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Dez games para jogar nas férias

Você pode optar entre mundos apocalípticos, games criados por jogadores, música, espionagem e poker

Da redação Publicado em 09/01/2009, às 14h45

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<i>Guitar Hero: World Tour</i>
<i>Guitar Hero: World Tour</i>

LittleBigPlanet

PlayStation 3

Por Rodrigo Guerra

Mario e Sonic são duas das maiores estrelas dos videogames. Quando surgiram, se transformaram em ícones pop e seus jogos se tornaram o padrão a ser seguido. Fica difícil, hoje, esperar que um novo personagem alcance o carisma dessas eternas celebridades virtuais. Por mais improvável que pareça, foi isso que a Sony conseguiu com o simulador LittleBigPlanet e seu protagonista, um simpático boneco de pano chamado SackBoy. Socialização e cérebro são as palavras de ordem: primeiro, é preciso usar a criatividade para construir cenários jogáveis, utilizando ferramentas de criação intuitivas e descomplicadas. Em seguida, é possível disponibilizar essas fases em um ambiente online para outros jogadores experimentarem suas criações. Funciona tal qual um "MySpace jogável", em que os usuários conversam, comentam, criam e interagem. O carisma do SackBoy, a força de comunidade de LittleBigPlanet e sua originalidade dão as pistas: um novo ícone dos games pode estar para nascer.

Fable 2

Xbox 360

Por Nelson Alves Jr.

Se o Marquês de Sade fosse um produtor de games, é possível que uma de suas obras mais celebradas fosse Fable 2. Antes de começar, criei uma personagem para comandar: uma guerreira musculosa e nada feminina. Em menos de uma hora, eu já havia conquistado os corações de três moças - duas bissexuais e uma lésbica assumida. Aliás, de tão libertina, minha heroína resolveu transar com o dono de bar de uma cidade vizinha. Sem camisinha, mesmo ciente do perigo de engravidar ou pegar uma doença. Soa como baixaria? Fique tranqüilo, porque o foco de Fable 2 está justamente na liberdade dada ao jogador: liberdade de ser bom ou mau, gentil ou sádico, herói ou vilão, ninfomaníaco ou abstinente. Sexo é só um dos elementos disponíveis - e é apresentado de forma tão natural, que fi ca evidente o fato de o jogo ter sido criado por um britânico (no caso, o designer Peter Molyneux). Isso sem contar a diversão que é não levar a sério regras e convenções sociais. Se a vida real fosse assim...

Fallout 3

PlayStation 3 / Xbox 360 / PC

Por Pablo Miyazawa

O mundo como o conhecíamos foi dizimado, graças a uma catástrofe nuclear há centenas de anos. Mas você está alheio a tudo isso: afinal, nasceu em um bunker subterrâneo e por lá permaneceu até os 19, quando se viu forçado a sair. E é só quando confrontado com o mundo exterior, sujo, caindo aos pedaços e contaminado pelo ódio e pela radiação, que percebe o quanto a vida no isolamento era interessante (apesar que o dia-a-dia no fim do mundo também tem lá seu charme). Mais do que nos tiros e na destruição, Fallout 3 concentra boa parte de sua rotina nos relacionamentos com os personagens secundários: boas atitudes contam pontos - no caso, karma positivo - e o transformam em um ser humano melhor. Já o contrário danifica seu caráter, de modo a permitir mais crises e interações negativas pelo caminho. A violência é evidente e sangrenta, mas o realismo, o humor negro e o apreço aos detalhes colocam Fallout 3 bem adiante de outros games deste ano (pau a pau com GTA IV, diga-se). Mérito também para a caprichada representação da estética do pós-apocalipse - nestes tempos de crise, um conceito mais em voga do que nunca.

