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Dekmantel 2018: com variedade de palcos e novo “cenário”, festival se estabelece no segundo ano em SP

Organizado desta vez no antigo Playcenter, evento reuniu grandes nomes da música eletrônica mundial, como Modeselektor, Four Tet e Nina Kraviz, durante dois dias

Lucas Brêda Publicado em 05/03/2018, às 16h42 - Atualizado às 18h53

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Dekmantel 2018, que aconteceu no parque onde ficava o antigo Playcenter, em São Paulo - Ariel Martini/Divulgação
Dekmantel 2018, que aconteceu no parque onde ficava o antigo Playcenter, em São Paulo - Ariel Martini/Divulgação

O Dekmantel já está estabelecido em São Paulo. Depois de estrear no começo de 2017, no Jockey Club da cidade, o festival holandês, este ano, ocupou o espaço onde ficava o antigo Playcenter, na região da Barra Funda, e reuniu algumas milhares de pessoas no fim de semana – sábado, 3, e domingo, 4 –, algumas das quais também foram ao Sambódromo do Anhembi para as programações noturnas de ambos os dias.

No antigo Playcenter, o Dekmantel ganhou um cenário com árvores e uma disposição interessante de palcos – cada um com uma atmosfera distinta –, que estavam bem divididos entre os espaços do parque. Desta forma, as apresentações ficaram isoladas, sendo que o som de uma praticamente não vazava em outra e era possível ficar em uma pista o dia inteiro sem sequer saber o que acontecendo nas outras.

Enquanto o palco UFO era uma tenda afastada, abrigando um techno mais acelerado – incluindo os brasileiros Tessuto e Cashu e os gringos Randomer e Danny Daze –, o Gop Tun recebia os sons brasileiros mais antigos e orgânicos. Um Marcos Valle bastante celebrado, um Mulheres Negras experimental e até a mística Maria Rita Stumpf tiveram shows bem recebidos no local. Jogando luz em nomes pioneiros da música brasileira, o Gop Tun tinha cara de compilação de sons que poderiam ser sampleados por outros DJs ao longo do evento – e, claro, também recebeu Carrot Green, Palms Trax e o DJ set do Floating Points.

O palco mais “escondido” certamente foi o Selectors, posicionado entre o Gop Tun e o UFO, mas entre algumas árvores e mais diverso. Já o Main Stage reuniu gente dançando por todo lado desde o começo das tardes de sábado e domingo, com atrações de house/techno – com espaço inclusive para músicas pop e momentos de disco/funk – que desfrutaram de um equipamento de som bastante alto e de graves estrondosos. Como domingo choveu, a tenda do palco principal acabou sendo refúgio em relação aos espaços “sem teto” distribuídos pelo resto do parque. A chuva, apesar de ter gerado um pouco de lama no solo irregular, não chegou a comprometer a experiência – e a organização até distribuiu gratuitamente capas de chuva para o público.

No Main Stage, o clima sempre para cima, mas apresentações de Mano Le Tough e Modeselektor (DJ set) no sábado, e Four Tet e Nina Kraviz no domingo, foram recheadas de momentos de celebração, incrementados pelas luzes e fumaça emanados do palco entre as árvores. No segundo dia, o Main Stage até enfrentou com algumas panes nos equipamentos de som, o que comprometeu alguns minutos do tempo do Four Tet, só que os problemas foram resolvidos com agilidade suficiente pela produção.

Com uma organização invejável e que justifica os altos preços dos ingressos e do bar, o Dekmantel já se estabelece como um dos festivais de música eletrônica mais interessantes do Brasil. E pode ter o Playcenter como casa definitiva.