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Altos e baixos

Cantor com pouca presença de palco e músicas novas prejudicaram debute do Journey em palcos brasileiros

Por Paulo Cavalcanti Publicado em 03/04/2011, às 11h50

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Arnel Pineda, vocalista do Journey desde 2007, em São Paulo, na Via Funchal - Divulgação/Stephan Solon/Via Funchal
Arnel Pineda, vocalista do Journey desde 2007, em São Paulo, na Via Funchal - Divulgação/Stephan Solon/Via Funchal

Apesar de ter mais de 30 anos de existência, o Journey, um dos representantes do chamado AOR (Adult Oriented Rock), nunca havia tido a oportunidade de tocar no Brasil. Mas, na última quarta-feira, 30, na Via Funchal, em São Paulo, o quinteto formado por Neal Schon, Ross Valory, Jonathan Cain, Arnel Pineda e Deen Castronovo finalmente debutou em nossa terra.

Antes do Journey subir ao palco, outro grupo lendário do rock - pelo menos em nome - marcou presença. O Sweet entrou às 21h e tocou por cerca de 40 minutos. Só que esta formação do Sweet é bem capenga - só o baixista Steve Priest é integrante original. Brian Connolly, cantor dos hits nos anos 70, morreu em 1997. Sem ele, o Sweet se torna caricato e sem sentido. Joe Retta, o cantor estepe, mais parece um Seu Madruga cabeludo. De qualquer forma, teve gente que curtiu relembrar hits da era do glam rock como "Fox on The Run" e "Ballroom Blitz".

O Journey, a atração principal da noite, sofreu com o mesmo problema da banda de abertura. Steve Perry, o cantor que marcou os tempos áureos do Journey, deixou o barco no final da década de 90. Depois, o grupo trocou de vocalista várias vezes. O filipino Arnel Pineda, que ocupa o posto de frontman desde 2007, pula, agita e até veio com uma camiseta verde escrita "Brasil". Enfim, tentou fazer valer o seu salário. Só que seu carisma é zero. Afinado, mas estridente, está mais para um participante de algum American Idol do que para um verdadeiro rock star.

Em pelo menos duas músicas Pineda deu sossego e o baterista Deen Castronovo assumiu os vocais. O set list foi esquizofrênico. A banda atacava com algum grande hit que levantava o publico ("Separate Ways", "Wheel in The Sky", "Faithfully", "Open Arms"), mas depois vinha com alguma música nova de Eclipse, o disco que deve sair no próximo mês - e o balde de água fria era inevitável.

A casa de shows estava lotada e era fácil perceber que pelo menos metade era grande fã e cantava os hits sem perder uma sílaba sequer. O resto estava lá mesmo só para ouvir "Don't Stop Believin'", mega-sucesso que estourou há exatamente 30 anos e que recentemente foi revivido pelo elenco da série Glee. Depois da execução desta música, houve a inevitável dispersão e muita gente nem acompanhou o bis, que teve "Anyway You Want it", "Lovin', Touchin', Squeezin'" e "Who's Crying Now".