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Caetano Veloso tem cinco composições na lista de 100 Maiores Músicas Brasileiras da Rolling Stone Brasil

Ele ainda ficou em quarto lugar no ranking de 100 Maiores Artistas da Música Brasileira

Redação Publicado em 07/08/2012, às 16h59 - Atualizado às 17h21

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Caetano Veloso - Victor Affaro
Caetano Veloso - Victor Affaro

Neste 7 de agosto Caetano Veloso completa 70 anos. Um dos músicos mais completos do país e nome essencial do movimento tropicalista, Caetano figurou diversas vezes nas páginas da Rolling Stone Brasil. Com uma carreira sólida que vem desde a década de 60, o artista tem mais de 50 discos lançados. Relembre abaixo as cinco músicas dele que integram a nossa Lista de 100 Maiores Músicas Brasileiras.

Em sétimo lugar, “Panis et Circensis” - Os Mutantes, composição de Gilberto Gil/Caetano Veloso

Por Paulo Terron

Uma das canções mais marcantes de Tropicália ou Panis et Circencis (1968), o disco-manifesto do tropicalismo (que juntou Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Nara Leão, Tom Zé e os intérpretes da faixa em questão, Os Mutantes). O nome veio do uso errôneo de uma expressão latina, que Décio Pignatari viria chamar de "delicioso provincianismo de vanguarda". A confusão continua até hoje: na edição mais recente do álbum, o nome é grafado como "circencis" na capa, sendo usadas também as formas "circenses" e "circences" na contracapa. "Panis et Circencis" também foi escolhida para abrir o primeiro disco de Os Mutantes, homônimo, lançado no mesmo ano. O arranjo, feito pelo maestro Rogério Duprat, referência básica no tropicalismo, foi o mesmo nos dois álbuns. Para Caetano, coautor ao lado de Gil, a faixa é "uma peça tropicalista bem-acabada, perfeita". Em 1996 foi regravada por Marisa Monte em Barulhinho Bom e voltou a ser muito bem executada nas rádios e TVs. O sucesso foi tanto que, alguns anos depois, quando Rita Lee voltou a apresentar a música em seus shows solo, ouviu um gracejo vindo de seu filho (e companheiro de banda) Beto: "Ih, mãe, vai tocar Marisa Monte agora?"

Em décimo lugar, "Alegria, Alegria”

Por Paulo Terron

Lançada em Caetano Veloso, álbum de 1967, "Alegria, Alegria" foi a música que apresentou o movimento tropicalista ao Brasil, em apresentação ao vivo realizada no III Festival da TV Record, em 1967. O ideal exposto pela letra da canção foi reforçado pelo rock cru do grupo argentino Beat Boys, que ainda colaborou com a estética visual. "O aspecto do grupo de rapazes de cabelos muito longos portando guitarras maciças e coloridas re-resentava de modo gritante tudo o que os nacionalistas da MPB mais odiavam e temiam", explica Caetano no livro Verdade Tropical. A ideia de Caetano - já pensando na introdução do tropicalismo, ao lado de Gilberto Gil - era a de fazer uma espécie de "marcha de carnaval transformada", cuja letra expusesse as referências pop da época. Ele resgatou uma composição dele, do meio dos anos 60, "Clever Boy Samba", escrita como sátira aos jovens alienados de Salvador. "Rapidamente compreendi que se o tom de mera sátira devia ser subvertido, o esquema de retrato, na primeira pessoa, de um jovem típico da época andando pelas ruas da cidade (o Rio, agora), com fortes sugestões visuais, criadas, se possível, pela simples menção de nomes de produtos, personalidades, lugares e funções - pois esse era o esquema de 'Clever Boy Samba' -, devia ser mantido pois era o ideal para os novos propósitos", escreve o cantor.

Em vigésimo primeiro lugar, ”Tropicália”

Por Paulo Terron

A faixa de abertura do primeiro disco tropicalista de Caetano Veloso (1967). Traz o arranjo de Júlio Medaglia que escancarava a intenção do movimento. "O tropicalismo queria fazer misturas", explica o músico no livreto Tantas Canções, encartado na caixa Todo Caetano (2002). "Achávamos que a criação tinha que permitir as experiências, porque o grupo que fazia o que era considerado bom e de alto nível tinha, de uma certa forma, um 'certificado de qualidade' que era prévio à experimentação da obra na vida real." O título veio de uma obra de Hélio Oiticica e, no ano seguinte, deu nome ao disco-manifesto. Mais tarde foi regravada por Gal Costa e inspirou uma canção homônima, lançada pelo norte-americano Beck, amante declarado do movimento.

Em trigésimo lugar, “Baby” – Gal Costa, composição de Caetano Veloso

Por José Júlio do Espirito Santo

No imaginário musical existem canções tão parecidas com certos intérpretes que marcam toda uma carreira, quase como numa relação cármica. A composição de Caetano Veloso, a princípio feita por encomenda para Maria Bethânia, acabou sendo gravada por ele e Gal Costa e lançada pela primeira vez no antológico disco coletivo Tropicália ou Panis et Circencis, em 1968. Foi um dos maiores sucessos do disco. Ainda no mesmo ano, ela também apareceu no primeiro álbum do trio Os Mutantes, mas era na voz de Gal Costa que a canção tinha encontrado a intérprete perfeita. A cantora baiana a incluiu em seu excelente primeiro disco, homônimo, de 1969, e dali para a frente "Baby" virou sua própria imagem.

Em quadragésimo segundo lugar, ”Sampa”

Por Paulo Terron

As memórias e os sentimentos de Caetano Veloso a respeito de sua chegada a São Paulo, cerca de uma década antes, afluíram durante um depoimento a uma rede de televisão e acabaram se tornando o tributo definitivo à cidade e transformando o cruzamento das avenidas Ipiranga e São João um dos pontos mais famosos da capital paulista. Na canção, do disco Muito (1978), Caetano é acompanhado pela Outra Banda da Terra.

100 Maiores Artistas da Música Brasileira

Caetano Veloso também foi destaque no nosso ranking dos 100 Maiores Artistas da Música Brasileira. Ele ficou em quarto lugar na lista. Leia mais aqui.