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Finalmente no Brasil

“Acho que estamos presos entre nossas raízes e crenças punks e a exposição mainstream”, diz Hannah Blilie, baterista do Gossip, que após dois cancelamentos no país se apresenta no país durante o Planeta Terra Festival

Stella Rodrigues Publicado em 20/10/2012, às 12h31

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Galeria Furões - Gossip - Lee Broomfield / Divulgação
Galeria Furões - Gossip - Lee Broomfield / Divulgação

Pode parar as apostas porque… sim! Desta vez o Gossip vem de verdade! Depois de dois cancelamentos no Brasil - o primeiro, em 2008, desfalcou o Tim Festival, e dois anos depois, alegando problemas de saúde da vocalista Beth Ditto, o grupo desistiu da vinda – o trio desembarca no Brasil para integrar o line-up do Planeta Terra Festival neste sábado, 20. Esta foi a primeira pergunta que a simpática baterista do Gossip, Hannah Blilie, respondeu entre risos em entrevista por telefone à Rolling Stone Brasil. “Estávamos encerrando turnês longas das outras vezes e exaustos, acabou não dando certo, mas desta vez dará. Estamos quase aí!”, conta ela, animada com a viagem. Falando da Argentina, pouco antes de vir ao Brasil, ela relatou empolgada todos os passeios que fez na terra dos Hermanos (“fomos ver o Boy George discotecar!”), onde passeou bastante – algo que pretende fazer ao máximo por aqui também.

Sem nem ideia das outras atrações que também subirão ao palco indie do evento, Hannah soltou um gritinho animado ao saber que Azealia Banks se apresentaria. “Eu tentei vê-la algumas vezes, mas ela cancelou a participação em uns dois festivais em que eu estaria”. A ironia não passou despercebida pela bem-humorada Hannah, que brinca “ela é bem como a gente, fica cancelando festivais por aí [risos]”. A baterista comenta ainda que nem sempre vê outros shows quando tem a oportunidade em festivais. “A gente sempre está no mesmo festival que o Kings of Leon”, comenta, fazendo um som de ”blergh”. “Não quero começar uma rivalidade com eles”, ri, “mas é uma daquelas bandas… eles e o Kasabian estão sempre tocando no mesmo festival que a gente, mas não são exatamente o tipo de música que curto”, diz ela, ainda sem saber que, desta vez, não terá a companhia no Kasabian entre as atrações, já que a banda teve que cancelar sua participação na última hora.

Veterana de diversos grupos punks, antes de entrar para o Gossip, Hannah agora participa de uma banda que, embora não tenha uma sonoridade punk, é bastante lembrada pela defesa de seus ideiais, especialmente causas diversas referentes ao feminismo e ao movimento GLBTT. “Não nos consideramos nem de longe ícones do punk. Mas crescemos dentro desse movimento, ouvindo punk. É uma palavra muito ampla. Crescemos no ambiente riot, da bandas de garotas”, diz. “A gente certamente não se esqueceu disso, nos sentimos como outsiders no mainstream”, diz, analisando: “acho que estamos presos entre nossas raízes e crenças punks e a exposição mainstream”.

Em A Joyful Noise, porém, que é o disco mais recente da banda, o pop dançante se destaca enormemente, deixando de lado o rock e o peso que a sonoridade carregava anteriormente. “Sim, ouvimos muito Abba para nos inspirar”, diz ela sobre os músicos suecos com os quais o trabalho novo tem sido constantemente associado. “Sempre escutamos, mas antes de fazer este disco prestamos mais atenção à forma como era feitas as composições e na questão da produção de pop”, diz ela. “Eles levavam isso muito a sério. Muita gente acha o Abba cafona, mas eu acho ótimo e do ponto de vista de produção o grupo soa maravilhoso”, elogia. “Mas também ouvimos muita música de adulto, como Paul Simon”, ri. “Acho que para o próximo disco a gente talvez busque uma impressão mais esparsa, talvez mais minimalista. Mas depende do que a gente estiver escutando na época e de quem será o produtor”, encerra.