Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

A diversão é garantida em Círculo de Fogo; a profundidade narrativa, nem tanto

Guillermo Del Toro cria uma obra visualmente única, mas baseada em uma história rasa

Paulo Terron Publicado em 09/08/2013, às 12h44 - Atualizado às 13h07

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Círculo de Fogo - Divulgação
Círculo de Fogo - Divulgação

De certa forma, Círculo de Fogo é mais uma experiência do que um filme. Guillermo Del Toro acumulou anos de paixão por Kaijus (os monstros japoneses gigantes, ao estilo do Godzilla) e robôs tão grandes quanto eles (“só os gigantes”, ele sempre faz questão de lembrar. “Não me interesso muito por robôs em geral”) e criou um ambiente que é proporcionalmente fantástico e realista.

Os 20 melhores filmes de monstro da história.

No longa, que estreia nesta sexta, 9, um grupo militar administra o projeto Jaeger – que construiu os tais robôs gigantes, também chamados pelo mesmo nome –, criados para combater monstros de outra dimensão que sistematicamente invadem a nossa por meio de uma fenda no Pacífico. Quando uma nova estratégia de combate surge, resta aos oficiais do Jaeger provar que são insubstituíveis.

E aí começa o grande problema de Círculo de Fogo: ele entrega um visual fantástico, com lutas extraordinárias (e realistas, por mais incrível que isso pareça) – mas a história pessoal dos personagens é rasa, beirando a estupidez e se apoiando em clichês. Idris Elba (da série britânica Luther) é Stacker Pentecost, comandante do Jaeger, que adota uma órfã, Mako Mori (a atriz Rinko Kikuchi, de Babel), vítima de Kaijus que atacaram o Japão. E ela, claro, acaba se tornando piloto de um robô gigante, ao lado de Raleigh Becket (Charlie Hunnam, da série Sons of Anarchy).

Em vídeo, Guillermo Del Toro conta como se inspirou em animações japonesas para criar os robôs do filme.

Acontece que, devido ao tamanho das máquinas, é preciso que dois humanos a operem. E, para isso, eles se conectam mentalmente – assim entrando em contato com os segredos mais íntimos um do outro, o que, curiosamente, não os impede de se perguntarem “está tudo bem com você?” o tempo todo.

Talvez seja parte da estratégia: quando Círculo de Fogo ainda estava em processo de finalização, Del Toro e o roteirista Travis Beacham já trabalhavam no roteiro de uma ainda não confirmada continuação (e os atores assinaram contrato para três filmes). Pode ser que o diretor tenha optado por reforçar o aspecto visual no primeiro volume, apenas abrindo caminho para a série. Pensando assim, Círculo de Fogo é uma experiência única que deve ser saboreada pelo que realmente é: diversão pura.

Entrevista: Del Toro explica como transformou um hobby em uma profissão que movimenta milhões.