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Inspirado por Frank Ocean e Blood Orange, Giovani Cidreira se reconstrói com mixtape minimalista

Com Mix​$​take, produzida por Benke Ferraz, dos Boogarins, artista mostra o novo passo após o elogiado disco 'Japanese Food', de 2017

Pedro Antunes Publicado em 28/03/2019, às 09h48

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Giovani Cidreira (Foto: Filipa Aurélio)
Giovani Cidreira (Foto: Filipa Aurélio)

A voz melancólica de Giovani Cidreira ainda está ali. Ecoa vagarosa entre metáforas e sensações concretas, como o fez em Japanese Food, álbum que colocou holofotes no artista soteropolitano, lançado em 2017. O cenário ao redor, agora, é diferente.

Beats das baterias eletrônicas, sintetizadores e samples criam uma nova passarela para Cidreira. Algo noturno, com um minimalismo que evoca a saudade e a ausência.

Só, a presença de Cidreira parece estar mergulhada numa fria noite paulistana, em um apartamento com pouca mobília, uma garrafa de vinho já vazia e um cigarro que queima entre outras bitucas e cinzas em um cinzeiro antigo.

Violência e amores perdidos são fantasmas que o assombram - e são cantados - nesse novo ambiente solitário.

Com sete músicas e 23 minutos de duração, o novo trabalho do músico, chamado Mix​$​take funciona como bússola a apontar para um norte, outro norte, que direciona a nova empreitada artística de Giovani Cidreira, produzida em parceria com Benke Ferraz, dos Boogarins.

Mix​$​take entrou nas plataformas digitais nesta quinta-feira, 28, lançada pelo selo RISCO. Gravado de forma bastante artesanal, com partes gravadas no iPhone, outras na Casa Vulva, o trabalho estreia em primeira mão na Rolling Stone Brasil.

Com Mix​$​take, Giovani Cidreira se solta de algumas amarras e aproxima de um R&B minimalista e sem cabrestos, de obras de artistas que o inspiraram, caso de nomes incríveis como Frank Ocean, Blood Orange e ABRA.

A influência fica escancarada em "Oceano Franco", canção que abre a mixtape, que usa samples de Frank Ocean, uma faixa que dança com melancolia esfumaçada, amparada pelos vocais de Jadsa Castro (que também canta em "Mano Sereia", música com a percussão de Filipe Castro). Luê Soares toca violino em "Seu Cigano Falow".

Apesar da grafia, lê-se "mistake", ou "erro", em português. Trata-se de uma mixtape, algo bastante explorado fora das fronteiras brasileiras e dentro do hip hop nacional. Conceitualmente, a mixtape não é um EP, também não é um disco. É um recorte, uma parte de algo que pode ver a luz do dia ou não.

No caso de Cidreira, a mixtape é a ponte para Japanese Food, álbum dele de 2017, e o novo disco, com lançamento previsto para sair no meio de 2019 e registrado no Red Bull Music Station, no centro de São Paulo. 

O trabalho também será coproduzido por Benke (Fernando Catatau, do Cidadão Instigado, produz uma faixa) e contará com uma banda formada por Lucas Martins (Céu e Curumin), Ynaiã Benthroldo (Boogarins Macaco Bong) e Filipe Castro (Alice Caymmi, além do próprio Giovani).

O novo disco de Cidreira também trará as participações de Ava Rocha, Luiza Lian, Dinho Almeida (Boogarins), Josyara, Luê, Obirin Trio, Jadsa Castro e músicos da banda Maglore.

Ouça Mix​$​take, nova mixtape de Giovani Cidreira: