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Lars von Trier admite vício em drogas e teme que sobriedade afete a criatividade dele

Ele disse que o álcool e as drogas estimulantes o ajudaram a escrever Dogville

Redação Publicado em 01/12/2014, às 10h39 - Atualizado em 03/12/2014, às 16h05

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O cineasta Lars von Trier - Axel Schmidt/AP
O cineasta Lars von Trier - Axel Schmidt/AP

Péssimas notícias para os fãs do diretor Lars von Trier: em entrevista ao jornal Politiken ele confessou que fez uso de drogas para ter inspiração e escrever os filmes dele e que, agora que está sóbrio, tem medo de não conseguir o mesmo resultado. von Trier é conhecido por clássicos como Os Idiotas (1998), Dogville (2003), Anticristo (2009) e Melancolia (2011).

Veja imagens de Ninfomaníaca, de Lars von Trier.

Segundo o dinamarquês, o vício dele começou durante as gravações de Ondas do Destino (1996). Na época, ele consumia uma garrafa diária de vodca e um coquetel de "drogas estimulantes". "Não sei se poderei fazer mais filmes e isso me atormenta", disse, antes de cotar que está participando de um grupo de Alcoólicos Anônimos : "Estou há 90 dias sóbrio. Não usei drogas e não tomei nenhum tipo de bebida alcoólica".

Ninfomaníaca, de Lars von Trier, ganha o cartaz mais ousado até agora.

O cineasta, contudo, está preocupado com o poder criativo: "Nenhuma expressão criativa com valor artístico foi criada nunca por ex-alcoólatras ou ex-adictos". von Trier ainda afirmou que o roteiro de Dogville foi escrito em 12 dias de "um estado de euforia contínua que me permitiu entrar em um 'mundo paralelo', local em que as ideias surgiam com fluência".

Ainda segundo o diretor, Ninfomaníaca, último lançamento dele, foi o primeiro longa que escreveu lutando contra o vício. "Está claro que o mundo paralelo custa, mas tive também muitas alegrias, como para todos os artistas que admirei que se lançaram em todo tipo de drogas de mudança de comportamento", explica.

Nymphomaniac, de Lars von Trier, ganha vídeo e imagem com Shia LaBeouf.

A entrevista de Lars von Trier ao jornal Politiken foi a primeira desde maio de 2011, quando ele se viu envolvido em uma grande polêmica durante a exibição de Melancolia em Cannes, ao dizer que "compreendia Hitler como pessoa". A declaração gerou grande polêmica e ele foi declarado como 'persona non grata' pelo evento.

"A fascinação que tenho por Hitler é a mesma que tenho por Hannibal Lecter [protagonista da franquia O Silêncio dos Inocentes]. Tentar entender como funciona cabeça deles", disse. Apesar das declarações, o diretor afirmou que está trabalhando em um novo projeto: uma série de televisão com o título The House that Jack Built.