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Rock Works 2015: Far From Alaska pega pesado e conquista o público

Grupo potiguar toca faixas de modeHuman; DJ Vito explora diferenças safras do hip-hop

Thiago Neves Publicado em 08/07/2015, às 01h11 - Atualizado às 21h42

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Far From Alaska no festival Rock Works - Pedro Amora
Far From Alaska no festival Rock Works - Pedro Amora

O dia na cidade de São Paulo nesta terça, 7, foi cinza, frio e chuvoso. Mas o clima do lado de dentro da Audio Club, durante a abertura do Festival Rock Works com o Far From Alaska, foi repleto de vitalidade e calor, bem em sintonia com o DNA dos roqueiros do Rio Grande do Norte. Antecedendo os amigos do Scalene, além de Boogarins e do rapper Emicida, a banda integrada por Emmily Barreto e Cris Botarelli tocou as faixas do celebrado modeHuman, disco de estreia lançado em 2014.

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O público, recém-chegado da chuva na capital paulistana, foi recepcionado com som pesado, um rock afirmativo e vibrante dos jovens músicos potiguares. Reproduzindo com segurança boa parte das canções do primeiro disco do grupo, Emmily comandava, através das já conhecidas dancinhas e de uma capacidade vocal cativante, um show dinâmico, constante, que, indiscutivelmente, deixou bem desperta a plateia do Festival Rock Works.

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Em entrevista concedida à Rolling Stone Brasil antes de subir ao palco, Lauro Kirsch, baterista do Far From Alaska, resumiu o sentimento dos músicos em relação ao repertório: “Acreditamos para caralho nesse álbum. Ainda há muito o que ser explorado nele”, afirmou o músico. De fato, a fala de Kirsch se manifesta ao vivo, pois, como quem entende o que faz, o quinteto de Natal é não é penas convincente, mas muito assertivo em sua estrutura como elemento artístico.

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É indiscutível a preocupação dos integrantes da banda para que as manifestações ao vivo do grupo transpareçam um conceito bem determinado, uma linguagem elaborada, não apenas a reprodução indiscriminada de um modelo chato e nada desafiador. Há, provavelmente, mais amadurecimento no caminho do grupo de rock potiguar, mas a banda merece todos os aplausos, pois é sangue jovem e dialoga com o que se faz na música ao redor do mundo.

DJ Vito

Ostentando um camiseta do coletivo de rap da década de 1980 N.W.A., DJ Vito criou o clima para que as bandas subissem ao palco. Tocando faixas de rap de diferentes épocas, o DJ não apenas aqueceu os ouvidos dos fãs como manteve na mente de todos o ponto de chegada do Festival Rock Works, encerrado com o show do rapper Emicida, principal atração da noite.

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Sobre o Festival Rock Works

Há 50 anos, Bob Dylan chocou os puristas do folk com sua primeira apresentação “elétrica”, no festival Newport Folk. Poucos anos depois, Jimi Hendrix tocou, para cerca de 320 mil pessoas, o hino dos Estados Unidos no festival Woodstock. No primeiro Rock in Rio, 30 anos atrás, o Paralamas do Sucesso se apropriou do hit do Ultraje a Rigor “Inútil” para protestar em defesa das eleições diretas.

No clima de confraternização sonora, a Rolling Stone Brasil anunciou a realização do Festival Rock Works, apresentado pela West Coast. Representando o rap e diversas facetas do rock nacional, a primeira edição do evento teve como atrações Emicida, Scalene, Boogarins, Far From Alaska e DJ Vito.

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Assim como nos grandes momentos dos festivais ao redor do mundo, o primeiro Rock Works demonstrou compromisso com o presente, reunindo o que há de mais representativo na música brasileira contemporânea, do melhor álbum de 2013, de Emicida, ao grupo em maior ascensão no rock brasileiro atual, o Scalene.

O Rock Works também é um retrato vasto do Brasil como um todo, com atrações de quatro lugares diferentes do país. Enquanto o Boogarins traz a psicodelia de Goiânia, o Far From Alaska representa as guitarras da cidade de Natal, no Rio de Grande do Norte. Enquanto o Scalene é o mais novo representante da prolífica cena brasiliense, Emicida cantou as desventuras da rua paulistana.