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Ex-babá, atual divorciada de meia idade

Happily Divorced, nova série de Fran Drescher, de The Nanny, estreia neste domingo, 22, no Comedy Central brasileiro

Stella Rodrigues Publicado em 21/04/2012, às 13h22 - Atualizado às 21h09

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<i>Happily Divorced</i> - Divulgação
<i>Happily Divorced</i> - Divulgação

Estreia no Brasil neste domingo, 22, com exibição pelo Comedy Central, a série Happily Divorced, nova aventura televisiva de Fran Drescher, a eterna babá Fran Fine de The Nanny.

Drescher tem uma história de vida tão rica que é um daqueles casos em que se justifica ela só fazer séries baseadas em experiências próprias – e suas personagens se chamarem sempre Fran. Ela realmente trabalhava como vendedoras de cosméticos no Queens, conforme contava a abertura da série de sucesso da década de 90. Além disso, passou por momentos de horror na vida, sofreu um estupro e teve um câncer de útero que a obrigou a tirar o órgão e a aproximou a diversas causas ligadas à saúde da mulher. Na nova série, conta uma faceta real de sua vida menos trágica e mais cômica. Seu ex-marido Peter Marc Jacobson, com quem era casada desde os 21 anos, de repente se assumiu gay. Fran e Peter, que é produtor de Happily Divorced, levaram essa história real para a telinha, mas acrescentando o detalhe de que, por motivos financeiros, o ex-casal precisa continuar morando na mesma casa.

Em entrevista por telefone à Rolling Stone Brasil, a simpática Fran contou um pouco sobre a série e até de sua carreira na música – sim, com aquela voz, ela chegou a gravar um single, que soa impressionantemente pouco anasalado. Simpática, Fran lembrou de cara de sua vinda para São Paulo na época do auge de The Nanny. “Você está em São Paulo? Já estive aí. Foi uma visita maravilhosa Espero que esse programa também seja um sucesso e eu possa voltar em outra press tour”. Contando sobre a série, ela analisa o quanto simplesmente usa de sua realidade na hora de montar as histórias e o quanto é adaptado. “Todo episódio, e a série como um todo, tem sua origem em experiências reais. A gente só tira licenças dramáticas para ficar engraçado e a história acaba tomando um rumo próprio às vezes. Muitos episódios exploram experiências e sentimentos que tivemos de fato, eu e meu ex-marido. Nós dois tivemos que nos integrar nos nossos novos mundos. Eu, sendo uma mulher solteira de meia idade; ele, sendo gay pela primeira vez e entrando nessa comunidade.”

Fran cita especificamente uma situação da série que viveu, de fato. “Acontece de o Peter ficar tão atraído quanto eu pelos caras com quem vou sair. Mas na vida real eu acho que somos um casal divorciado ainda mais feliz, porque não temos que morar juntos, então não chegamos nem perto de brigar tanto quanto na ficção”.

Para os saudosistas, a série está recheada de referências à série The Nanny. Charles Shaughnessy, o Mr. Sheffield, é muito amigo de Drescher até hoje e participa de um episódio de cada temporada (atualmente, a série está na segunda). A cena da primeira temporada faz uma piada atrás da outra com os personagens noventistas. Fran comenta as referências e fala da relação próxima que ainda tem com todo o elenco.

“A gente ‘pisca para a audiência’, porque The Nanny ainda reprisa de forma bem-sucedida todos os dias no mundo todo. Acho que podemos quebrar a quarta parede e dar à plateia a oportunidade de compartilhar essa piscadela com a gente. Todos sabemos que sou eu fazendo outra série, mas dá para brincar com isso em nome do humor, suspender a realidade por um momento.”

Sobre o elenco de The Nanny: “Renée Taylor (Sylvia Fine) aparece na segunda temporada, assim como Ann Gilbert (a avó Yetta), que faz a mãe dela, novamente. Benjamin Salisbury (Brighton) não atua mais, ele acabou de ter um filho, mas mantemos contato. Nicholle Tom (Margaret) veio ao estúdio dar oi na gravação do último episódio da primeira temporada. Daniel Davis (Nigel) está na Broadway, sempre vou vê-lo. Lauren Lane (C. C. Babcock) é professora na universidade do Texas. A gente quer muito que ela venha fazer uma participação, mas precisamos acertar a agenda com as aulas dela. A gente ia adorar ter um episódio com todo mundo, as crianças e tudo.”

No intervalo entre The Nanny e Happily Divorced, Drescher teve outra série no ar, Living With Fran, alguns outros papeis menores em cinema e TV e um início de carreira, acredite se quiser, como cantora, tendo gravado o single “Eye For an Eye”. “Eu estava envolvida de forma bastante séria com um homem, um produtor que venceu o Grammy quatro vezes. Ele acreditava que eu tinha uma certa qualidade especial na minha voz. Ele quis produzir e a ideia era fazer um disco, mas aí terminamos”, conta aos risos. A piada de que a voz caracteristicamente anasalada de Fran serve para uma carreira de cantora vem pronta, mas ela explica: “uso um tom diferente da minha voz. Ele tinha um ótimo ouvido e sabia identificar o tom certo. Na verdade, ainda não desisti totalmente da ideia, mas estou tão ocupada com a série agora, não dá tempo de pensar em muita coisa”.

A relação entre a atriz e a música sempre foi forte. Três de seus primeiros papeis da carreira foram em filmes bastante ligados ao assunto: Os Embalos de Sábado à Noite (1977), American Hot Wax 1978) e Isto É Spinal Tap (mockumentary de 1984, veja um trailer abaixo), que ela relembra como uma das melhores experiências da carreira. “Eu sou totalmente ligada à música, amo, frequento shows tanto quanto posso. O mais importante para quem atuou em Isto É Spinal Tap era saber improvisar. O roteiro era somente um resumão de 26 páginas, sem diálogos, a gente só sabia para onde tínhamos que conduzir a história. Eu sou boa de improvisação e tive muita sorte de ter a oportunidade de poder fazer isso com comediantes tão bons.”