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A Covid-19 em números no Brasil: casos, vacinados, filas de espera de UTIs e mais

Atualmente, o Brasil vive o pior momento da pandemia de Covid-19: confira alguns dados que explicam a situação

Redação Publicado em 07/04/2021, às 18h47

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Limpeza de ruas na Favela Vila Ipiranga, em Niterói (Luis Alvarenga/Getty Images)
Limpeza de ruas na Favela Vila Ipiranga, em Niterói (Luis Alvarenga/Getty Images)

Na última terça, 6 de abril, o Brasil ultrapassou as 4 mil mortes por Covid-19, foram 4.195 óbitos em 24 horas - número recorde desde o início da pandemia. Com o colapso no sistema de saúde, maior transmissão de vírus e mudança no perfil dos casos graves, este é o pior momento da doença no país.

A situação se reflete nos alarmantes números divulgados diariamente, como a ocupação de leitos de UTI, óbitos e casos. Os dados também indicam a crescente piora no cenário do Brasil, que também enfrenta falta de leitos de UTI.

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Casos e óbitos

Até o fechamento desta matéria, o Brasil totalizava mais de 13 milhões de casos por Covid-19, sendo o número exato 13.100.580. Apenas em 24 horas, o país somou novos 86.979 infectados. Atualmente, são 336,947 mortes pela doença no Brasil, sendo apenas 4.195 registrada nas últimas 24 horas.

Há exatos três meses, em 7 de janeiro de 2021, o número de mortes diárias era quase três vezes menor: de 1.524. Ao comparar os dois momentos da pandemia, nota-se a piora da situação do país em pouco tempo.

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Ocupação de leitos de UTI

Outro número preocupante relacionado à situação da pandemia no Brasil é o de leitos de UTI. Segundo dados divulgados pela Folha na segunda, 5, 21 capitais do país, assim como o Distrito Federal, têm mais de 90% dos leitos públicos de UTI ocupados - número recorde desde o início do levantamento.

Segundo a Folha, Belo Horizonte, Campo Grande, Rio Branco e Porto Velho têm lotação máxima nos leitos de terapia intensiva - e apenas duas capitais têm taxa de ocupação menor de 80%: Manaus (77%) e Boa Vista (48%). 

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No Rio de Janeiro e São Paulo, a taxa de ocupação teria desacelerado na última semana, sendo, atualmente, de 90% e 92,3% nos respectivos estados. Em alguns locais, mesmo com o aumento de leitos, a lotação de UTI permanece preocupante. No Distrito Federal, 390 pessoas esperam um leito para tratamento, enquanto em Curitiba o número é de 128.


Mortes na fila de espera da UTI

Devido à ocupação de leitos de UTI, muitos pacientes com Covid-19 não conseguem ser transferidos para a unidade de terapia intensiva de hospitais, e morrem na fila de espera do tratamento.

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Um levantamento feito pela produção do SP1 e pelo G1, e divulgado na última sexta,2, anunciou que apenas no estado de São Paulo, 507 pessoas morreram enquanto aguardavam por uma vaga na UTI. Por dia, seriam 11 mortes de pessoas que nem tiveram a chance de serem tratadas.

A BBC também conversou com médicos do Pará, estado que sofre com colapso do sistema de saúde. Apesar de o governo não divulgar dados exatos de pacientes que morreram na fila de estera da UTI, os profissionais de saúde entrevistados falaram sobre a falta de leitos - além de explicarem que a reposição não é suficiente:

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"Essas UTIs vão ser ocupadas imediatamente por essas pessoas que estão nessa fila de espera. Não vai ser nem o mínimo necessário. Fora que o colapso já estava evidente e esses leitos vão chegar tarde para muita gente", disse um médico do Hospital da Transamazônica que pediu para não ser identificado.


Mudança no perfil de casos graves

Inicialmente, a pandemia de Covid-19 era mais fatal para idosos. Atualmente, o perfil de internados com casos graves da doença mudou - e pacientes com menos de 50 anos e sem comorbidades passam a ocupar as UTIs ao redor do país.

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Em entrevista ao UOL, Rodrigo Molina, médico consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), explicou a mudança no perfil: "Os mais jovens estão circulando mais, quebrando as quarentenas e todas as medidas de segurança que orientamos. Com a cepa evoluída, uma pessoa transmite para muito mais gente. Por isso, jovens são a população mais exposta agora."

Segundo o Nexo, a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo divulgou que, em março, 60% dos leitos das UTIs do estado estavam preenchidos por pessoas entre 30 e 50 anos. Dados divulgados pela FioCruz provam o aumento expressivo de casos entre os jovens do início de 2021 até 13 de março: 565,08% (30 a 39 anos), 626% (40 a 49 anos) e 525,93% (50 a 59 anos).

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A médica intensivista Geórgia de Oliveira comentou sobre a situação no Ceará (via UOL): "Cada vez mais nós temos visto jovens na faixa etária de 25 a 45 anos nas nossas UTIs, o padrão mudou totalmente. A doença 'mutacionou', não estabilizou. Ela agora está afetando pessoas mais jovens, e mais jovens que nós estamos recebendo casos cada vez mais graves" 

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Investimento do governo

Devido à pandemia de Covid-19 e às medidas de restrição para tentar conter a doença, o governo brasileiro instituiu o auxílio emergencial para trabalhadores informais de baixa renda, microempreendedores e outros grandes afetados economicamente. Inicialmente, o valor era de R$ 600, depois foi reduzido para R$300 e posteriormente encerrado no final de 2020. O benefício foi retomado em abril de 2021 para menos pessoas e com valores mais baixos.

O orçamento para a realização do programa foi de R$332 bilhões, contudo, conforme levantamento feito pelo Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos), o governo não gastou todo o valor aprovado em 2020.

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Segundo o UOL, o governo deixou de gastar R$ 80,7 bilhões (13,3%) dos R$ 604,7 bilhões autorizados para o enfrentamento direto dos efeitos da pandemia da Covid-19 em 2020. Neste valor, estava incluso o auxílio emergencial aos trabalhadores, estados, Distrito Federal e municípios no combate à pandemia.


Vacinações

Segundo mapa da vacinação do G1, o total de pessoas que receberam a primeira dose no país foi de 20.828.398, equivalente a 9,84% da população brasileira. Em relação à segunda dose, os imunizados ainda são minoria: 5.881.392 de pessoas, cerca de 2,78% da população brasileira.

Os estados com maior porcentagem de vacinados são Mato Grosso do Sul (13,22%), Bahia (11,83%), Rio Grande do Sul (11,65%), Paraíba (11,05%) e São Paulo (11%).


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