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Festival do Rio 2012: Ruby Sparks – A Namorada Perfeita surpreende

Filme tem direção do casal Jonathan Dayton e Valerie Faris, de Pequena Miss Sunshine

Paulo Gadioli, do Rio de Janeiro Publicado em 01/10/2012, às 09h27 - Atualizado às 10h36

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Zoe Kazan - Reprodução
Zoe Kazan - Reprodução

Ao nos depararmos com a premissa de Ruby Sparks – A Namorada Perfeita - escritor magicamente dá vida a sua personagem ideal e começa a namorá-la -, pode parecer que esta é só uma versão hipster de Mulher Nota 1000. No entanto, o retorno da dupla Jonathan Dayton e Valerie Faris, de Pequena Miss Sunshine, acaba por nos mostrar justamente o contrário. Aqui, pouco interessa o que levou aquela mulher a se materializar ou os problemas que o escritor tem em encontrar uma namorada. O importante é a relação entre eles, tão problemática quanto qualquer outra.

Não quer dizer, porém, que o filme seja um drama denso. É leve, em grande parte pela química dos protagonistas Paul Dano e Zoe Kazan (foto), namorados na vida real. O roteiro da jovem Kazan, neta do célebre Elia, mostra-se corajoso ao não ter medo de ir para lugares sombrios quando necessário.

Talvez por ter sido escrito por uma pessoa em um relacionamento e dirigido por uma dupla casada o longa retrate tão bem as pequenas coisas que levam casais às brigas mais improváveis. É um retrato do que acontece depois do momento em que a maioria das comédias românticas terminariam, o que vem após o felizes para sempre.

Assim, o filme não é uma comédia romântica no sentido comumente utilizado. É balanceado, contrastando as dificuldades do amor frente à imprevisibilidade da vida. Calvin, personagem de Dano, tem controle total sobre sua namorada, Ruby. O que inicialmente parece uma benção torna-se um fardo, pois ao escolher mudar o que sua namorada sente em vez de entendê-la, o protagonista acaba ele mesmo se tornando o monstro da história.

O resultado disso é um dos melhores momentos do longa, em que criatura encontra criador. Fica difícil saber quem é o monstro e quem é a pessoa sã, pois o ego de Calvin entra em conflito direto com a inocência e o despreparo de Ruby para o fato de que ela é, na verdade, alguém que não existe.

Coisa fácil de se dizer em relação a muitos filmes é que eles são honestos. Porém, poucas vezes o termo se aplica tanto quanto em Ruby Sparks – A Namorada Perfeita. O protagonista Calvin encara a plateia nos olhos e conta sua história, buscando com compaixão e compreensão daqueles se dispuseram a lhe acompanhar. E ele não terá grandes dificuldades em conseguir.

Terça - 02/10/2012 - Kinoplex Tijuca 4 – 14h

Terça - 02/10/2012 - Kinoplex Tijuca 4 – 19h

Sábado - 06/10/2012 - Est Vivo Gávea 5 – 17h40

Domingo - 07/10/2012 - Cine Carioca – 19h30