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Em Nobody's Listening, Zayn mergulha no R&B, fica preso nos clichês, mas faz o melhor disco da carreira [REVIEW]

O ex-One Direction lançou o terceiro disco da carreira solo nesta sexta, 15 de janeiro

Isabela Guiduci | @isabelaguiduci Publicado em 15/01/2021, às 07h00

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Capa de Nobody's Listening, de Zayn (Foto: Reprodução)
Capa de Nobody's Listening, de Zayn (Foto: Reprodução)

Aos 28 anos e com mais de 10 anos de carreira,Zayn Malik, conhecido como Zayn, pôde se aventurar musicalmente em gêneros diferentes - o pop com o One Direction ao longo de cinco anos e o electropop e o R&B moderno na carreira solo. Estas diferentes experiências resultam em Nobody’s Listening, terceiro disco do músico, que foi lançado nesta sexta, 15 de janeiro. 

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Apesar de ter tentado anteriormente nos dois primeiros discos da carreira solo, Mind of Mine (Deluxe Edition)(2016), e Icarus Falls (2018), parecia faltar uma certa maturidade em apresentar ao público uma sonoridade consistente. No entanto, com o terceiro álbum, Nobody’s Listening, Zayn não comete o mesmo erro. 

Zayn traz uma aposta direta no R&B moderno e revista o electropop de maneira mais esporádica no novo disco. Nele, o músico se mostra concentrado em trazer uma ideia sólida sobre qual é a sonoridade buscada por ele, apesar de não se prender completamente a um único gênero musical. 

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Calamity” abre o disco - com um Zayn em um R&B moderno surpreendente. O refrão da faixa introdutória dialoga com a escolha do título do disco: “Nobody, nobody’s listening to me” (“Ninguém, Ninguém está me ouvindo”, em tradução livre), canta o músico. A abertura é bastante convidativa para o restante das músicas. 

Logo em seguida, “Better”, o primeiro single divulgado do disco, revive o R&B moderno do Zayn de Mind of Mine (Deluxe Edition). Dessa vez, porém, a música se afasta do electropop costumeiro dos álbuns anteriores.

Better” foi uma ótima escolha para o single, porque representa a imagem do álbum como um todo - este mergulho intimista de Zayn no R&B. Consequentemente, a faixa reflete a nova era do músico.

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O falsete do cantor é um destaque desde os anos com o One Direction e “Outside”, a terceira música do disco, relembra o público da potência vocal das high notes (“notas altas”) de Zayn acompanhado de um refrão viciante. A quarta faixa que compõe o projeto, “Vibez”, segue com o conceito das anteriores - o R&B moderno, mas agora com uma batida mais eletrônica. 

When Loves Around” traz a primeira participação do disco, com a cantora, Syd. Com uma sonoridade semelhante às anteriores, a música com batida dançante é um R&B moderno delicioso para escutar. Já a sexta faixa, “Connexion” apresenta mais do mesmo, e é uma forte aposta nas high notes.

Com a sequência final, a partir de “Sweat”, Zayn mostra uma criação consistente e mais madura do gênero musical. A faixa certamente é um dos destaques, conta com elementos do pop oitentista e é bem semelhante à grande parte das canções electropop de Mind of Mine (Deluxe Edition).

A oitava música, “Unfuckwitable”, soa como uma versão madura e mais bem-trabalhada da concepção do R&B do primeiro álbum de Zayn - além de relembrar, mais uma vez, da potência vocal do cantor com as high notes. 

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Com referências diretas ao pop, “Windowsill” é a segunda canção que conta com uma participação de outro artista, dessa vez, de Devlin. O resultado é até interessante, mas se perde em relação à grandiosidade trazida até aqui. 

Já as faixas seguintes, “Tightrope” e “River Road”, alteram o percurso eletrizante e reforçam a ideia despretensiosa e íntima do disco. As músicas, escolhidas para encerrar o álbum, abandonam o som forte do sintetizador e a batida eletrônica para dar espaço aos instrumentos e sons mais suaves.

Tightrope” soa como um acústico intimista - com foco na voz e violão, e com um refrão chiclete, enquanto “River Road”, também com uma melodia mais lenta, traz o conceito da guitarra fina combinada aos vocais de Zayn

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De fato, as temáticas românticas, as batidas eletrônicas e sensuais, e o conceito genérico do R&B contemporâneo se repetem com uma certa constância em Nobody’s Listening. Zayn não sai dos clichês, o que pode dar a sensação de ouvir ‘mais do mesmo’ em vários momentos ao longo das onze faixas. 

Aparentemente, porém, ter apostado em menos músicas foi o principal acerto de Zayn com Nobody’s Listening. Nos primeiros discos, a excessividade de faixas apresentam uma desorientação do cantor em relação à sonoridade buscada para a carreira solo. No novo álbum, é muito mais fácil encontrar uma identidade musical. 

O disco, que soa como um diálogo aconchegante, convida o ouvinte para viajar nas sensações nas quais Zayn busca provocar com o projeto. Por conta da proposta intimista, sem exagerar ou exceder ao longo das faixas, é possível dizer que o músico traz ao público o melhor álbum da carreira. 

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Zayn deixou o One Direction em março de 2015 e um ano após, no dia 25 do mesmo mês em 2016, lançou Mind of Mine (Deluxe Edition), o disco de estreia da carreira solo. Nele, o músico começou gradualmente a se afastar do pop. Com 18 músicas, o cantor apresentou uma mistura de gêneros musicais - pop, electropop e o R&B moderno. 

Icarus Falls, segundo disco da carreira, lançado no dia 14 de dezembro de 2018 com 27 músicas apresenta, mais uma vez, uma mescla dos três gêneros musicais do primeiro disco, mas curiosamente, se afasta do R&B trazido no trabalho anterior. 

O segundo álbum é, na verdade, dividido em dois momentos principais. No início, há muito do pop e electropop com as letras românticas e a partir da faixa “Icarus Interlude”,  Zayn usa fortemente o conceito de guitarras finas.   


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