Mesmo com uma banda competente e hits radiofônicos, show foi recebido de maneira morna, a maior parte do tempo
O show de Lenny Kravitz até animou no final mas, mesmo com uma banda competente, o cantor encarou um público que parecia estar ali, em sua maioria, aguardando a apresentação de Shakira. O músico tem um punhado de hits que foram número um nas rádios brasileiras e carisma o suficiente para conquistar uma bela base de fãs no país. Porém, imprensado entre duas cantoras pop e subindo ao palco logo após o axé incendiário de Ivete Sangalo, ele pareceu estar deslocado no line-up.
A execução de hits como “American Woman”, “It Ain’t Over Till It’s Over”, “Fly Away” e “Where Are We Running” foi recebida com festa, invariavelmente. Contudo, poucos cantaram e dançaram – alias, ao contrário, o show que começou cheio foi se esvaziando ao longo da 1h20 que Kravitz esteve no palco.
Vale destacar, porém, que rock funkeado, cheio de soul – ou seja, bastante dançante dele – contou com a competência de uma banda bem afinada. Talvez grupo e cantor estivessem mesmo apenas em uma posição desprivilegiada do line-up.
A animação só foi digna de um rockstar cheio de caras e bocas, como ele, no final, na hora do bis. Foi quando foi tocada uma versão longa de “Let Love Rule”. Lenny desceu do palco e foi interagir com a plateia, atitude que é garantia, em qualquer show, de um “levanta audiência”. A canção durou entre cinco e dez minutos e, na maior parte desse tempo, Lenny esteve no corredor que há em frente ao palco e que separa o público da esquerda e da direita. Deu atenção aos fãs, pegou a bandeira brasileira, enfim, fez tudo aquilo que um artista internacional costuma fazer para ganhar o público.