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HOTLIST #2: Dead Fish, Rambo, Supla de latex, Ludmilla, Chico Bernardes, Brvnks, Rubel + Anavitória e mais

A coluna semanal da Rolling Stone Brasil traz os principais acontecimentos da música, nacional e internacional, e cultura pop

Pedro Antunes Publicado em 01/06/2019, às 20h03

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A HOTLIST da semana tem Supla, Chico Bernardes, Miley Cyrus e mais
A HOTLIST da semana tem Supla, Chico Bernardes, Miley Cyrus e mais

A segunda edição da HOTLIST, a coluna semanal da Rolling Stone Brasil com o de mais quente aconteceu da música nacional e internacional, e  pitadas de cultura pop está ruidosa e crocante. São muitos os lançamentos da semana que fazem uma barulheira, mas no sentido bom da coisa toda.

Dead Fish, por exemplo, voltou com o pesado e raivoso Ponto Cego. Já a Brvnks enfim soltou o disco de estreia dela, depois do tão falado EP Lanches. Morri de Raiva, o álbum, saiu pela Sony Music, o que por si só já é bastante chique, e escancara os anseios de Bruna Guimarães sobre o que é viver em 2019 em uma cidade como São Paulo, com um trabalho das 8h às 17h, contas para pagar e tudo mais.

Também temos o retorno de Miley Cyrus à música, com um EP, Supla lançando mais um clipe, a estreia linda do Chico Bernardes (irmão do vocalista do Terno Tim), um DVD ao vivo da Ludmilla, o novo e belíssimo álbum das Bahias e a Cozinha Mineira… Isso sem falar no retorno de Sylvester Stallone como Rambo, que agitou a internet durante a semana.

Vamos nessa?

Raivosos e críticos, o disco necessário do Dead Fish

A raiva do mundo e da sociedade dão o tom de Ponto Cego, novo disco do Dead Fish. As 15 faixas do nono álbum da banda contam histórias que acontecem dentro dos prédios de condomínio da classe média brasileira. O discurso é completamente político e crítica - com base em estudos filosóficos e sociais - toda a panorâmica da baderna no governo brasileiro dos últimos anos. Reclamam de manipulação, desigualdade social e golpes de estado, com letras bem provocativas e dedos apontados.

Ponto Cego se divide para atender às vontades musicais de todos os integrantes do Dead Fish. Enquanto Ric Mastria (guitarra) e Marcão Melloni (bateria) queriam o clássico peso do hardcore (e o apresentaram em faixas como “A Inevitável Mudança” e “Etiqueta Social”), o desejo de Rodrigo Lima (vocal) era fazer uma música mais melódica, que deixasse clara sua voz - como é visto em “Sombras na Caverna”, primeiro single, e “Suv's (Stupids Utility Vehicle)”.

Guitarra, bateria, melodia: juntaram-se e funcionaram bem, criando um disco sem exageros e fluido, perfeito para agradar os fãs da banda e também apresentá-la para novos ouvintes. Para ouvir nas plataformas digitais, clique aqui. (Yolanda Reis)


Brvnks transforma angústias e momentos de estresse em combustível para estreia

Bruna Guimarães, a Brvnks, confessa: ela é uma pessoa que passa muita raiva com situações cotidianas. Ela admite, e tudo bem, transforma esse sentimento em canções. Assim se dá a estreia, em disco cheio, do seu projeto Brvnks, o álbum Morri de Raiva.

Lançado pela Sony Music, o trabalho é o sucessor de Lanches, o EP que colocou a artista no mapa da música indie. Agora, contudo, suas composições estão mais maduras, e Brvnks também se mostra mais confortável com sua paleta sonora.

A guitarra não é muito líquida, também não muito volumosa. Sem excessos, a instrumentação dá suporte para a voz de Bruna, com versos em inglês, apesar do título do álbum em português. É uma bela estreia. (Pedro Antunes)


Chico Bernardes, enfim, está pronto para estrear

Há tempos ouvia-se um burburinho sobre o talento de Chico Bernardes. A família com bom histórico na música o precedia, é claro, mas quem já havia ouvido algo de Chico já dizia que seu som em nada lembrava a estética do pai, Maurício Pereira, ou do irmão, Tim Bernardes.

