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Piratas do Caribe - A Vingança de Salazar revive velhas fórmulas, mas tem boas sacadas

Quinto filme da franquia tem participação de Paul McCartney

Paulo Cavalcanti Publicado em 24/05/2017, às 15h50 - Atualizado em 25/05/2017, às 18h16

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Paul McCartney como Uncle Jack, personagem de <i>Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar</i> (2017) - Reprodução
Paul McCartney como Uncle Jack, personagem de <i>Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar</i> (2017) - Reprodução

Um pouco antes de Piratas do Caribe - A Maldição do Pérola Negra estrear, em 2003, os críticos previam que seria um desastre de proporções épicas – afinal, o que esperar de um filme baseado em uma atração dos parques da Disney? Mas graças ao boca a boca, o filme dirigido por Gore Verbinski rendeu milhões e salvou a carreira de Johnny Depp, que há um bom tempo foi considerado veneno de bilheteria. Sem que ninguém esperasse, Piratas virou uma franquia de sucesso. O filme era mesmo divertido, excitante, com muita ação, humor e com Deep roubando a cena como o capitão Jack Sparrow, o afetado e atrapalhado pirata que é uma mistura de Keith Richards, guitarrista dos Rolling Stones, com o personagem Pepe Le Gambá.

A saga do Capitão Jack Sparrow chega ao quinto capítulo com Piratas do Caribe - A Vingança de Salazar, dirigido a quatro mãos por Joachim Rønning e Espen Sandberg. A essa altura, a cinessérie já virou fórmula e não tem muitas novidades a oferecer, e de início ele até aparenta ser um remake do primeiro filme – temos um pirata aparvalhado e um casal de protagonistas que começam se detestando, mas junto. Mas o longa tem boas sacadas.

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Sparrow está em total decadência. Sem um centavo no bolso, ele vive embriagado de rum e nenhum dos golpes que planeja dá certo. Está prestes a perder a tripulação e a embarcação dele é um monte de madeira podre que mal pode ser chamada de navio. A humilhação é tamanha que, na lista de corsários procurados pela marinha inglesa, ele está valendo apenas uma libra.

No meio disso, aparecem na vida do pirata duas figuras: Henry Turner (Brenton Thwaites), filho de Will Turner (Orlando Bloom), o rapaz que foi ajudado por Sparrow no primeiro filme, e Carina Smyth (Kaya Scodelario), uma astrônoma e cientista britânica. Usando o conhecimento que adquiriu, Carina pretende descobrir o paradeiro do Tridente do Poseidon, que guardaria os segredos do mundo do mar – com isto ela poderia descobrir suas verdadeiras raízes, já que é órfã. O problema é que Sparrow está sendo caçado pelo arrogante Salazar (Javier Bardem), um capitão espanhol que odiava piratas, e também ressurge na vida dele o Capitão Barbossa (Geoffrey Rush), com quem Sparrow vive uma relação dúbia de amizade e traição. Sparrow se envolve com toda essa gente e enxerga a oportunidade de voltar aos tempos de glória, quando singrava pelo Caribe no comando do Pérola Negra. O enredo é o de sempre, recheado de alusões a rotas marítimas, tesouros perdidos, maldições a serem quebradas e lendas vindas do fundo do mar.

Como nos outros filmes, o quinto Piratas depende muito de cenas de ação, dos efeitos especiais (que são bem convincentes) e do bom uso do tema principal criado por Hans Zimmer. Mas o que dá graça à cinessérie é a junção de surreal e do bizarro, especialmente quando Jack Sparrow está no centro da confusão. Mesmo em situações em que está à beira da morte ele sempre tem alguma piada na ponta da língua. O fato é que Depp parece estar sempre se divertindo, e assim todos também entram na farra.

O filme tem coisas que valem a pena, como uma ponta de Paul McCartney – ele vive o pirata Uncle Jack, um parente distante de Sparrow. McCartney até toca brevemente "Maggie May", canção tradicional que os Beatles gravaram em Let it Be. A cena é curta, mas fica na memória. Fora isso, o filme tem a habitual cota de trocadilhos infames, muito pastelão e sequências que parecem imaginadas para um desenho animado. Para quem acompanha a saga, um momento divertido é ver Jack Sparrow virando Capitão de uma embarcação pirata: por meio de computação gráfica, vemos Johnny Depp 30 anos mais jovem, prestes a sair atrás de tesouros. Bardem é um excelente vilão e Rush mostra a categoria de sempre. Mesmo sem grandes novidades, dá para navegar sem problemas nas águas de Piratas do Caribe - A Vingança de Salazar.