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Crosby, Stills & Nash estreiam em palcos brasileiros

Apresentação do trio em São Paulo foi marcada por clássicos e pela voz debilitada de Stephen Stills

Paulo Cavalcanti Publicado em 11/05/2012, às 14h16 - Atualizado às 15h38

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Show do trio teve músicas novas, mas foi repleto de clássicos - Stephen Solon/Divulgação
Show do trio teve músicas novas, mas foi repleto de clássicos - Stephen Solon/Divulgação

Um dos maiores ícones da contracultura e do rock norte-americano dos anos 70, o trio formado por David Crosby, Stephen Stills e Graham Nash finalmente debutou em palcos brasileiros, na Via Funchal (São Paulo), na noite de quinta-feira, 10.

A apresentação começou com cerca de dez minutos de atraso, e logo depois da abertura com “Carry On/Questions”, já era possível perceber que quem iria comandar o show seria Graham Nash. Stephen Stills, que sempre foi o frontman e principal vocalista, não falou com o público e permaneceu retraído na maior parte do tempo. O músico de 67 anos recentemente lutou contra um câncer de próstata. Sem dúvida os problemas de saúde que teve afetaram seu jeito de cantar. Ele já não possui mais o poderio vocal de antes e sua dicção também está prejudicada. Por outro lado, a técnica de Stills na guitarra ainda é de tirar o fôlego – basta lembrar que a Rolling Stone EUA o considerou recentemente 47º maior guitarrista de todos os tempos. Já Crosby, que ao longo de seus 70 anos já teve inúmeros problemas com drogas, continua com a voz cristalina e com uma carismática presença de palco.

Mesmo com os problemas de Stills, quando as três vozes dos veteranos se uniam em harmonia, a magia dos velhos tempos retornava. Em uma apresentação que durou pouco mais de duas horas (com intervalo de cerca de 20 minutos), CS&N relembraram todos os clássicos e também apresentaram algumas novas composições. “Nós continuamos a escrever novas canções e assim temos que mostrá-las ao vivo”, disse Nash em um certo momento. Dentre as faixas mais recentes e obscuras estavam “Lay Me Down” (do álbum Crosby & Nash, de 2004), “Almost Gone” e “In Your Name”. No meio do caminho vieram algumas surpresas como uma cover de “Girl From North Country” (Bob Dylan) e “Jesus of Rio”, que Crosby e Nash escreveram em 2004 traçando um paralelo entre o Cristo Redentor e os constrastes sociais existentes no Rio de Janeiro.

Naturalmente, o numeroso público presente no show estava lá mesmo para ouvir os clássicos e hits de décadas passadas. E eles vieram aos montes: “Marrakesh Express”, “Long Time Coming”, “Deja Vu’, “Guinnevere”, "Helplessly Hoping", “Our House”, “Almost Cut My Hair” e “Wooden Ships” entre eles. Nesta última, Nash fez os vocais de Stills, que estava visivelmente poupando sua voz. A parte principal do show foi encerrada justamente por um sucesso de Stills, a balançada “Love the One You’re With”. O bis teve “For What It’s Worth” (clássico do Buffalo Springfield, banda que revelou Stills e Neil Young nos anos 60), “Teach You Children” (de Nash) e “Suite: Judy Blue Eyes”, a épica e intrincada canção de Stills que fez o nome do trio no Festival de Woodstock, em 1969. Por falar nisso, muita gente pediu que eles executassem “Woodstock”, canção que Joni Mitchell escreveu para celebrar o evento e que ficou marcada nas vozes de CS&N. Mas o trio ignorou os pedidos – foi a única omissão marcante no repertório.

No sábado, 12, trio e banda se apresentam em Belo Horizonte, no Chevrolet Hall; no dia seguinte sobem ao palco no Rio de Janeiro, no Citibank Hall