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Foo Fighters dá festa pop em Medicine at Midnight, novo disco [REVIEW]

O décimo disco do porta-bandeira do rock alternativo é o mais otimista já feito pela banda

Kory Grow | Rolling Stone EUA. Tradução: Vitória Campos | @camposvitoria sob supervisão de Yolanda Reis Publicado em 02/02/2021, às 07h39

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Foo Fighters em 2014 - (Foto: Stephen Lovekin/Getty Images)
Foo Fighters em 2014 - (Foto: Stephen Lovekin/Getty Images)

Foo Fighters tem sido uma instituição confiável de rock alternativo há mais de 25 anos. Uma banda com esse estilo de músicas poderia ficar entediada ou complacente com seu trabalho. Mas, Dave Grohl e companhia continuam trabalhando juntos alegremente, lançando ótimos discos, satisfazendo sua enorme legião de fãs com shows em grandes estádios e mantendo tudo fresco ao criar conceitos interessantes como Sonic Highways, álbum e série documental lançada pela HBO em 2014, além de colaborações com amigos, como Justin Timberlake, Rick Astley ou Serj Tankian.

O décimo disco dos Foo Fighters é positivo até mesmo para seus padrões únicos e bem ajustados, retornando ao rock alternativo dos anos 90, com menos truques e travessuras.

Foo Fighters em 2014 (Foto: Stephen Lovekin/Getty Images)
Foo Fighters em 2014 (Foto: Stephen Lovekin/Getty Images)

Desde a primeira faixa, “Making a Fire”, o disco se mostra mais brilhante e otimista do que qualquer trabalho já realizado. Enquanto Grohl comanda um riff de guitarra escorregadio ascendendo aos céus, um coro de mulheres canta um refrão ensolarado de “na-na-na” levando a um colapso gospel e a sua última confissão lírica: “Esperei a vida toda para viver.” Há mais “na-na-nas”, aliás, fora de coros, pela voz da convidada mais notável do LP, a filha adolescente de Dave, Violet, responsável por gravar suas próprias harmonias. Seja um sentimento de orgulho paterno ou pura determinação, Grohl soa revigorado aqui, e esse entusiasmo é a luz guia para o grupo no disco.

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Embora Grohl tenha passado grande parte de sua carreira pós-Nirvana imitando seus ídolos do rock de rádio FM dos anos 70, Medicine at Midnight evidencia uma veia pop sugerida antes. Assim como em seu último álbum, Concrete and Gold (2017), Foo Fighters se juntou ao produtor de Adele e Kelly Clarkson, Greg Kurstin, quem as ajudou a aprimorar suas sensibilidades melódicas. Na faixa título, misturam loops de discoteca funky e violão sem perder o tom, e a balada serena “Chasing Birds” tem uma melodia continuada bem depois de seu acorde final.

Mesmo as canções de rock pesado transbordam doçura para os ouvidos. A banda experimenta um estilo “Low Rider” em “Cloudspotter”, brinca com sons de laser de videogame e vocais gospéis no punk anti-guerra “No Son Of Mine”, e tenta um vocal parecido com Freddie Mercury com ritmos peculiares em “Holding Poison”. Quando Grohl diz “precisa haver mais nisso... porque eu preciso de mais”, na lenta construção de “Waiting on a War”, o melhor rock do disco, soa como uma arena esperando para cantar junto.

A banda terminou Medicine at Midnight antes da pandemia de Covid-19, e isso pode explicar o bom humor do disco. Apenas o primeiro single relativamente deprimente do álbum, “Shame Shame”, parece fora do lugar, e há momentos suficientes para perceber isso – basta apenas checar a ode à alegria no final do LP, “Love Dies Young”. É um dos muitos lembretes de como conceitos e truques têm seu lugar, mas Grohl está em seu melhor quando se solta e arrasa.

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