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Coringa: famílias de vítimas de tiroteio em filme do Batman mandam carta preocupada para estúdio

O ataque em Aurora ocorreu em 2012, durante uma sessão do filme 'Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge'

Redação Publicado em 24/09/2019, às 18h36

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Joaquin Phoenix como Coringa (Foto: Reprodução Warner)
Joaquin Phoenix como Coringa (Foto: Reprodução Warner)

Em 2012, James Holmes causou um tiroteio em uma sessão lotada de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge,  em Aurora, EUA. Matou 12 pessoas, feriu 70. Sete anos depois, outro personagem da DC Comics ganha um filme controverso: Coringa

Todd Phillips, o diretor do novo filme com Joaquin Phoenix, recebeu uma carta escrita e assinada por familiares das vítimas do ataque de 2012. Eles estão preocupados com o impacto que o filme, responsável por retratar um Coringa enlouquecido e assassino, pode causar em pessoas vulneráveis na audiência.

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De acordo com o The Hollywood Reporter, a carta não pediu boicote ao filme, ou adiamento da estreia. Os familiares, na verdade, expuseram os medos a respeito do que o filme, também relacionado ao Batman, traz à tona. Além disso, eles pediam para o estúdio fazer uma doação a instituições de caridade focadas em ajudar sobreviventes e familiares de vítimas de ataques com armas. 

Sandy Phillips é um dos pais de vítimas do tiroteio em 2012; sua filha Jessica Ghawi, na época com 24 anos, morreu no tiroteio. A mãe desabafou: "Eu não preciso ver uma foto de [Holmes]; eu só preciso ver um anúncio do Coringa e vejo uma foto do assassino." Phillips e o marido, assim como cinco outros familiares de vítimas, assinaram a carta antes de enviarem à Warner Bros. O documento foi escrito com a ajuda de Igor Volsky, advogado de controle de armas do Guns Down America.

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Sandy Phillips também falou sobre outras preocupações em relação ao filme: "Meu medo é que uma pessoa que talvez esteja lá fora - e quem sabe se é apenas um - que está no limite, querendo ser um atirador em massa, possa ser encorajado por esse filme, e isso me aterroriza."

Apesar dos medos, os familiares das vítimas, assim com Phillips, não queriam cancelar o filme, e sim fazer o estúdio assumir uma responsabilidade para com a sociedade, como foi dito na carta: "Nós estamos te chamando para ser uma parte do crescente coro de líderes de corporações que entendem que têm uma responsabilidade social de manter todos nós seguros."

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O documento, direcionado à Todd Phillips, falou como o empresário poderia fazer isso: "usar sua influência política e alavancagem no Congresso para fazer lobby ativo pela reforma de armas ” e “ finalizar as contribuições políticas para os candidatos que recebem dinheiro da NRA e votam contra a reforma de armas."

A carta, enviada apenas nesta terça, 24, ainda não foi recebida pela Warner Bros, e  um representante da empresa avaliou que "não podem falar sobre uma carta que não viram." 

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Apesar da preocupação de algumas famílias, não são todos que têm medo de uma repetição do ataque em 2012. Tom Sullivan, parente de uma das vítimas do tiroteio, disse: "Não acho que ver algo seja o catalisador para 'tudo bem, é isso que vou começar a fazer.'"

Sullivan também revelou que pretende assistir o longa: "Eu quero ver sim, acho que é interessante. Eu não sei se verei em um cinema, mas eu, definitivamente, assistirei."

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Em Aurora, nos EUA,  o cinema em que o titoreio ocorreu, em 2012, não exibirá o novo filme do Coringa. Apesar de não haver uma declaração oficial, o longa não consta na programação, e quando um funcionário foi questionado sobre possíveis sessões da produção, respondeu que não será exibida.

Holmes
, o responsável pelo ataque em Aurora, foi condenado por 24 acusações de assassinato em 1º grau, e atualmente cumpre prisão perpétua. Não tem possibilidade de conseguir liberdade condicional.  

O filme Coringa estreia no Brasil no dia três de outubro.