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Há 20 anos, Guns N' Roses retornava aos palcos com inesquecível show ‘circense’

Show aconteceu em 14 de janeiro de 2001 na 3ª edição do Rock In Rio

Itaici Brunetti | @itaicibrunetti Publicado em 14/01/2021, às 11h25 - Atualizado às 11h37

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Axl Rose e Bucket Head no Rock in Rio 2001 (Foto: reprodução/vídeo)
Axl Rose e Bucket Head no Rock in Rio 2001 (Foto: reprodução/vídeo)

A 3º edição do Rock in Rio, realizada em 2001, apresentava no line-up um dos shows mais aguardados não só pelos brasileiros, mas também pelos fãs de rock do mundo todo: o retorno do Guns N' Roses aos palcos. A banda de Axl Rose estava sumida há quase sete anos e a apresentação em nosso país estava sendo divulgada como "a volta do Guns". 

O show aconteceu em 14 de janeiro, há exatos 20 anos, eapresentou a versão repaginada do Guns N' Roses sem o guitarrista Slash e o baixista Duff McKagan na formação, mas com integrantes de renomes em seus lugares, no entanto, de poucas afinidades estéticas e musicais com a banda de hard rock apelidada de "a mais perigosa do planeta". 

Dos novos músicos, havia um guitarrista muito alto, mascarado, e que usava um balde na cabeça: o cultuado e virtuoso Buckthead. A segunda guitarra era ocupada por Robin Finck, do Nine Inch Nails, que exibia um visual gótico no calor infernal que fazia no Rio de Janeiro. No baixo, o punk Tommy Stinson, do The Replacements, e na bateria Bryan Mantia, do grunge-experimental Primus. O mais antigo, e a ver com a banda, era o tecladista Dizzy Reed, que está com Axl desde o início da década de 1990 e continua até hoje no grupo

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Mesmo com o maior público da história do Guns à sua frente, com 240 mil pessoas no total, e somado ao nervosismo e a ansiedade de ser o primeiro grande show da nova formação, Axl Rose não se intimidou e entregou uma apresentação inesquecível e, digamos, circense - no melhor sentido da palavra. No palco, teve de tudo: explosões, músicos excêntricos, exibição de nunchaku, cover de Tim Maia e até choro "em família". 

Televisionado para todo o país, Axl Rose acabou recebendo uma enxurrada de críticas por sua performance vocal abaixo das expectativas e por falar demais entre as músicas. O seu corpo físico, antes sarado e tido como 'colírio' da geração roqueira da década anterior, chegou a ser notícia mundial por ostentar alguns quilos a mais. 

Cover de Tim Maia

No repertório, clássicos como Welcome to The Jungle, You Could Be Mine, Sweet Child O' Mine, November Rain, Patience e Paradise City estiveram presentes, além de cinco inéditas, entre elas Madagascar e Chinese Democracy. A estranha no ninho - que dividiu opiniões do público, ficou por conta de uma versão 'rock n' roll' para Sossego, do Tim Maia, que nada combinava com a banda e foi executada por Robin Finck. 

Solo de nunchaku

Lá pelo meio do show, para ficar com mais clima de "festa estranha com gente esquisita", o guitarrista Buckethead realizou um solo de nunchaku (isso mesmo, a arma de artes marciais) para entreter o público enquanto o restante da banda e Axl Rose descansavam. 

E tem mais. Antes de empunhar o seu instrumento e mostrar que é um excelente guitarrista, o mascarado arriscou uma dança robô ao som de uma música eletrônica de fundo. Ou seja, tudo o que os fãs não esperam ver em um show do Guns. 

Choro ao vivo

Também houve o momento "novela mexicana" em que, quase ao final da apresentação, Axl resolveu agradecer a sua "família brasileira" e chamou ao palco Beta Lebeis, mulher que trabalha com o cantor há cerca de trinta anos e é considerada por ele como "uma mãe". Os dois se abraçaram, se emocionaram e caíram no choro na frente da multidão. 

A performance do "novo" Guns N' Roses no Rock in Rio de 2001 tinha tudo para ser um grande fiasco, mas Axl Rose conseguiu sair triunfante, mesmo com todo o "circo" apresentado. Tanto que o espetáculo serviu de gás para a banda seguir adiante no decorrer dos anos, e até conseguir lançar o tão aguardado álbum Chinese Democracy, em 2008. 

Até hoje os fãs se perguntam: "O que foi o Guns N' Roses em 2001?". E, acredite, isso é uma boa lembrança. 

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