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Festival do Rio 2012: Bad 25 e Verão Red Hook, as duas faces de Spike Lee

Verão Red Hook patina em sua própria proposta, mas o documentário é uma pérola tanto para entusiastas do rei do pop quanto para fãs de música

Paulo Gadioli, do Rio de Janeiro Publicado em 01/10/2012, às 10h30 - Atualizado às 10h36

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Verão em Red Hook - Reprodução
Verão em Red Hook - Reprodução

O diretor norte-americano Spike Lee chega ao Festival do Rio com dois lançamentos: a ficção Verão Red Hook e Bad 25, documentário sobre os vinte e cinco anos do disco lançado por Michael Jackson. Enquanto Verão Red Hook acaba patinando em sua própria proposta, o documentário é uma pérola tanto para entusiastas do rei do pop quanto para fãs de música.

Fãs do diretor podem se divertir em Verão em Red Hook, já que são feitas diversas referências a trabalhos anteriores de Lee, especialmente Faça a Coisa Certa. Contando a história de um garoto que é forçado a passar o verão com seu avô pastor, religioso apaixonado, o cineasta coloca muito de si no filme, especialmente nas filmagens feitas por uma câmera super 8.

Essa mobilidade na filmagem é um dos motes do longa. O jovem garoto Flik Royale leva seu iPad 2 para onde for, como que documentando tudo que está vendo pela primeira vez. O desenvolvimento da relação entre avô e neto é interessante, mas o excesso de discussões religiosas pode irritar os que não entrarem na proposta do longa.

A conversa sobre as leis e intenções de Deus é tanta que a grande revelação final, por demorar demais, acaba não tendo tanta força. Ao sair do sessão, pode-se ter a impressão que a ideia de Lee foi tentar entender alguns dos motivos que levam a pessoa a se apegar com tanta fé à religiosidade. No entanto, no decorrer do longos 135 minutos, mais parece que o diretor está passando um grande sermão.

Who’s Bad?

Enquanto Verão em Red Hook decepciona, Bad 25 compensa tudo e muito mais. O belo documentário lembra a série Classic Albums, em que são mostrados os bastidores de famosos discos de bandas como Metallica e Rush, porém com um valor de produção muito maior.

Vale lembrar, antes de tudo, que a discussão gira em torno do disco propriamente dito, então não espere por celebridades professando seu amor por Michael a cada minuto. Eventualmente estrelas como Mariah Carey, Chris Brown e Cee Loo Green dão depoimentos, mas o que interessa aqui são os produtores, engenheiros de som, músicos da banda. Pessoas de quem você geralmente não ouve falar.

Tudo começa com uma simples pergunta: como suceder Thriller? Essa foi a dúvida que assombrou a cabeça de Michael. Mesmo com um dos maiores hits da história em suas mãos, ele ainda queria mais. Passamos, então, música por música, destrinchando o que existe por trás de cada uma delas. São discutidos por profissionais que acabaram se tornando fãs do cantor detalhes como onde Michael estava na hora da composição, como o microfone foi ajustado para aquela determinada gravação e quem estava presente na sala.

O filme ganha força também ao abordar os videoclipes, ou melhor, como o próprio Michael preferia dizer, os curtas. Martin Scorsese, por exemplo, diretor do clipe de “Bad”, aparece em dois momentos: como o jovem barbudo que comandava Michael durante as gravações e agora, quase 20 anos depois, revendo seu trabalho. Outros diretores, como Joe Pytka, também fazem suas aparições para relembrar como Michael se sentia naqueles dias, como sua timidez impediu que beijasse a modelo Tatiana e as inspirações para “Smooth Criminal”.

É fascinante poder mergulhar na cabeça de Michael Jackson, ainda que apenas por algumas horas. Seja você fã do cantor ou apenas da boa música, Bad 25 é um documentário que merece ser visto por resgatar um momento muito importante da música pop.

Bad 25

Segunda - 01/10/2012 - Cinépolis Lagoon 5 – 21h

Quinta - 04/10/2012 - São Luiz 3 - 16h30

Quinta - 04/10/2012 - São Luiz 3 - 21h30

Quarta - 10/10/2012 - Est Sesc Botafogo 1 - 19h15

Verão em Red Hook

Quinta - 04/10/2012 - Est Vivo Gávea 4 – 17h20

Domingo - 07/10/2012 - Est Sesc Botafogo 1 – 15h50