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Há quem diga que Birds of Prey será um fiasco porque as personagens não são sexy o bastante - e, sim, isso é estúpido

Estrelado por Margot Robbie, a mais recente produção da DC promete subverter a imagem de ícone sexual da personagem e estabelecer ideias feministas

Nicolle Cabral Publicado em 30/01/2020, às 12h16

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Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa (Foto: Reprodução)
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa (Foto: Reprodução)

Quando saíram as primeiras impressões de Margot Robbie no papel de Harley Quinn no primeiro filme dos supervilões secretos da DC, Esquadrão Suicida (2016), automaticamente a atriz virou alvo de comentários nas redes sociais sobre o quão "sexy" ela estava. 

Após a estreia da produção, as observações sobre o assunto aumentaram. De um lado, alguns fãs da história do HQ não viram nenhum problema nisso e transformaram a personagem em um grande símbolo sexual. Com isso, pouco tempo depois várias pessoas aderiram o figurino para também se sentirem 'desejadas' e ignoraram completamente a complexidade mental da personagem, vítima de abusos pelo relacionamento conturbado com o supervilão, Coringa

Na recente vinda de Robbie ao Brasil, a atriz chegou a comentar sobre o assunto no painel de divulgação do spin-off da personagem Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa: "É curioso que, quando interpretei a Arlequina pela primeira vez jamais pensei que ela se transformaria em modelo para alguém. Quero dizer, ela é psicopata, a bússola moral não funciona, é falha. Ela está em um relacionamento tóxico quando você a conhece. Não tem nenhum dos ingredientes de um modelo".

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Mas agora, o cenário é outro. Depois do fracasso do filme Esquadrão Suicida, Aves de Rapina surge para subverter todo o cenário da hiperssexualização vivida por Robbie e promete acertar em todos os aspectos que deram errado na produção anterior. 

"Aves de Rapina é um filme sobre mulheres fortes e imperfeitas, em uma Gotham não comandada por Bruce Wayne", diz Margot Robbie

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Dirigida por Cathy Yan, o filme terá um elenco de peso e feminino: Jurnee Smollett-Bell como Canário Negro, Mary Elizabeth Winstead (Caçadora), Ella Jay Basco (Cassandra Cain) e Rosie Perez (Renee Montoya). E Ewan McGregor que chega ao Universo Cinematográfico da DC para viver o vilão Máscara Negra

O ator, inclusive, deu uma recente entrevista à revista Premiere e afirmou que a produção é completamente feminista. 

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"Nos diálogos de Aves de Rapina, sempre há aquele toque de misoginia no dia a dia. Nas coisas que você diz como homem e nem percebe... E tudo isso está no roteiro de uma maneira muito sutil. Eu achei isso brilhante", explica o ator. 

No entanto, esse novo direcionamento para a personagem não a agrada a todos, principalmente quando falamos sobre um público majoritariamente masculino que foi atraído por ela pela primeira vez com uma noção sexualizada.

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Não em vão, após a divulgação do trailer algumas pessoas usaram o Twitter para expressar o desgosto pelo figurino das protagonistas. 

A razão não é nada surpreendente: "porque [no filme] as mulheres não estão sexy o suficiente". Após surgirem os primeiros comentários, a polêmica ganhou uma atenção maior e outros fãs da HQ também se manifestaram:  

"Eles removeram qualquer apelo sexual que esses personagens atraíssem um público feminino com um "poder feminino", em vez do público principal dos quadrinhos". 

"Sem fotos de Harley Quinn com uma roupa sexy? Essa é a ÚNICA razão pela qual alguém foi ver o Esquadrão Suicida. Sem Harley com uma roupa minúscula, este filme vai falhar como um pássaro morto", escreveram. 

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Quando uma personagem feminina é hiperssexualizada nas telas dos cinemas, na maior parte das vezes, isso é feito por uma figura masculina. E a indústria cinematográfica está mais do que acostumada com esse tipo de ponto de vista, consequentemente, o público também.

Agora, quando uma produção possui uma direção ou roteiro liderado por uma mulher, o espetáculo do voyerismo (a noção de que é um homem assistindo ao filme e não uma mulher) é cessado, porque isso faz com que as mulheres se vejam como elas são, e não exclusivamente como um símbolo sexual. 

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Com a estreia do filme se aproximando (dia 7 de fevereiro), as expectativas são de que o longa arrecade entre US$ 49 milhões e US$ 55 milhões nos primeiros dias do lançamento, segundo o Deadline.

Ainda de acordo com o site, o filme produzido e estrelado por Margot Robbie deve ter um bom desempenho com a população da faixa-etária com menos de 25 anos, além do interesse de mulheres jovens.

Talvez, após a estreia, mais comentários como esses apareçam, alguns fãs não tenham a mesma motivação que afirmaram ter por Esquadrão Suicida, mas uma coisa é óbvia: Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa está no caminho certo. 


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