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Jack Johnson canta com fãs, fala sobre maconha, pôquer e Willie Nelson durante simpático show em São Paulo

Músico havaiano trouxe a turnê do recente All the Light Above It Too ao Espaço das Américas na última terça, 7

Anna Mota Publicado em 08/11/2017, às 03h02 - Atualizado às 12h48

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Jack Johnson durante show no Espaço das Américas, em São Paulo - Stephan Solon/Divulgação
Jack Johnson durante show no Espaço das Américas, em São Paulo - Stephan Solon/Divulgação

Combinada à leve iluminação branca que emanava do chão, a imensidão azul do palco de Jack Johnson fez com que os presentes no Espaço das Américas, em São Paulo, na última terça, 7, embarcassem em uma tranquila viagem pelo fundo do mar. Com a ajuda de varais de lâmpadas vermelhas pendurados no teto, a atmosfera impecavelmente montada ampliou a calma dos versos acústicos do cantor havaiano. O show integra a quarta passagem dele no país, agora divulgando All the Light Above It Too, disco lançado em setembro.

Apesar da nova turnê, Johnson preferiu explorar a extensa carreira e apresentar apenas três músicas do LP mais recente: “You Can’t Control It”, “My Mind Is For Sale” e “Sunsets For Somebody Else”. Do trio, a última foi a mais celebrada, pelo fato da performance ter contado com a participação especial de um fã. Após tocar a aclamada “Taylor” (de On and On, de 2003), o cantor pegou um cartaz do público, leu e perguntou: “Você quer vir cantar aqui comigo? Suba!”. Minutos depois, um sortudo chamado Henrique dividiu os vocais e os acordes da faixa com o ídolo. “Eu estou tremendo”, deixou escapar, entre os versos. O ato foi repetido em “I’ve Got You”, só que dessa vez com um garoto chamado Hugo, que apenas trocou o violão pelo assobio, mas foi igualmente aplaudido.

A simpatia do artista continuou a transbordar durante toda a apresentação, o que tornou possível um repertório não apoiado apenas em hits. Além de sucessos como “Flake”, “You and Your Heart”, “Breakdown” e “Upside Down”, o cantor também apresentou canções mais discretas da vasta carreira de sete álbuns, a exemplo de “Never Know”, “Rodeo Clowns” e “At Or With Me”.

O envolvimento com o público se manteve constante, apesar do ambiente sempre tranquilo. Nas mais de duas horas de show, Johnson pulou na plateia (e fez com que o talentosíssimo pianista dele, Zach Gill, pulasse também), arriscou frases em português, fez covers de Led Zeppelin (“Whole Lotta Love”) e Ramones (“I Wanna Be Your Boyfriend”) e contou duas histórias divertidas sobre músicas.

Na primeira, de “Tomorrow Morning”, o havaiano explicou que havia escrito a canção após uma briga com Kim Johnson, atual esposa dele. “Foi o recado que eu deixei na secretária eletrônica dela”, relembrou. “Afinal, vocês ainda sabem o que é uma secretária eletrônica? Hoje vocês têm telefones prontos para tudo, mas antes era assim que fazíamos as coisas.”

Já no bis, ele pegou outro cartaz do público que brincava com o título de uma música nunca gravada em estúdio por ele, “Willie Got Me Stoned and Took All My Money”. “Eu normalmente não toco essa, mas vou atender ao pedido especial, porque esse é um dos melhores cartazes que já ganhei”, disse. Segundo o cantor, a faixa improvisada fala exatamente sobre uma noite em que Johnson fumou maconha com Willie Nelson e perdeu todo o dinheiro para ele no pôquer.

É claro que o setlist de 28 músicas não deixou de fora outras esperadas pelo público, como “Do You Remember”, “Times Like These” e “Banana Pancakes”. Mas o interessante está mais no clima do que nas faixas. Johnson se sentiu em casa no palco de São Paulo, fazendo com que o público se parecesse mais com grandes amigos do que com fãs desesperados para vê-lo novamente.