Agora, com "Um Astronauta", Chico começa a deixar essa identidade sonora própria ainda mais clara. Uma música que flutua, como seu personagem, à deriva num vácuo, sem rumo, enquanto o jovem narra seus versos com sua voz colocada de maneira muito particular nas notas, com acentos e agudos encaixados quando não se espera por eles.

O álbum de Chico Bernardes será lançado pelo selo RISCO no dia 14 de junho. (P.A.)


As Bahias e a Cozinha Mineira experimenta o pop, sem perder as raízes

As Bahias e a Cozinha Mineira entregam nesta sexta, 31, o terceiro projeto, com dez faixas inéditas, Tarântula. O novo disco, além de fincar a identidade do trio nas raízes da música brasileira, também experimenta elementos da música pop.

Formado por Assucena Assucena, Raquel Virginia e Rafael Acerbi, As Bahias e a Cozinha Mineira se dividiram e assinaram as composições que se apresentam como crônicas que florescem dos conflitos vividos do século 21.

O nome do disco se apresenta como um manifesto em referência a Operação Tarântula, realizada em 1987 pela polícia em que mais de 300 travestis foram perseguidas. No entanto, projeto se estende em sua teia, revisita essa angústia vivida pela violência e desamor, mas se amarra a leveza do afeto, do sexo e do feminino.

Sucessor de Bixa (2017), esse é o primeiro disco de estúdio assinado com o apoio da Universal Music e apresenta o amadurecimento de uma banda construída gradualmente por bases sólidas. (Nicolle Cabral)


Rapper Edgar faz seu rap sintético se transformar em meme e gifs em novo clipe

Com uma sonoridade e uma identidade visual tão única, o rapper Edgar flerta com o contemporâneo com beats e sons sintetizados, além dos versos apocalipticos. Assim foi a estreia dele, o disco Ultrassom, lançado em 2019.

"Eu não acredito nas pessoas que começam as suas frases com a palavra 'eu'", diz um trecho de "Felizes Eram Golfinhos" - sacou como Edgar gosta de mexer com a nossa cabeça?

A música foi escolhida para ganhar um videoclipe. Edgar é um artista pós-revolução da web e brinca com a linguagem da internet, como memes e gifs, para criar sua arte. (P.A.)


Francisco, El Hombre examina os próprios fantasmas ao tratar da depressão

Era muito mais evidente que RASGACABEZA, o segundo e novo disco da banda Francisco, El Hombre, se tratava de uma manifestação política cheia de gasolina e combustão.

Mas não é só isso. Uma audição mais atenta logo percebe que todo o conceito de "rachar a cabeça" do título do álbum também é analisar o que tem ali dentro, da cabeça de cada um. Em tempos tão caóticos, de disputas políticas quentes, também é preciso olhar para dentro. 

Assim nasceu "PARAFUSO SOLTO : : ponto morto", quando a banda também olhou para dentro de si e encontrou alguns fantasmas. O videoclipe lançado na sexta, 31, foi dirigido por Sandrow Almeidan. 

Considerada a grande mal do século 21, a saúde mental está em destaque em um dos discos mais certeiros e contemporâneos do ano. (P.A.


Supla se entrega à música eletrônica e ao látex sem esquecer dos gritos punk 

Com críticas políticas bastante contundentes, Supla segue mostrando, aos poucos, mais da sua safra recente na qual ele flerta, conquista e casa com a música eletrônica.

No projeto, ele atua ao lado da nova-iorquina Victoria Wells e ambos mostram o gosto pelas roupas com látex. A canção é bastante entregue aos sons sintetizados, uma escolha que ele já havia mostrado em "Live Like There’s No Tomorrow", música lançada em primeira mão pela Rolling Stone Brasil. (P.A.)


Para ouvir nas plataformas digitais, clique aqui.


Com Sylvester Stallone, Rambo está de volta mais sanguinário do que nunca

A internet não perdoou a idade de Sylvester Stallone ao voltar a interpretar o personagem que o ajudou a chegar ao estrelato em 1982. Aos 72 anos, o ator não é nenhum jovem, mas a força de Rambo ainda fez o trailer ser bastante assistido e comentado.

