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Gestores do espólio de Prince processam produtor por EP póstumo do cantor

O produtor teria “esperado até após a morte trágica de Prince, e está tentando lançar faixas sem a autorização do espólio”, alegam os gestores

Rolling Stone EUA Publicado em 20/04/2017, às 12h16 - Atualizado às 13h14

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Em 2011, escolhendo ser chamado de TAFKAP – The Artist Formely Known as Prince –, em cima do piano em show no Hop Farm Festival, depois de ter tocado o instrumento - Cap
Em 2011, escolhendo ser chamado de TAFKAP – The Artist Formely Known as Prince –, em cima do piano em show no Hop Farm Festival, depois de ter tocado o instrumento - Cap

Um dia após uma nova música de Prince, chamada “Deliverance”, ter subitamente aparecido nos serviços de streaming acompanhada do anúncio de um EP póstumo de mesmo nome, os gestores do espólio de Prince entraram com uma ação contra o coprodutor do trabalho, Ian Boxill.

No processo, feito pela Paisley Park Enterprises na última terça, 18, o espólio alega que Boxill está lançando “Deliverance” e outras cinco gravações inéditas de Prince sem a permissão dos gestores. A coletânea de músicas, Deliverance, estava marcada para ser lançada nesta sexta, 21, no aniversário de um ano da morte de Prince.

Apesar de o espólio ter confirmado a autenticidade das músicas, foi afirmado que a divulgação das faixas de Deliverance é “não autorizada” e que Boxill está violando os termos do acordo de gravação feito com Prince.

Boxill planejava lançar Deliverance pela gravadora Rogue Music Alliance (RMA), com “a maioria” de todas as vendas sendo dirigidas ao espólio de Prince. Apesar dessa promessa, os gestores explicaram a ação legal que tomaram em um comunicado à Rolling Stone EUA.

“O espólio de Prince Rogers Nelson está ciente de que o Sr. George Ian Boxill, em conjunto com a Rogue Music Alliance, divulgou um comunicado à imprensa anunciando a intenção de distribuir gravações e composições inéditas de Prince”, o espólio diz, acrescentando que o comunicado “não foi autorizado”.

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“Durante sua carreira incomparável, Prince trabalhou com muitos engenheiros de som, incluindo o Sr. Boxill”, o comunicado continua. “Assim como os outros engenheiros que tiveram a oportunidade de trabalhar com Prince, o Sr. Boxill assinou um acordo, no qual ele concordava que (1) todas as gravações nas quais ele trabalhou com Prince continuariam a ser propriedade exclusiva de Prince; (2) ele não utilizaria nenhuma gravação ou propriedade de qualquer maneira; e (3) ele devolveria todas essas gravações a Prince imediatamente caso fosse pedido. O Sr. Boxill não cumpriu com esse acordo. Em vez disso, o Sr. Boxill manteve cópias de certas faixas, esperou até após a morte trágica de Prince, e está agora tentando lançá-las sem a autorização do espólio e em violação ao acordo e à lei.”

As músicas em Deliverance foram geradas em uma sessão de gravação em 2006 de Prince e Boxill, e o engenheiro completou as faixas após a morte do cantor. Em um comunicado divulgado na última terça, 18, Boxill disse que “Prince uma vez me falou que ele ia dormir todas as noites pensando em maneiras de contornar as grandes gravadoras e levar a música dele diretamente para o público. Quando pensávamos em como lançar este trabalho importante, decidimos que seria de forma independente porque é o que Prince gostaria que acontecesse”.

Ainda não está claro se o processo impedirá o lançamento de Deliverance nesta sexta, 21; a RMA anunciou o que o EP seria lançado digitalmente e em cópias físicas.

“O espólio está tomando ações legais imediatas para impedir o Sr. Boxill de continuar a violar o acordo que ele havia feito, além dos direitos do espólio e dos parceiros em relação às gravações de Prince”, o espólio acrescenta. “Qualquer disseminação das gravações e composições musicais, ou divulgação delas em qualquer arte visual ou coisa do tipo, não está autorizada e viola os direitos do espólio às gravações e composições musicais."

O processo contra Boxwill é a maior questão legal a envolver o espólio de Prince desde a morte do cantor, sendo que o espólio também se envolveu em um processo contra a plataforma Tidal por conta da exclusividade do catálogo digital de Prince.