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Harmonizando música e estética

Para P-Thugg, do Chromeo, anos 80 inovaram a relação de som e visual; “Você olha para a capa de um disco pop hoje, Justin Bieber ou Britney Spears, e as cores são todas feias”, afirma

Stella Rodrigues Publicado em 11/05/2012, às 14h16 - Atualizado às 16h57

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Chromeo - AP
Chromeo - AP

Crescendo na etnicamente diversa Montreal nos anos 80, o duo Chromeo levou para a carreira musical de forma muito intensa as experiências da infância. Primeiramente, a década reluz no trabalho da dupla. E, em segundo lugar, como eles mesmos gostam de brincar, os aspectos multiculturais do local fazem deles a parceria mais bem-sucedida da história entre um árabe (P-Thugg, nascido no Líbano como Patrick Gemayel e usando boné na foto) e um judeu (Dave 1, registrado David Macklovitch). “Sempre descobrimos que há mais similaridades do que diferenças”, diz P-Thugg à Rolling Stone Brasil, relembrando os tempos de escola em que brincava com crianças de todas as nacionalidades possíveis.

O Chromeo esteve anteriormente no Brasil somente para eventos fechados e faz às 2h da madrugada deste sábado, 12, o primeiro show aberto ao público no país. No sábado à noite a dupla se apresenta no Rio. “Nem sabemos se temos fãs aí, esperamos que sim”, diz ele modestamente.

Animado com a perspectiva de integrar logo o line-up da primeira edição do nosso Sónar, o músico comentou a programação e o conceito do evento, que é tido como um festival de vanguarda. “Eu acho que a gente cabe bem em qualquer lugar, inclusive em um festival de proposta diferente. Foi muito legal que eles quiseram a gente na primeira edição. Estamos ansiosos para ver as bandas locais, elas não chegam muito por lá. A gente só conhece o pessoal old school, queremos ver os novatos.”

Das outras visitas, o que Thugg relembra com mais carinho é dos passeios para comprar discos em São Paulo e das aventuras gastronômicas. “Me levaram na Galeria do Rock. Comprei tipo 150 discos, paguei uma fortuna de excesso de bagagem. E lembro até hoje da comida, comi baião de dois e um monte de coisas diferentes. Quero agora experimentar outras.”

Os planos depois da volta para casa já estão bem traçados. A dupla passará os próximos seis meses se concentrando em fazer o novo disco, sucessor de Business Casual, de 2010. “Começamos há uns dois meses, temos muitas demos. Agora temos que transformar isso em disco, selecionar as melhores ideias. Serão seis meses divertidos.” A primeira coisa a ser feita assim que houver uma definição a respeito do primeiro single é pensar no clipe dele, já que os dois tendem a caprichar bastante na área visual. “Clipes são muito importantes para nós, é por meio deles que as pessoas completam o conceito que têm de nós. Colocamos tanta importância no visual, quanto na música. Somos colecionadores de discos e de itens vintage. Amamos capas de discos, moda retrô”, conta.

A paixão pelo visual nasce da forte relação entre a música deles e a esteticamente criativa década de 80. “Você olha para a capa de um disco pop hoje, Justin Bieber ou Britney Spears, e as cores são todas feias”, argumenta. “Damos muita atenção para o visual das coisas e temos uma estética consistente no que diz respeito a música, clipes, capas de discos, fotos de divulgação, pôsteres. Gostamos de dar o pacote completo, do começo ao fim.”

O assunto parece ser o preferido dele. “A moda das décadas de 70 e 80 fazia parte do artista, de como ele se apresentava”, continua, “Jaquetas e penteados malucos… foi um período de muita experimentação em todas as áreas. Foi assim na música, com sintetizadores, bateria eletrônica, e na moda, com combinações estranhas de cores, cortes de cabelo assimétricos. Para mim, foi quando tudo aconteceu. Adaptamos essa mentalidade para os dias de hoje”, define. “Muita gente reclamava nos anos 90 que nada musical tinha acontecido na década anterior. Para mim, é totalmente o contrário, foi aí que as coisas se tornaram realmente inovadoras e interessantes.”

Videogames: a nova MTV

A sonoridade eletrônica do Chromeo, em alguns momentos, parece ter sido criada para se casar com videogames, de tão bem que entrosa com a mídia. Sendo assim, a dupla tem faturado um dinheiro considerável licenciando material para diversos jogos, embora eles mesmos não sejam grandes gamers. “Eu só gosto de jogar títulos que tenham a ver com a NBA, porque gosto de basquete. Mas é muito legal ouvir minha própria música em um game que eu esteja jogando. É bom porque os videogames vendem muito e estão ajudando os artistas a divulgar seu material. Dá mais resultado, provavelmente, do que colocar um clipe na MTV.”

Sónar São Paulo 2012

Parque Anhembi: Av. Olavo Fontoura, 1.209

R$ 250 (sexta), R$ 250 (sábado) ou R$ 450 (os dois dias) - há meia entrada

Vendas online: ingresso.com.br

Veja o line-up completo:

11 de maio

SONARVILLAGE

20h00 Mauricio Fleury

21h30 James Pants

22h30 Cut Chemist

23h30 Doom

00h30 Zegon

01h30 Emicida

02h30 DJ Marky vs. DJ Patife

04h00 Super Guachin

SONARHALL

20h00 Za!

21h00 Ricardo Donoso

22h00 Muti Randolph & Clara Sverner

23h00 Tahira

23h30 Criolo

00h30 Tahira

01h00 Little Dragon

02h00 Tahira

02h30 Austra

03h30 Tahira

SONARCLUB

21h30 James Blake

23h00 Kraftwerk

00h30 Hudson Mohawke

02h00 Chromeo

03h00 Skream

04h00 Gui Boratto

12 de maio

SONARVILLAGE

16h00 Dago

17h30 Gang do Eletro

18h30 Pazes

19h30 Tiger & Woods

20h30 Rustie

22h00 Flying Lotus

23h00 James Holden

01h00 Four Tet

02h00 Seth Troxler

04h00 Totally Enormous Exctinct Dinosaurs

SONARHALL

16h00 Psilosamples

17h00 Silva

17h45 Thomash

18h15 KTL

19h15 Thomash

20h15 Alva Noto & Ryuichi Sakamoto

21h30 M. Takara vs. Akin

22h30 Mogwai

23h30 Bruno Belluomini

00h30 James Blake

01h30 John Talabot

03h00 Squarepusher

SONARCLUB

21h00 Nedu Lopes

22h00 Cee Lo Green

23h00 The Twelves

00h00 Justice

01h10 Munchi

02h10 Modeselektor

03h10 Jeff Mills

Chromeo no Rio de Janeiro

12 de maio, às 23h

Circo Voador - Rua dos Arcos, s/n

R$ 190

Vendas online: www.ingresso.com.br