Guitar Hero: World Tour

Xbox 360 / PlayStation 3 / Wii / PlayStation 2

Por Eduardo Trivella

No começo, era apenas Guitar Hero e sua réplica da Gibson SG. Mas aí surgiu um tal de Rock Band que fazia tudo o que o concorrente fazia e, de lambuja, ainda permitia que quatro jogadores se juntassem para tocar guitarra, baixo, bateria e cantar. Lógico que o Guitar Hero não ficaria quieto no backstage. World Tour é o primeiro game da série que simula a brincadeira de ter uma banda completa. A guitarra - que parece uma Fender Stratocaster - está maior, mais pesada e tem novos botões, entre eles cinco sensores que servem para simular uma guitarra slide. A bateria tem seis peças (contando com o pedal) e poderia ser bem melhor do que a do concorrente se o tambor funcionasse bem (pelo menos o som é melhor e os pratos fazem a diferença na performance). A seleção de músicas não é tão vasta quanto em Rock Band (a loja virtual promete sanar esse problema), mas, por alguma razão inexplicável, são mais legais de serem tocadas. Talvez seja uma melhor adaptação das notas aos movimentos necessários para controlar o game. Ou talvez seja a presença virtual de Ozzy, Billy Corgan e Jimi Hendrix, que levantou da tumba para tirar onda de "guitar hero". Não que ele já não fosse considerado o maior herói da guitarra de todos os tempos...

FIFA 09

PS3 / Wii / X360 / PC

Por Renato Viliegas

Entra ano e sai ano, e o maior clássico do futebol nos videogames ganha novas versões. Neste ano, as novidades de FIFA estão nos modos multiplayer pela rede. Pela primeira vez, o jogo será atualizado semanalmente online, o que significa mudanças nas habilidades dos jogadores, refletindo suas performances na vida real. Se o Ronaldinho jogar mal no fim de semana, por exemplo, seu respectivo personagem no game perderá alguns pontos de desempenho. Além disso, há um novo modo chamado "FIFA 09 Clubs", no qual é possível criar um clube, assumir uma posição no time e disputar partidas online com até 20 jogadores simultâneos (cada um controlando um jogador). Há também algumas boas melhorias gráficas, principalmente na animação dos jogadores. No Brasil, a versão para PCs está localizada para o português e conta com as já tradicionais narrações de Nivaldo Pietro e os comentários de Paulo Vinicius Coelho.

Spore

PC

Por Pablo Miyazawa

É extremamente fácil exaltar a proeza criativa e tecnológica que é Spore. Seu idealizador, o maluco-beleza Will Wright, passou quase uma década atrelado à mais ambiciosa (pretensiosa?) obra digital interativa jamais criada: o jogador é uma força onipresente com poder divino de criar a vida e, de acordo com os conceitos darwinistas, conduzir a evolução da maneira que lhe for mais interessante. Um oásis para jogadores pacientes com tempo livre e espírito desbravador, o game também permite a imersão com uma atitude mais casual e contemplativa - ainda que, dada sua absurda sofisticação, esteja longe de ter apelo popularesco. Seja na pele de um ser unicelular que deve ser promovido à vida terrestre, seja como o líder de uma raça superior responsável pela colonização de galáxias remotas, Spore oferece um vasto infinito de possibilidades - o exagero quantitativo não é mera figura de linguagem. Estamos diante do The Sims, do Super Mario Bros. ou do Pac-Man desta geração. E, a partir deste ponto, as águas se dividem.

Metal Gear Solid 4

PlayStation 3

Por Fábio Santana

Os primeiros momentos de Metal Gear Solid 4 são programáticos: após assistir a uma longa introdução - um monólogo do herói Snake enquanto desembarca em um cenário de guerra -, o jogador assume o controle do personagem. Nem dez segundos transcorrem até que tenha início outra longa seqüência não-interativa. Definitivamente, este é um Metal Gear, e, mais do que nunca, não é solo para pés virgens. Desde a trama, que pressupõe um jogador iniciado, até os controles, modernizados, mas alicerçados no modelo do primeiro game da série para PlayStation (de 1998), o jogo deixa bem claro que não fala com estranhos. Mesmo eventuais flashbacks estão lá para massagem mnemônica, não para contextualização. Não há concessões, apenas a mente do criador Hideo Kojima fluindo livremente, numa das obras mais autorais da história dos videogames. Seu prestígio possibilitou proezas tecnológicas, que servem de bela moldura para a sofisticada narrativa do herói que busca amarrar as duas pontas de sua existência. O drama de Old Snake é a apoteose da série, mas não faz pela mídia muito mais do que já fizeram os três episódios anteriores. Ainda é um produto que ama o fato de ser um videogame, mas não sabe ainda como lidar com suas ambições cinematográficas. No fim das contas, o solilóquio aqui é o do próprio Kojima, que impõe, soberano, sua visão e seu ritmo, não à revelia dos fãs, mas em função deles.

World Series of Poker 2008: Battle for the Bracelets

Xbox360/PS3/PC

Por André Gordirro

O bracelete dado aos campeões do torneio World Series of Poker está para o carteado como a taça da Copa do Mundo está para o futebol. Ele é o prêmio máximo perseguido nessa estimulante recriação virtual do mundial de pôquer, que apresenta diversas modalidades do esporte, do onipresente Texas Hold'em a outras menos cotadas, como Omaha High/Low. Para quem não domina todas essas variantes, o game traz tutoriais com dicas básicas e avançadas, dadas por feras do baralho como Phill Hellmuth - a quem o jogador deve derrotar para ganhar o título de Player of the Year. A parte gráfica é boa, mas nada espetacular, e a criação do avatar é bem limitada. Ao menos o pôquer - que é o que afinal importa - é muito bem jogado pelo computador, aceitando e fazendo blefes bastante críveis. Melhor que isso, só começar com um par de ases nas mãos.

Wii Music

Wii

Por Ricardo Farah

"Criar Wii Music foi fácil", disse o designer Shigeru Miyamoto em entrevista à RS EUA. Não é para menos: apesar de o jogo contar com mais de 60 instrumentos, eles se resumem a poucas modalidades: de sopro, de corda (acústicos ou elétricos) e percussivos. Ou seja, compará-lo com Guitar Hero e Rock Band é a pior coisa que se pode fazer. Estamos falando de um jogo de música que, de forma lúdica, diverte pessoas desprovidas de conhecimentos musicais ou habilidade com instrumentos de verdade. Mas que, no final das contas, ensina um pouco de ritmo, seja qual for o apito que se estiver tocando. Porém, o destaque fica para o modo Music Maestro, em que o jogador assume a batuta de um maestro e conduz uma orquestra que toca de clássicos de Mozart aos temas de Super Mario e Zelda. Errar é impossível, já que só a velocidade da música se altera (conforme o gingado dos joysticks do Wii). Talvez por essa falta de competitividade, pode não agradar aos jogadores mais hardcore.

Grand Theft Auto IV

X360 / PS3

Por Pablo Miyazawa

Já faz alguns anos que Grand Theft Auto (GTA para os já -iniciados) foi não-oficialmente eleita a série mais perversamente realista da história do entretenimento eletrônico. A cada novo jogo, a produtora Rockstar se engaja a fundo na superação dos limites do que se entende por "politicamente correto". GTA IV não necessariamente inova nesse sentido, visto que os principais tabus já caíram por terra em games anteriores (sexo, drogas, violência, perversões, e a lista segue). Entretanto, surpreende o modo todo particular com que retrata uma realidade (virtual) tão ou mais autêntica do que a vida real - mesmo que nada seja muito novo na fórmula mágica que sempre tão bem funcionou: você é o pretendente a bandido que deve galgar os degraus do mundo do crime enquanto tenta a sorte em uma versão fake e assustadoramente fidedigna de Nova York. No caso, esse alguém é Niko, imigrante do Leste Europeu, misto de herói e canalha, a contradição em forma de pixels, por quem o jogador rapidamente irá se apaixonar. Outra vedete da experiência é o telefone celular, que, assim como no mundo real, é a ferramenta absoluta para se marcar compromissos, solucionar problemas e agendar encontros com possíveis conquistas. A violência continua gratuita (não há limites para a crueldade dos criativos), a liberdade de ação foi realçada, seja a pé ou sobre rodas, e as infinitas possibilidades de interação se revelam ainda mais sintonizadas com o frenesi da vida moderna. Enfim, é a vida como ela é - só um tanto mais divertida.