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Há 10 anos, Arctic Monkeys se reinventava com disco Humbug e nunca mais seria o mesmo [ANÁLISE]

No dia 24 de agosto de 2009, os meninos de Sheffield adentravam uma nova - e revolucionária - fase de sua carreira

Redação Publicado em 27/08/2019, às 08h00

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Capa do disco Humbug, de 2009 (Foto:Divulgação)
Capa do disco Humbug, de 2009 (Foto:Divulgação)

Em julho de 2009, a música "Crying Lightning" chegou aos ouvidos do público como o primeiro single do Arctic Monkeys após dois anos em hiato. Mas era apenas um prenúncio do que estava por vir.

Mais de um mês depois, em 24 de agosto, o disco Humbug (2009) foi oficialmente divulgado e, diferente de seus predecessores, Whatever People Say I Am, That's What I'm Not (2006) e Favourite Worst Nightmare (2007), deu início ao período mais divisório da história da banda.

Em 2019, o álbum completa dez anos desde a sua estreia - e isso basta para celebrarmos.

Com canções místicas e obscuras, Humbug certamente soava mais psicodélico do que os trabalhos anteriores, mergulhando - e nos deixando mergulhar - em versos sarcásticos e melodias envolventes.

Além disso, os vocais e as composições maduras de Alex Turner, que havia acabado de formar o The Last Shaddow Puppets ao lado de Miles Kane, ex-vocalista do The Rascals, levaram o Arctic Monkeys ao primeiro lugar das paradas britânicas, por mais que parte do público tenha sido difícil de fisgar.

Enquanto exploravam sua personalidade, os meninos de Sheffield pouco se importaram com a opinião dos críticos; e não há dúvidas de que o risco tenha sido essencial para a evolução da banda. Foi, possivelmente, quando eles deixaram de querer ser um dos Strokes.

No embalo de tantas emoções - e, agora, com mais experiência -, parecia atraente que o Arctic Monkeys adentrasse uma nova fase. Assim, vivendo do desafio, Alex Turner, Jamie Cook, Nick O'Malley e Matt Helders se isolaram no meio de um deserto em Joshua Tree, na Califórnia, com nada além de um objetivo ambicioso.

Duas semanas no estúdio Rancho de la Luna foram suficientes para que novos sons, mais sujos e pesados, fossem testados. Outros instrumentos também foram incorporados às gravações, como slide guitars, teclados e, até, xilofones. Para finalizar, os solos de guitarra foram floreados com os efeitos do chamado desert rock.

Se o desejo era fazer algo gritante e assombrado, "My Propeller" foi um ótimo pontapé inicial:

"Force-me a sair de meu desânimo /
Afunde-se até o amanhã /
Force-me a sair de meu desânimo /
E dê uma girada em minha hélice", canta Alex Turner na música. 

Dois anos depois, veio o disco Suck It and See (2011), que ainda se baseava nas composições poéticas de Humbug e mantia o humor sarcástico em canções como "Reckless Serenade" e "Black Treacle". Contudo, o pop estava de volta ao jogo.

Mais dois anos se passaram e tínhamos AM (2013). Embora controverso, o disco empurrou o Arctic Mokeys para a torcida. De acordo com o site NME, "se o Arctic Monkeys nunca tivesse entrado no deserto com Josh Homme para gravar Humbug em 2009, eles não teriam sido capazes de fazer AM." 

Mas, talvez, Tranquility Base Hotel & Casino (2018) tenha sido o mais contestado entre todos os trabalhos da banda. Extremamente ousado e futurístico, o álbum foi altamente recomendado pelos críticos, mas deixou uma grande leva de fãs desnorteados.

Novamente, eles não deram a mínima. 

Ouça o disco na íntegra:


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