Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Dona do hit "Put Your Records On", Corinne Bailey volta ao Brasil para celebrar amadurecimento

Artista da escola do novo R&B britânico recriado no século 21, a inglesa se apresenta no Rio Montreux Jazz Festival

Nicolle Cabral Publicado em 05/06/2019, às 12h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Corinne Bailey Rae (Foto: Divulgacão)
Corinne Bailey Rae (Foto: Divulgacão)

Quando Corinne Bailey Rae trouxe, pela primeira vez, a sua potência vocal e o R&B britânico para o Brasil em 2010, foi um momento especial. No mesmo ano, a cantora e compositora havia lançado o seu sensível disco, The Sea, em que revela amargor da perda do seu marido, Jason Rae, morto em 2008 devido à uma overdose.

“Eu tenho uma memória muito forte do Brasil”, conta a artista.

O projeto foi um material inédito depois de quatro anos do hit “Put Your Records On”, que integra o seu disco epônimo de 2006. A música emplacou um lugar de destaque na trilha sonora novela daquele ano Páginas da Vida, da TV Globo, e o disco chegou a vender 30 mil cópias no Brasil.

“Não acredito que já faz tanto tempo desde a minha última visita. Na época, eu lembro que foi um momento bem difícil pra mim, mas eu passei uns dias no Rio de Janeiro e conheci lugares incríveis, fui a muitos pontos turísticos. Aí tem algumas coisas que eu amo, a música, o cinema”, conta a artista.

Quase dez anos depois, o que motiva a vinda, desta vez, é a versão nacional e repaginada do festival suíço Rio Montreux Jazz Festival, que acontece no Rio de Janeiro entre os dias 6 e 9 de junho. A cantora britânica é uma das atrações do evento, e promete que seu espetáculo, banhado pelas influências do R&B e neo soul, será uma grande celebração de tudo que a artista é hoje.

“Eu vou transitar entre os meus discos, mas eu gosto bastante de tocar o meu primeiro álbum, e as pessoas no Brasil o conhecem. Sempre tem algo como ‘ah, eu lembro dessa música!’”, conta rindo.

“Então eu quero que as pessoas se lembrem de como elas se sentiram quando ouviram pela primeira vez, porque eu também lembro de como eu me senti. Lembro do relacionamento que eu tive na época.”, acrescenta.

A cantora da cidade de Leeds, aos 40 anos, relembra dos seus mais de 15 anos de carreira - pois encontrou a música desde a sua infância, três discos de estúdio (Corinne Bailey Rae, 2006; The Sea, 2010; The Heart Speaks in Whispers, 2016), dois Grammys e o seu amadurecimento emocional - e musical e diz "me sinto muito sortuda de estar onde eu estou".

Corinne é de uma notável sensibilidade e se apropria disso para exaltar o elo entre o que atualmente faz diferença na indústria fonográfica com as suas intensas paixões. “Eu sinto uma conexão muito forte com a música, é como olhar sobre o que eu sou.”, conta.

“Se você me ouvir e me perguntar o que eu tenho escutado ultimamente, vai parecer algo meio incomum”, ri.

“Mas eu tenho escutado muita música clássica, como Tchaikovsky, mas também Music of My Mind, disco do Stevie Wonder, que soa tão atual para mim, Awake, My Love!, do Childish Gambino, tem referências muito legais, eu gosto muito desse álbum, e também a Noname, ela tem uma voz lindíssima.”  

Depois de construir a sua carreira, entre alguns hiatos entre as suas obras e efemeridades da vida, Corinne digere a sua trajetória, mas fala o quanto é inclinada pela criação. “Me sinto realizada com tudo que fiz até aqui. Eu sempre quis viajar o mundo e escrever mais e mais canções. Todos os dias eu fico desesperada para ir para o estúdio”, conta.

“Eu amo o presente, estou confortável com ele, mas eu quero mais”, acrescenta.

A britânica está trabalhando em um novo projeto que envolve trilhas sonoras, como em 2017, que regravou o sucesso “The Scientist” do Coldplay, para o filme Cinquenta Tons Mais Escuros. O retrato que Corinne entrega é sobre como ser uma artista que assimilou as suas dores para viver novas descobertas sem perder a sua sensibilidade.

+++ De Zeca Pagodinho a Kendrick Lamar, Djonga escolhe os melhores de todos os tempos