O novo filme, novamente estrelado por Stallone, deve se passar em território mexicano, como o trailer indica. O que preocupa, já que o Rambo sempre foi uma espécie de herói norte-americano no combate contra forças inimigas à política dos Estados Unidos, como Vietnã.

É perigoso ver o México e os mexicanos colocados no caminho do soldado sanguinário. (P.A.)


Miley Cyrus anuncia volta à música com EP de inéditas e outros dois a caminho

Quase dois anos sem lançar um disco, Miley Cyrus soltou na última sexta-feira o EP chamado She Is Coming, cujo título pode ser traduzido de maneira livre como "ela está chegando".

No caso da ex-estrela teen, ela está voltando mesmo. Em 2013, ela foi capaz de se desconectar da imagem de ídolo adolescente com o disco Bangerz (2013). Depois disso, seus álbuns Miley Cyrus & Her Dead Petz (2015) e Younger Now (2017) receberam críticas mistas.

She Is Coming é a primeira parte de uma trilogia de EPs, com participações de Ghostface Killah (em "D.R.E.A.M.") e RuPaul (em "Cattitude"). Ainda em 2019, ela pretende encerrar a trilogia com She Is Here e She Is Everything. Por fim, Miley Cyrus deve lançar o disco She Is Miley Cyrus. (P.A.)


Para ouvir nas plataformas digitais, clique aqui.


Ludmilla realiza o sonho do DVD próprio com 'Hello Mundo'

O negócio da música já foi salvo, uma década trás, pela força dos DVDs. Com a ascensão da classe média, a venda dos discos ao vivo cresceu junto. Mas essa foi uma moda que passou. Hoje a música digital transformou a indústria, as plataformas de streaming e suas playlists são tão importantes quanto às rádios e por aí vai.

Mas Ludmilla, aos 24 anos, cresceu nesse universo dos DVDs ao vivo. E como uma das mais importantes artistas da música pop de pista da atualidade, quis ter um DVD para chamar de seu. Justo.

Pois saiu então Hello Mundo - que está na íntegra no YouTube, afinal, Ludmilla não é uma artista parada no tempo. Entre as participações especiais estão Anitta, Jão, Léo Santana, Ferrugem e Simone & Simaria. (P.A.)


China volta ao combate - ainda bem

China fazia falta do outro lado. Ainda que tenha se destacado do lado dos jornalistas, ao cobrir festivais de música para o canal Multishow, o ex-integrante do Sheik Tosado sempre foi uma voz que deveria ser ouvida também quando o assunto é música.

Manual de Sobrevivência para Dias Mortos, sucessor de Telemática, lançado em 2014, é destruidor. Nele, com a produção de Yuri Queiroga, China volta a segurar o microfone para ir para o combate.

Com a origem musical vinda do punk, China faz um álbum urgente, com críticas e dois pés no peito dos adversários. Em 2019 tão cheio de pedras pelo caminho, é bom ver que China calçou um par de coturnos e, com bicudas, vai tentar limpar um pouco o caminho. (P.A.)


Rubel recebe Anavitória na estreia do novo show em SP

"Eu sempre penso em fazer o próximo show um pouco maior do que o anterior", contou Rubel à Rolling Stone Brasil dias antes de subir ao palco do Tom Brasil, na última sexta-feira, 31, na zona sul de São Paulo. 

Com a casa cheia, o cantor e compositor mostrou o novo cenário, assinado pelo brilhante Batman Zavareze, o mesmo que cuidou dos shows de nomões como Os Tribalistas e Los Hermanos), o novo figurino e, principalmente, o repertório, um híbrido dos dois álbuns dele, Pearl e Casas

O momento de "Chiste", música originalmente lançada com Rincon Sapiência, no disco Casas, é divertidíssimo e tem até coreografia. A surpresa, mesmo, fica com a participação do duo Anavitória

São artistas que sabem se comunicar com públicos diversos eles, Rubel, Ana Caetano e Vitória Falcão. Delas, eles cantaram "Ai, Amor", uma música na qual o desamor jorra naquele momento no qual a saudade gira a torneira e a sensação de ausência é inevitável.

Do repertório de Rubel, as três vozes se revezaram em uma linda interpretação de "Partilhar", uma música oposto da canção do duo, emotiva e entregue ao amor. 

No fim das contas, as duas músicas soam até complementares. Amores são ciclos, dizem. (P.A.