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Indicado ao Oscar no ano passado, Joaquin Phoenix agora é elogiado por papel no filme Ela

"Theodore representa o que muitos homens sentem na vida, mas não o que os homens dos filmes sentem", diz sobre o personagem

Mariane Morisawa Publicado em 14/02/2014, às 14h33 - Atualizado às 15h14

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CENTRADO
Phoenix está acostumado à solidão - MICHAEL KOVAC/WIREIMAGE
CENTRADO Phoenix está acostumado à solidão - MICHAEL KOVAC/WIREIMAGE

Cinco anos atrás, Joaquin Phoenix apareceu barbudo no programa do apresentador David Letterman, dizendo que ia abandonar a carreira no cinema para se tornar rapper – e, assim, fez todo mundo acreditar que ele havia enlouquecido. Em 2010, Phoenix revelou que tudo fazia parte de um personagem criado para o documentário encenado I’m Still Here, e muitos pensaram que ele estava acabado – quem ousa fazer uma brincadeira dessas com Hollywood? Mas depois disso, o ator de 39 anos foi indicado ao Oscar pelo papel em O Mestre, de Paul Thomas Anderson, e agora está sendo elogiado por Ela (que estreia nesta sexta, 7, no Brasil), de Spike Jonze. O ator interpreta o solitário e sensível Theodore, que se apaixona por um sistema operacional autodenominado Samantha (voz de Scarlett Johansson). Fã de MMA, Phoenix exalta o lado feminino do personagem, e diz que, assim como Theodore, consegue muito bem viver sozinho.

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Samantha usa muito a música para mostrar como está se sentindo. Você faz isso?

No trabalho, já fiz algumas vezes. Ocasionalmente o diretor toca alguma música para criar uma atmosfera, porque a música é uma ferramenta emocional poderosa que transcende até os idiomas.

Você é fã de música?

Sim. Mas eu passo por algumas fases. Quando era mais novo, eu comprava um disco, sentava e ficava lá, ouvindo – devorando, na verdade. E não faço isso há um bom tempo.

Aquele personagem rapper de I’m Still Here refletia algum desejo secreto de ser rapper?

Não tenho essa vontade, porque sei que não é algo que eu poderia fazer. Escolhi ser rapper no filme porque tinha algum conhecimento, então durante uma entrevista eu podia falar sobre produtores e DJs. Não teve nada a ver com um desejo de ser rapper. Talvez eu quisesse aos 13 anos de idade.

Acha que é um ator melhor depois dessa experiência?

Não sei se estou melhor... mas com certeza muita coisa mudou para mim. O processo foi uma antítese da maior parte dos filmes. Hoje vejo como um tremendo luxo ter várias tomadas para alcançar o resultado desejado. Em I’m Still Here, às vezes fazíamos coisas em público e era uma chance só de acertar. Mas foi muito bom ficar concentrado, me manter no personagem sob quaisquer circunstâncias.

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Ficou com medo de arruinar sua carreira?

Claro! Claro! [risos] Não fiquei com medo de não ter uma carreira, mas de não ter a carreira que eu queria. Acabei tendo sorte, porque Paul Thomas Anderson e Spike Jonze me ligaram. Foi um sonho.

Ela fala sobre relacionamentos, mas também foca bastante na solidão Você consegue lidar bem com a solidão?

Sim. Todo mundo precisa de outras pessoas, somos animais coletivos, precisamos de contato humano. Mas fico bem sozinho também. Sempre fiquei só, desde muito jovem. Ia fazer filmes em lugares distantes e passava longos períodos em um quarto de hotel, estudando. Estou acostumado.

O personagem que você fez em Ela é descrito como um homem de alma feminina. Identifica-se com isso?

Nunca senti que tinha de me comportar como machão, nunca tive esse tipo de insegurança. Theodore representa o que muitos homens sentem na vida, mas não o que os homens dos filmes sentem. Foi interessante ver um personagem que mostra o lado sensível e é comunicativo, qualidades que normalmente não são atribuídas aos homens nos filmes.

É verdade que gosta de MMA?

Sim, gosto.

E isso é algo muito masculino, não?

Sim, mas não é por causa disso que gosto. Fiquei fã depois que um amigo começou a falar de artes marciais, do lado mais técnico mesmo. Quando você começa a acompanhar e vê as lutas desses grandes atletas, é impressionante. Fica bonito. Gosto de coisas em que as pessoas são extremamente focadas. É algo muito forte quando eles estão só se encarando. É corajoso se sujeitar a ser nocauteado na frente de milhares de pessoas e ainda levantar e abraçar o oponente depois.

Coleção inspirada em Ela, de Spike Jonze, está à venda nos Estados Unidos.

Quais são seus lutadores favoritos?

Sempre gostei do Lyoto Machida. Também me lembro de assistir à primeira luta de Jon Jones e era como ver Michael Jordan pela primeira vez. José Aldo também é incrível. Soube que os brasileiros vão duro até nos treinos. Eu é que não quero me meter com os brasileiros! [risos]