki na nova série da Marvel (Foto: Reprodução/IMDb)

Desde a estreia no Disney+ em 9 de junho de 2021, Loki se tornou a série mais popular do MCU, com a aprovação da crítica em 93%, segundo o Rotten Tomatoes. O Deus da Trapaça é um velho conhecido dos fãs e aparece nos filmes da franquia há uma década. Mas, com uma produção exclusiva dele, uma nova informação chegou ao público: Loki é gênero-fluido. 

Loki é conhecido pela ambiguidade, por ser subversivo e muito inteligente. Assim, a identificação de gênero não foge muito à descrição. O Deus da Trapaça fazer parte da comunidade LGBTQ+ pode, inclusive, abrir mais portas para representatividade na Marvel e no entretenimento em geral.

+++LEIA MAIS: Por que diretora de Loki, Kate Herron, fez questão de discutir bissexualidade na série?

A notícia foi revelada em uma publicação no Twitter oficial da série, na qual as principais características do protagonista apareciam datilografadas em um formulário. Kate Herron, diretora da série, reforçou como é importante apontar o gênero-fluido do protagonista para preservar a característica. “Os detalhes estão inseridos na história, mas é algo que reconhecemos. Loki tem gênero-fluido na mitologia nórdica e nos quadrinhos, era algo importante de fazer,” disse ao Insider.

Nas HQs da Marvel, o personagem também se identifica como bissexual, aspecto também mantido na adaptação para as telas. No terceiro episódio da série, Loki (Tom Hiddleston) discute a orientação sexual com Sylvie (Sophia Di Martino). Ela questiona: "Você é um príncipe. Deve haver uma candidata a princesa... ou um outro príncipe." Em seguida, o Deus da Trapaça responde: "Um pouco dos dois. Desconfio que igual a você."

+++LEIA MAIS: 5 motivos para acreditar que Lady Loki não é a nova vilã do MCU [LISTA]

Após o lançamento do episódio, muitos fãs comentaram sobre a revelação e Herron usou o Twitter para se manifestar: "Desde o momento em que entrei para Loki, foi muito importante para mim, meu objetivo era reconhecer que Loki é bissexual. É uma parte de quem ele é e de quem eu também sou. Sei que é um pequeno passo, mas estou feliz, e [meu] coração está tão cheio em dizer que agora [Loki] é bissexual no [MCU]."

Diversidade de orientação sexual está presente nos quadrinhos há algum tempo. Existem heróis LGBTQ+ na Marvel e no Universo Estendido DC. Inclusive, o novo filme do MCU,Os Eternos, terá o primeiro personagem abertamente gay — Phastos, interpretado por Brian Tyree Henry — e o primeiro beijo entre dois homens da franquia.

+++LEIA MAIS: Por que Owen Wilson ficou frustrado com personagem em Loki?

Quando falamos de identidade de gênero, no entanto, a situação é diferente. Loki é o primeiro personagem gênero-fluido da franquia, isto é, classifica-se como não-binário. Algumas celebridades se identificam com a não-binaridade, como Demi Lovato e Ezra Miller  — mas é uma novidade para o mundo da ficção.

Mas, o que é a não-binaridade? Para explicar de maneira simples: existem pessoas cisgênero (as quais se identificam com o gênero atribuido a elas) e as transgênero, as quais não se enquadram nesses padrões de identidade. Dentro desta categoria, há algumas especificações, entre elas, a não-binaridade. 

+++LEIA MAIS: Por que Tom Hiddleston ficou satisfeito com gênero de Loki revelado?

Pessoas não-binárias não se identificam com os padrões associados ao masculino ou feminino, ou seja, a binaridade de gênero. Entre elas, estão as que se identificam como gênero oscilante, ou o gênero-fluido de Loki. Para exemplificar a identidade, podemos citar Feel Good (2020), série da Netflix protagonizada por Mae, uma pessoa não-binária.

Na mitologia nórdica, Loki tem a capacidade de se transformar em mulher ou outros animais para realizar seus objetivos, vive no limite dos gêneros e sexualidades para usá-los da maneira desejada. Isso significaria que o Deus da Trapaça sempre foi gênero-fluido na trajetória no MCU, informação comprovada pelo próprio Tom Hiddleston.

+++LEIA MAIS: Em Loki, Tom Hiddleston quer deixar antigos truques para trás: ‘Estamos o libertando dessa armadilha’ [ENTREVISTA]

Desde que conseguiu o papel, sabia da identidade de gênero do personagem, e interpretou-o como tal durante 10 anos, antes da notícia chegar ao público oficialmente. Em entrevista à Revista Out, disse: "Lá atrás, pesquisei muito e entendi: sempre esteve ali, não só nos quadrinhos, mas na história dele ao longo de milhares de anos, existe uma fluidez em Loki que é muito interessante, é a essência do personagem."

Loki é um dos personagens mais queridos de uma das mais populares franquias do entretenimento. É uma ótima oportunidade para estimular uma tendência em ascensão, e abrir portas para mais protagonistas LGBTQ+ no futuro, não exclusivamente no MCU. Além disso, é um grande passo para a Marvel em questões de diversidade e para a representatividade de personagens não-binários e bissexuais em grandes produções.

+++LEIA MAIS: Os 5 melhores momentos de Loki nos filmes do MCU: de rebelião em Sakaar a substituir Odin [LISTA]


+++ OS 5 DISCOS ESSENCIAIS DE BOB DYLAN | ROLLING STONE BRASIL