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Em Loucos por Justiça, Mads Mikkelsen transforma luto e sede de vingança em jornada surpreendente de aceitação e casualidade [REVIEW]

Dirigido por Anders Thomas Jensen, Loucos por Justiça conta com trama bem humorada sobre luto, culpa, vingança e coincidência

Vitória Campos (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 15/08/2021, às 16h00

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Nikolaj Lie Kaas, Nicolas Bro, Lars Brygmann e Mads Mikkelsen em Loucos por Justiça (Foto: Divulgação)
Nikolaj Lie Kaas, Nicolas Bro, Lars Brygmann e Mads Mikkelsen em Loucos por Justiça (Foto: Divulgação)

Há uma explicação para tudo ou as adversidades da vida acontecem por pura coincidência? Em um thriller de vingança surpreendente, Mads Mikkelsen nos leva em jornada de luto cheia de altos e baixos — mas, com ótimo humor, aborda as fatalidades da vida e mostra como, ser “louco por justiça” pode te desviar do caminho certo.

Dirigido por Anders Thomas Jensen, o filme dinamarquês Loucos por Justiça (2020) retrata Markus (Mads Mikkelsen), militar no Afeganistão quem perde a esposa em um acidente de trem, o qual acredita ser ligado à máfia. Por isso, precisa voltar à Dinamarca para cuidar da filha Mathilde (Andrea Heick Gadeberg) e, para superar o luto, recorre à vingança ao lado de três cientistas-hackers

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O público está acostumado com filmes estereotipados em busca de vingança, mas Loucos por Justiça consegue subverter o gênero de modo divertido e reflexivo, questionando a violência e culpa e as transformando — gradualmente — em casualidade e aceitação. 

Sem dúvidas, o maior acerto é conseguir conciliar as temáticas fortes, como luto, traumas, raiva e violência com humor. Mas, não estamos falando sobre uma comédia irresponsável, e sim capaz de tratar questões sérias de maneira sensível e sempre muito cômica. 

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Anders Thomas Jensen traz um roteiro inesperado cheio de plot twists, mas outro ponto essencial para ditar o tom são as atuações marcantes. Sem dúvidas, Mikkelsen é a grande estrela. Markus, personagem do ator, é o aspecto mais sombrio e consegue trazer o peso do luto e raiva de maneira ensurdecedora, mesmo com poucas palavras. Cada expressão mostra como ele, desesperadamente, precisa de ajuda — e como não vai encontrá-la na vingança. 

No entanto, esse ódio mesclado com as participações dos três cientistas-hackers - Otto (Nikolaj Lie Kaas), Emmenthaler (Nicolas Bro) e Lennart (Lars Brygmann) - usados como alívio cômico, torna a produção acessível para todos os públicos, não o transformando em um longa pesado, apesar de tratar sobre temas difíceis.

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Em um filme como qualquer outro, os três personagens serviriam como apoiadores da violência e, mesmo com participação no derramamento de sangue, diferem-se do esperado ao funcionarem como “terapeutas” do protagonista. E, sim, tudo seria resolvido com terapia — principalmente a relação de Markus com a filha Mathilde

Perder um parente ou um amigo é muito doloroso. Alguns sabem lidar “melhor” e conseguem subverter, lentamente, a tristeza e raiva em aceitação, como Mathilde. A personagem é doce e precisa de apoio após perder a mãe, mas o pai, cego pelo ódio e pelo jeito violento, não consegue oferecer a ajuda necessária. 

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Sem dúvidas, o longa soube trabalhar muito bem as relações entre os personagens, tornando cada núcleo divertido e, de certa forma, emocionante. A procura pelo motivo de certas situações acontecerem é inútil, e atrasa os personagens de chegarem na fase de aceitação. Mesmo assim, essa jornada em busca do sentido da vida é muito interessante e, provavelmente, identificável em cada um de nós. 

Loucos por Justiça funciona como um ótimo filme de ação repleto de sangue e violência, mas, ao mesmo tempo, serve como uma jornada engraçada e espontânea sobre as fatalidades da vida e, como, independente de tudo, estamos sujeitos ao acaso. 

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A produção está disponível para compra e aluguel na Claro Now, Vivo Play, Sky Play, iTunes/Apple Tv, Google Play e YouTube Filmes. Confira o trailer:


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