Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Em Recife, Paul McCartney enfrenta calor e “povo arretado”

Músico sofreu com a alta temperatura e teve de competir com público desinteressado e barulhento

Paulo Terron, de Recife Publicado em 22/04/2012, às 02h57 - Atualizado em 24/04/2012, às 17h41

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Paul McCartney em Recife - Divulgação/Marcos Hermes
Paul McCartney em Recife - Divulgação/Marcos Hermes

Não era dia de jogo no estádio do Arruda, mas Paul McCartney teve de disputar uma partida dura contra dois adversários em Recife, neste sábado, 21: o calor excessivo e a plateia barulhenta e desinteressada de quase 50 mil pessoas que ali estavam para abertura brasileira da turnê On The Run.

O ex-beatle subiu ao palco às 21h35, com “Magical Mystery Tour” e, em poucos minutos, já estava encharcado de suor. Mais do que isso, parecia incomodado, passando a mão pelos cabelos e rosto constantemente, e, por vezes, ficando com o olhar perdido nas pausas entre as canções. Entre “Junior’s Farm” (tocada pela primeira vez em solo nacional) e “All My Loving”, o britânico abandonou o blazer preto para revelar uma já também molhada camisa branca.

McCartney fez questão de anunciar que outra faixa, “The Night Before”, faria sua estreia no Brasil. Mas o que poderia ser uma informação empolgante acabou completamente perdida em um público que parecia mais interessado em conversar e tirar fotos (não do show – mas uns dos outros). Em momentos mais intimistas como na homenagem a John Lennon com “Here Today”, chegava a ser difícil ouvir a música, abafada pela conversa em alto volume no estádio.

Poucos momentos roubaram a atenção dos pernambucanos por completo: as explosões e o fogo de “Live and Let Die” foram mais barulhentos que o público, enquanto os hits “Yesterday” e “Hey Jude” (com McCartney errando discretamente a letra) colocaram as bocas dos pagantes a serviço do show. “Povo arretado”, brincou o músico, em português, algumas vezes ao longo das quase três horas de apresentação.

Já recuperado do calor lá pelo meio da noite – quando a temperatura finalmente cedeu e baixou -, Paul McCartney brilhou: dedicou a nova “My Valentine” à “belíssima esposa Nancy” (mais uma vez na língua local) e lembrou, apontando para o céu, que a canção seguinte, “Maybe I’m Amazed”, fora escrita para Linda McCartney.

Para o bis final, Paul McCartney voltou ao palco com uma bandeira de Pernambuco (o baterista Abe Laboriel Jr carregava uma flâmula de pirata, inexplicavelmente) e fechou a noite com a explosiva sequência “Yesterday”, “Helter Skelter” e “Golden Slumbers”/”Carry That Weight”/”The End”. No sábado, o inglês venceu a partida. Mas no domingo, 22, o público de Recife terá revanche.

NOTA DOS EDITORES:

Devido à enorme repercussão nas redes sociais da resenha acima, do primeiro show de Paul McCartney no estádio do Arruda, em Recife (PE), no último sábado, 28, a Rolling Stone Brasil tem a comunicar:

O leitor habitual da revista e do site da RS Brasil tem o conhecimento de que a publicação trata (e sempre tratou) as resenhas com total imparcialidade. Uma rápida busca pode indicar ao leitor uma série de relatos sobre o comportamento de público e o barulho (ou falta dele) durante shows em diversas cidades e estados do Brasil. O mesmo pode ser dito sobre a observação quanto à temperatura/clima no ambiente do show descrita na resenha.

Portanto, não houve, no texto citado, qualquer intenção de denegrir o público pernambucano ou de qualquer parte do Brasil.