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Duff McKagan defende músicas racistas e machistas do Guns N' Roses nos anos 1980

Para ele, faixas são mal interpretadas; recentemente, o baixista escreveu uma música em apoio ao movimento #MeToo e contra o assédio sexual

Redação Publicado em 28/05/2019, às 20h01

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Duff McKagan (Foto: Thibaud Moritz / Abaca / Sipa USA (Sipa via AP Images)
Duff McKagan (Foto: Thibaud Moritz / Abaca / Sipa USA (Sipa via AP Images)

Duff McKagan, baixista do Guns N’ Roses, deu uma entrevista ao Yahoo nesta terça, 28, e falou um pouco sobre “Last September”, sua nova canção. A faixa narra a história de uma garota que sofre assédio no trabalho, e é uma homenagem ao movimento #MeToo, que inspirou diversas mulheres a falarem sobre abuso sexual em ambientes de trabalho.

A entrevistadora comparou a faixa à músicas do Guns N’ Roses lançadas na década de 1980, quando “nada tinha proteção - drogas, agulhas, sexo, tudo isso”, conforme descreveu McKagan. Porém, o astro enfatizou que tanto ele quanto seus colegas de banda sempre repudiaram o sexisto, racismo e homofobia comuns à época, e as letras eram mal interpretadas.

Algumas músicas antigas do Guns N’ Roses têm letras bem polêmicas e cheias de insultos e contrariam, inicialmente, a declaração do músico. “It’s So Easy” (1987), por exemplo: “vi sua irmã de vestido, ela está aí para agradar, ela faz o melhor beicinho, está aí para ser tomada, nem precisa tentar, ela está pronta, é tão fácil”; ou então “I Used To Love” (1988), que diz que “eu costumava ama-la, mas tive que matá-la”. McKegan justificou dizendo que as letras eram uma crítica a atos sexistas e machistas, e que ficava desapontado que os ouvintes não entendiam as composições.

Já sobre “One In A Million” (1988), que tem letras como “imigrantes e bichas não fazem sentido para mim. Eles vêm para nosso país e acham que podem fazer o que quiserem, tipo começar um mini-Irã ou espalhar doenças, e falam de cada jeito, é tudo grego para mim”, disse que a música toda era cantada por um personagem e não representava a visão da banda. 

“A gente ia tocar em um evento contra a AIDS em Nova York depois de lançarmos essa música, mas fomos cortados. Lembro de estar em um avião voltando para Seatlle, e uma comissária de bordo sentou do meu lado e perguntou: ‘você realmente odeia gente negra?’, e eu fiquei muito ‘ah, p****. Parte da minha família veio da África, um dos pais do Slash é negro… Mas as pessoas não sabiam disso”, contou.

“Sei que muita coisa acontecia [nos anos 1980], Harvey Weinstein [produtor acusado de abuso dezenas de vezes], e todas essas coisas, mas nós odiávamos isso. Se víssemos algo assim acontecendo do nosso lado, impedíamos. Éramos boas pessoas. Nenhum dos nossos amigos [diziam coisas sexistas], sabe? É idiota e estúpido dizer algo assim, pra qualquer cara. E sempre pensamos. Então, anos 1980 ou agora… Eu poderia ter escrito 'Last September"garantiu.

“Espero que agora as pessoas possam rever essas músicas do Guns N’ Roses e pensar ‘é brilhante e muito corajoso que Axl Rose tenha se imposto e feito isso”, completou.

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