Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Jane's Addiction tem recepção morna no Lollapalooza

Mesmo com excelente aparato técnico, banda de Perry Farrell, criador do festival, não conseguiu segurar a atenção da plateia

Bruna Veloso Publicado em 09/04/2012, às 05h20

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Jane's Addiction no Lollapalooza - Divulgação
Jane's Addiction no Lollapalooza - Divulgação

Perry Farrell é um ótimo frontman, mas nem o carisma do cantor foi capaz de segurar o público diante do palco Butantã, fechado pelo Jane’s Addiction na noite de domingo, 8, no Lollapalooza.

A banda tem quatro discos na bagagem, teve uma extrema importância no início dos anos 90 ao misturar metal, funk e outros estilos, e conta com um grande guitarrista, Dave Navarro, mas nunca foi exatamente um sucesso no Brasil. Portanto, talvez não fosse a melhor escolha para ser headliner de um dos palcos do festival. Mas não há o que se discutir, já que Farrell é o criador e organizador do evento (e tem um importante papel na escolha do line-up).

O público (estimado no segundo dia de evento em 60 mil pessoas; no primeiro foram 75 mil) foi ao decorrer da apresentação esvaziando o local – duas outras atrações de peso começariam após o show do Jane’s Addiction, Racionais MC’s, no palco Perry, e o principal grupo da noite, Arctic Monkeys, no palco Cidade Jardim.

O set list foi bem diferente da edição chilena do Lollapalooza. Enquanto lá o show começou com “Whores”, aqui a escolhida foi “Underground”, do mais recente disco do grupo, The Great Escape Artist, de 2011. “Jane Says”, apresentada em versão acústica, fechou o show no Chile; aqui foi apresentada na segunda metade da performance, bem antes do final (que ficou a cargo de “Ocean Size”).

Navarro, sempre com um ar um tanto blasé, esbanjou confiança nos solos e riffs de músicas como “Mountain Song” e “Been Caught Steeling”, as duas recebidas com mais entusiasmo. Farrell, por sua vez, investiu na simpatia, sorrindo muito, falando com o público (“Estou tão orgulhoso de trazer meu grupo aqui, direto de Los Angeles, Califórnia"), bebendo vinho e fazendo suas costumeiras poses.

Visualmente, o Jane’s Addiction tem o show mais elaborado do festival. O aparato que tem feito parte da atual turnê da banda foi mantido, com estátuas de duas mulheres nuas ao fundo palco, dois telões próximos à banda e a participação de duas dançarinas (uma delas é Etty, esposa de Farrell). Logo no início, duas mulheres são alçadas ao topo em vestidos brancos (nesse momento, não deu para ver se era Etty); há também um robô feminino que passeou em certo momento pelo palco e um artista inteiro vestido de branco, que depois de enforcar uma boneca, enforca a si mesmo. Mesmo com o capricho visual, o Jane’s Addiction não conseguiu segurar a plateia, que ficou bem mais dispersa que na estreia do quarteto por aqui, em 2009, no festival Maquinaria.