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Rock Works 2015: imerso em improvisos e jams, Boogarins promove viagem lisérgica no festival

Banda goiana tocou apenas seis faixas em cerca de 40 minutos

Redação Publicado em 08/07/2015, às 01h57 - Atualizado às 21h43

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Boogarins no festival Rock Works - Pedro Amora
Boogarins no festival Rock Works - Pedro Amora

Os palcos têm sido realmente a casa do Boogarins nos últimos anos. Após o lançamento do álbum de estreia As Plantas Que Curam, de 2013, o quarteto viaja o Brasil e o mundo com o show baseado nas dez faixas lançadas por eles. A atual apresentação do grupo, entretanto, vai muito além da estrutura registrada das canções: parece uma imensa e livre jam session delimitada apenas pelos versos das músicas.

Lollapalooza 2015: Interlagos vira Woodstock com a lisergia do Boogarins.

Foi assim na última edição do Lollapalooza Brasil, nos mais recentes shows da banda com O Terno, e também na apresentação no festival Rock Works, que aconteceu na última terça, 7, em São Paulo. Foram tocadas “apenas” seis faixas – de longe, o menor setlist dos quatro shows do evento – em cerca de quarenta minutos, com cada música sendo prolongada ao gosto dos goianos.

Rock Works 2015: Far From Alaska pega pesado e conquista o público.

Após uma introdução, eles abriram a apresentação com "Lucifernandis", cujo refrão irreverente fez o público cantar junto. Sempre ostentando um sorriso malicioso, o vocalista Dinho Almeida pouco falou com o público, quase como uma estratégia para não "quebrar o clima" de todo o brilhantismo instrumental promovido pelo grupo. Em uma dos momentos mais inspirados, eles transformaram "Infinu" – originalmente com pouco mais de 3 minutos – em um denso aglomerado sonoro, capaz de hipnotizar boa parte da plateia.

Parecia que os goianos ficariam quanto tempo fosse necessário em cima do palco, tamanha a liberdade de cada performance. Eles, entretanto, encerraram a apresentação com outra versão estendida, da música "Doce", na qual Dinho cantou a última expressão do refrão – "eu vou" – repetidamente até os outros integrantes deixarem o palco.

Rock Works 2015: Scalene experimenta idolatria com show enérgico no festival.

O Boogarins é um grupo ainda em começo de carreira, preparando o segundo álbum para ser lançado este ano, mas já vive um momento especial, principalmente em cima do palco. Carregando uma brasilidade nas letras e ritmos, o quarteto foi responsável pela apresentação mais rústica e genuína do Rock Works, em um convite quase irrecusável ao universo lisérgico e colorido da banda.

Sobre o Festival Rock Works

Há 50 anos, Bob Dylan chocou os puristas do folk com sua primeira apresentação “elétrica”, no festival Newport Folk. Poucos anos depois, Jimi Hendrix tocou, para cerca de 320 mil pessoas, o hino dos Estados Unidos no festival Woodstock. No primeiro Rock in Rio, 30 anos atrás, o Paralamas do Sucesso se apropriou do hit do Ultraje a Rigor “Inútil” para protestar em defesa das eleições diretas.

Rock Works 2015: com cover de "Trem das Onze", Emicida faz show com tom político e cheio de energia.

No clima de confraternização sonora, a Rolling Stone Brasil anunciou a realização do Festival Rock Works, apresentado pela West Coast. Representando o rap e diversas facetas do rock nacional, a primeira edição do evento teve como atrações Emicida, Scalene, Boogarins, Far From Alaska e DJ Vito.

Assim como nos grandes momentos dos festivais ao redor do mundo, o primeiro Rock Works demonstrou compromisso com o presente, reunindo o que há de mais representativo na música brasileira contemporânea, do melhor álbum de 2013, de Emicida, ao grupo em maior ascensão no rock brasileiro atual, o Scalene.

O Rock Works também é um retrato vasto do Brasil como um todo, com atrações de quatro lugares diferentes do país. Enquanto o Boogarins traz a psicodelia de Goiânia, o Far From Alaska representa as guitarras da cidade de Natal, no Rio de Grande do Norte. Enquanto o Scalene é o mais novo representante da prolífica cena brasiliense, Emicida cantou as desventuras da rua paulistana.