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Documentário retrata Bob Burnquist como um herói da vida real

Filme registra a superação do skatista após lesão e a motivação para continuar competindo

Pedro Antunes Publicado em 12/10/2012, às 13h47 - Atualizado às 14h56

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Bob Burnquist - Sem Limites - Reprodução / Vídeo
Bob Burnquist - Sem Limites - Reprodução / Vídeo

É com os versos otimistas de Ben Harper em “With My Own Two Hands” que tem início o documentário Sem Limites, história real de um garoto que se mudou para Califórnia, nos Estados Unidos, em busca de um sonho. Um sonho sobre rodas. E, em cima daquela prancha e quatro rodinhas, ele fez história como um dos mais fantásticos skatistas que já existiu.

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Bob Burnquist, nome gringo mas com sotaque bem brasileiro, representou uma geração de brilhantes skatistas. Hoje, aos 36 anos, é um exemplo para os mais jovens. A idade, claro, pesa. Como é possível ver no documentário de Andrea Cassola, em uma coprodução da produtora Gullane e a emissora ESPN, a vida de skatista profissional não é fácil.

Como todo bom documentário que se preze, Sem Limites soube lidar com as circunstâncias em que estão os personagens e, com elas, se moldar e criar uma nova experiência. A virada, neste caso, foi logo no primeiro dia de filmagens.

Assustador - não há outra palavra que descreva melhor a cena: Bob voa pela MegaRampa, cai desordenadamente e o grito de dor ecoa ardido. Bob, o mito, dá lugar a Bob, o homem. Um sujeito quebrado, física e mentalmente.

Falta uma semana para os X-Games, maiores jogos de esportes radicais do mundo, e Bob sente uma dilacerante dor nas costas, que quase o impossibilita de andar. Imagine, então, como ele subiria no skate?

Paralelamente, Sem Limites busca mostrar outra história. É a própria Califórnia a personagem secundária do documentário: uma meca para skatistas e praticantes de esportes radicais em geral. O documentário passa por entrevistas com lendas do esporte de quatro rodinhas, como Christian Hosoi, Steve Caballero e o brasileiro old school Thronn. Com eles, mais do que elogiar Bob – algo que obviamente eles fazem à exaustão -, a ideia é contextualizar o esporte e o lugar desde os anos 70 até hoje. Na atual geração, por exemplo, não existe mais tanta necessidade de sair do Brasil, garantem entrevistados mais jovens ao filme.

Em um documentário curto como este (são menos de 50 minutos), nada consegue ser devidamente aprofundado. Nem a vida de Bob, sua dor e sua superação, nem o retrato social e econômico dos esportes radicais no território californiano. Tudo, pelo contrário, é visto a apenas alguns centímetros debaixo d’água – enquanto sabe-se que há um oceano profundo o bastante para mergulhos e mais mergulhos.

A figura de Bob Burnquist, contudo, puxa o filme para os seus bons momentos. Carismático, ele faz a plateia sorrir até nas suas situações mais difíceis - uma piadinha ou outra feitas por ele caem muito bem.

Mas trata-se um documentário sobre a trajetória do herói, como na ficção, da queda ao retorno triunfal. Bob consegue encarar a MegaRampa de frente, mas, neste caso, não há ficção. Bob é um herói real – sem precisar de uma capa esvoaçante ou a cueca por cima das calças.

Sem Limites será exibido nesta sexta-feira, 12, às 23h59, nos canais ESPN Brasil e ESPN Brasil HD. Abaixo, assista ao trailer: