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Em Guerra com o Vovô tenta ser divertido, mas abusa de um humor absurdo sem profundidade [REVIEW]

Estrelado por Robert De Niro, Oakes Fegley e Uma Thurman, Em Guerra com o Vovô quer mostrar o melhor do amor familiar, mas só entrega momentos rasos demais

Vitória Campos (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 05/06/2021, às 12h00

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Robert De Niro em Em Guerra com o Vovô (Foto: Divulgação / Diamond Films)
Robert De Niro em Em Guerra com o Vovô (Foto: Divulgação / Diamond Films)

Estrelado por Robert De Niro, Oakes Fegley e Uma Thurman, Em Guerra com o Vovô(2020) chama a atenção pelo elenco de peso e pela premissa de ser uma história divertida e leve para toda a família. No entanto, a produção entrega personagens muito superficiais e acaba exagerando ao tentar trazer um humor de "sessão da tarde" à trama. 

Dirigido por Tim Hill, Em Guerra com o Vovô (2020) conta a história de Peter (Oakes Fegley), quem precisa dormir no sótão para emprestar o quarto para o avô Ed (Robert De Niro), novo morador da casa. Porém, Peter não aceita a mudança, e declara guerra contra o avô para conseguir o quarto de volta.

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Mesmo que Ed vá morar com toda a família, a principal relação apresentada no filme é com o neto Peter. Infelizmente, o relacionamento deles não cativa, é cansativo, e os momentos nos quais estão em guerra beiram o absurdo por irem longe demais. Além disso, as cenas dramáticas, nas quais acontece uma conciliação, são rasas e não emocionam. 

A relação mais verdadeira é a de Ed (Robert De Niro) com Sally (Uma Thurman). Pois, além de possuírem belíssimas atuações, a relação entre pai e filha aparenta ter conteúdo para acrescentar profundidade ao roteiro, mas acaba sendo muito pouco explorada e, praticamente, esquecida do meio para o final do filme. 

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Em Guerra com o Vovô ganha ânimo quando somos apresentados ao núcleo dos idosos - o melhor elemento da narrativa - o qual conta com Christopher Walken como Jerry e Cheech Marin como Danny. São os momentos mais divertidos do filme, pois os personagens são carismáticos e contam com boas atuações, mesmo o roteiro insistindo em piadas as quais não agradam mais o público, chegando a ser consideradas toscas. 

A premissa sobre as diferenças de idade e mentalidade entre o neto e o avô divertem. E vê-los pensando qual será a próximo passo para continuar a guerra é interessante, mas ao passar do filme, fica exagerado demais. 

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Com toda certeza, Em Guerra com o Vovô quer ser um filme engraçado, mas a busca pela comédia a qualquer custo deixa o filme com um humor muito fraco e infantil, no qual procura atrair as risadas do público com cenas de idosos caindo e situações absurdas, ainda mais presentes no final do longa. 

A superficialidade talvez seja o maior problema do filme, pois inclui vários personagens na história, os quais não possuem camadas e apenas servem como coincidências narrativas para fazer o filme caminhar. Não somos apresentados ao passado deles, e nem entendemos suas motivações, fazendo com que não nos identifiquemos ou conectemos com nenhum deles. 

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O pai da família, Arthur (Rob Riggle) até tenta criar momentos para podermos conhecê-lo melhor, mas, sem continuidade alguma, o momento não influencia em nada. A filha Mia (Laura Marano) também só apresenta um traço de personalidade: ficar com o namorado. Ed (Robert De Niro) é o personagem mais próximo de possuir um arco mais construído, mas deixa a desejar com as inúmeras pontas soltas na história. 

Em Guerra com o Vovô (2020) não funciona se o intuito é causar alguma comoção ou trazer uma mensagem a qual não seja extremamente rasa.  No entanto, serve perfeitamente como um filme despretensioso para assistir ao lado de toda a família, o qual pode arrancar algumas risadas, mesmo com um humor caricato que beira o absurdo.

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