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De férias no Rio de Janeiro, Velozes e Furiosos 5 tenta ser outro filme

Tentando ser tudo, menos Velozes e Furiosos, novo longa-metragem da franquia perde o rumo

Por Gus Lanzetta Publicado em 06/05/2011, às 17h56

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Cena de <i>Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio</i> - Universal Pictures/Divulgação
Cena de <i>Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio</i> - Universal Pictures/Divulgação

Em Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio, que estreia nesta sexta-feira, 6, Vin Diesel, Paul Walker e grande parte da turma dos outros quatro filmes se encontram no Rio de Janeiro para realizar um plano mirabolante. Mas, para a infelicidade dos numerosos fãs da cinessérie, a história não tem cara de um filme sobre carros, e resulta em uma tentativa medíocre de ser um novo Onze Homens e Um Segredo.

Brian O'Conner, personagem de Walker, continua no ziguezague de ser policial em um filme, bandido no outro. Agora, ele é um fugitivo da lei com uma namorada grávida. Esse casal é o centro das atenções nos momentos emocionais do filme, que parecem forçados demais e fora de lugar, além de quebrarem o ritmo da trama, já arrastada o suficiente.

Dom (Vin Diesel) e Brian são chamados para roubarem carros que estão sendo transportados em um trem em um esquema exagerado, que envolve correr ao lado da locomotiva com um caminhão e fugir nos carros que eles estão "recuperando" para quem os contratou. Durante esta sequência, a imortalidade de Vin Diesel e Paul Walker é elevada à máxima potência: após diversas quedas e explosões, os dois protagonistas ficam apenas com as roupas do corpo sujas, enquanto todos os capangas que tentavam falar português morrem.

O detetive brutamontes Luke Hobbs, interpretado por Dwayne "The Rock" Johnson, chega então à cidade maravilhosa, enfurecido com a morte de dois agentes do FBI. Equipado com tanques a prova de balas e um time armado até os dentes, Hobbs não perde tempo e enche bandidos de bala enquanto tenta capturar seus alvos. Essa incursão pela favela é um dos momentos em que o diretor Justin Lin deixa evidente que não leva muito jeito com cenas de ação fora de carros. Lin também decepciona com a cena de luta entre Vin Diesel e Dwayne Johnson, que parece ensaiada demais, cheia de cortes desorientadores.

Hernan Reyes, o bandidão do filme, passa a ser perseguido pelos protagonistas, que decidem roubar US$ 100 milhões para fugir. Para realizar tal feito, eles precisam chamar um bando de velhos amigos que tem todas as habilidades e fundos necessários para realizar o grande assalto. E assim é a segunda parte do filme: um longo período de preparação, cheio de montagens e diálogos engraçadinhos.

Engana-se quem acha que filmar Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio trouxe algum semblante de credibilidade aos diálogos em português. Nenhum dos atores do filme é brasileiro, nem os que interpretam brasileiros. Há apenas alguns extras dublados por brasileiros. Já o vilão é interpretado pelo luso-americano Joaquim de Almeida, o melhor na função de se fingir de carioca. Já a policial local que ajuda o detetive Hobbs é interpretada pela espanhola Elsa Pataky.

Com uma corrida enfiada às pressas no filme só pra mostrar serviço, Justin Lin se mostra focado no "Furiosos" do título (que nem está presente no original em inglês, Fast Five). O espetáculo final é uma perseguição destrutiva que dura tempo demais, deixando clara a influência de Michael Bay (da franquia Transformers) - e que termina com jeito de "mãe, quero ser Onze Homens e Um Segredo".

Assista abaixo ao trailer: