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Edward Norton critica Steven Spielberg, defende Netflix e culpa redes de cinema por falta de qualidade nas projeções

O ator se manifestou contra a declaração do diretor, que quer a exclusão dos filmes de streaming das premiações de cinema

Redação Publicado em 16/10/2019, às 17h05

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Edward Norton (Foto: Jordan Strauss / Invision/ AP)
Edward Norton (Foto: Jordan Strauss / Invision/ AP)

Edward Norton entrou na briga entre Steven SpielbergNetflix. O ator defendeu o streaming, depois do cineasta ter iniciado um movimento na indústria cinematográfica para impedir que os filmes da plataforma pudessem concorrer ao Oscar.

E o ex-Bruce Banner não apenas tomou um lado, como também falou sobre qual é, na opinião dele, o real culpado pela experiência de ir ao cinema não ser tudo aquilo que poderia ser.

"São as redes de cinema que estão que estão destruindo a experiência", disse Norton em entrevista ao The Daily Beast.

Norton apontou que a qualidade da projeção nos cinemas piorou, porque as redes não seguem os padrões de exibição de luz e som exigidos pela produção do filme.

“Muitos cineastas e diretores de fotografia, que eu sei que realmente começaram a investigar isso, dizem que mais de 60% dos cinemas norte-americanos usam o projetor com quase metade da luminosidade exigida por contrato para executá-lo. Eles exibem um som de baixa qualidade e uma imagem escura."

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O ator contou que percebeu a baixa qualidade de exibição quando foi testar salas de cinema para a estreia do filme escrito, produzido e estrelado por ele, Brooklyn - Sem Pai Nem Mãe. Ele notou que a sala projetava um filme com o controle de qualidade 6,2 quando deveria estar com qualidade 14.

"Isso significa que estava literalmente funcionando com menos da metade da luz que deveria estar lá [...] Se entregassem o que deveriam entregar, as pessoas diriam: 'Uau, isso é incrível, eu não entendo isso em casa."

Ele ainda reforçou a necessidade dos espectadores se manifestarem para garantirem o direito de assistir a filmes com a qualidade pela qual eles pagam.

"Eu quero que as pessoas literalmente entrem no cinema, encontrem o gerente e digam: 'Se isso parecer escuro, você vai devolver meu dinheiro, porque estou pagando [...] Tipo, vá recuperar seu dinheiro. [...] Eu acho que devemos nos unir para isso. Eu realmente faço", disse.

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No início do ano, Spielberg declarou que os filmes de plataformas de streaming não deveriam concorrer ao Oscar ou qualquer outra premiação de cinema. O diretor escreveu um email para o New York Times explicando a posição em defesa da tradição do cinema.

Em resposta ao cineasta, Norton enfatizou a importância da Netflix no investimento de produções que fogem do padrão de Hollywood e na distribuição dos filmes em todo o mundo de forma acessível:

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"Se eu discordei de alguém, com grande respeito, foi Spielberg. A Netflix investiu mais em Roma do que qualquer produtora e qualquer estúdio. Eles colocaram um filme em preto e branco em espanhol nos cinemas de todo o mundo. Centenas de cinemas, não em apenas alguns, mas em tantos quanto a Sony Pictures Classics teria colocado. [..] Muita coisa acontece por causa da Netflix, e que estava acontecendo na vanguarda, que representa um período sem precedentes de uma oportunidade para que muitos tipos de histórias e vozes sejam ouvidas, contadas e comemoradas. É incrível o que está acontecendo."

Para o Oscar 2020, a Netflix irá apostar no filme O Irlandês, dirigido por Martin Scorsese e estrelado por Robert de Niro, Al Pacino e Joe Pesci. O longa já foi exibido no Festival de Cinema de Nova York e aclamado pela crítica e sites de avaliação, como o Metacritic (que soma opiniões do público e de especalistas) no qual a produção registra 92 pontos de 100.

Ele também será apresentado em alguns cinemas e entrará no catálogo da plataforma de streaming no dia 27 de novembro.