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Rogue One: Uma História Star Wars é uma espécie de carta de amor aos fãs

Filme conta mais um capítulo da saga criada originalmente por George Lucas

Paulo Cavalcanti Publicado em 14/12/2016, às 13h10 - Atualizado em 16/12/2016, às 13h05

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<i>Rogue One: Uma História Star Wars</i> - Divulgação
<i>Rogue One: Uma História Star Wars</i> - Divulgação

Rogue One: Uma História Star Wars foi concebido para ganhar tempo, deixar os fãs saciados até que Star Wars: Episode VIII chegue às telas, no fim de 2017. Durante o período de produção, o longa teve vários contratempos, incluindo cenas refilmadas e mudanças no roteiro. Sendo assim, a expectativa era de que algum tipo de desastre surgisse nas telas. Mas esta (outra) prequel da franquia se sustenta. No começo, até parece um filme feito por fãs que de alguma forma colocaram as mãos em um mega orçamento. Mas com o tempo o diretor Gareth Edwards consegue colocar a narrativa nos trilhos. Não é um filme espetacular ou inovador, mas os fãs vão acabar aplaudindo Rogue One nem tanto pelas qualidades, mas pela forma como a obra se insere em todo o contexto da saga Star Wars.

Mais do que uma produção de ficção científica, este é um filme de guerra com um pouco de espionagem no meio. Depois que Daisy Ridley se destacou com méritos como Rey em Star Wars: O Despertar da Força, a também inglesa Felicity Jones ganha o holofote como protagonista Rogue One. O show não é só dela, os novos personagens inseridos na história também têm bons momentos. Mas Jyn Erso, vivida por Felicity, é o fio condutor e é por causa dela que as coisas acontecem no longa. Ela tem boa presença nas cenas de ação e, sim, Jyn tem a Força.

Atenção: pode haver spoiler

O novo filme conta como os rebeldes conseguiram colocar as mãos nos planos da estrutura da Estrela da Morte, uma máquina mortífera capaz de exterminar planetas inteiros. Por causa disso, toda a ação que vimos em Star Wars: Episode IV - A New Hope (1977) (Guerra nas Estrelas) é colocada em prática. O Império comandado por Darth Vader obriga o brilhante engenheiro Galen Erso (o onipresente dinamarquês Mads Mikkelsen) a construir a Estrela. A esposa dele é assassinada pelo comandante militar Orson Krennic (Ben Mendelsohn) e a filha, Jyn, tem que se refugiar.

Anos depois, Jyn é uma jovem endurecida pelo tempo que só quer sobreviver e passar despercebida, mas que acaba encontrando com os rebeldes que lutam contra o Império. No começo, ela não quer ter nada a ver com eles, especialmente com o arrogante Cassian Andor (Diego Luna), um dos comandantes. Mas depois da morte de Saw Gerrera (Forest Whitaker), mentor e protetor dela, Jyn também se engaja e parte para a luta ao lado dos novos amigos na nave espacial Rogue One. O que segue é que os fãs de Star Wars esperam encontrar: sabre de luz, naves espaciais trombando umas nas outras, pilotos morrendo heroicamente e batalhões de stormtroopers que são varridos do mapa.

Mais do que efeitos especiais ou cenas de batalhas, o que vale a pena em Rogue One é a interação da equipe de rebeldes desajustados que vão ter que invadir a base imperial na base do improviso, na esperança que a Força esteja do lado deles. Além de Jyn e Cassian estão Chirrut Îmwe (Donnie Yen), um devoto da "filosofia" Jedi que é cego; o bravo guerreiro Baze Malbus (Wen Jiang), melhor amigo de Îmwe; Bodhi Rook (Riz Ahmed), um piloto do Império que se converte à causa dos rebeldes, e o sarcástico robô K-2SO (voz de Alan Tudyk). A figura sinistra de Darth Vader também reaparece, e com ela, também o vozeirão de James Earl Jones. O breve tempo em cena de Vader é usado com extrema eficiência – é bom ver o maior vilão de todos os tempos novamente em ação. Mas o mais impressionante é a reconstrução digital do personagem Governador Tarkin, interpretado originalmente por Peter Cushing. O icônico ator inglês morreu em 1994, aos 81 anos, mas a tecnologia permitiu que ele agora se juntasse ao elenco de Rogue One de forma convincente. A última cena também tem outra figura da saga reconstruída digitalmente em sua gloriosa juventude, e a ponte com o filme de 1977 se completa.

Apesar de Rogue One não destoar muito esteticamente e filosoficamente do universo geral de Star Wars, o filme é mais sinistro, violento e trágico do que todos os outros que o precederam. Enquanto o produtor J.J. Abrams não retornar com mais um filme do reboot, Rogue One: Uma História Star Wars vai render assunto.