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Liberation Festival: King Diamond tocará o clássico álbum Abigail no evento

Cantor dinamarquês, uma verdadeira lenda do metal, diz que “o disco vai ganhar vida de uma forma incrível, vai ser como um filme”

Paulo Cavalcanti Publicado em 23/06/2017, às 20h49 - Atualizado às 21h03

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King Diamond - Divulgação
King Diamond - Divulgação

Neste domingo, 25, São Paulo irá sediar o Liberation Festival, acontecerá no Espaço das Américas. O line-up terá grandes bandas, como Carcass, Lamb of God e Heaven Shall Burn, mas a grande atração será o dinamarquês King Diamond. Já faz mais de 20 anos que o ex-vocalista do Mercyful Fate não se apresenta no Brasil – na verdade, ele só esteve aqui em 1996, para o Festival Monsters of Rock.

Quando aplica no rosto uma maquiagem branca, com uma cruz pintada por cima, e ostenta uma cartola, Kim Bendix Petersen, de 61 anos, completados no último dia 14, vira o poderoso e assustador King Diamond. Trajando negro, com seu microfone que imita um fêmur e com um impressionante registro vocal, ele influenciou toda uma geração de artistas de heavy metal, especialmente expoentes do thrash metal – o Metallica até hoje idolatra o vocalista. Sempre que possível, o baterista Lars Ulrich, também dinamarquês, faz questão de visitar o apartamento de Diamond, e o vocalista até já participou de alguns shows do quarteto.

Além da incrível extensão vocal, King Diamond também é conhecido por seus mergulhos nos meandros do satanismo e do ocultismo, que ele vê como “um estilo de vida”. Na apresentação, ele vai tocar na íntegra Abigail, clássico álbum conceitual que lançou em 1987. O trabalho, que contém faixas como "The Family Ghost", “Omens” e “The 7th Day of July 1777", fala sobre morte, horror, ressurreição, vida eterna, vingança e outros temas pertinentes à filosofia de Diamond. Mas o show também terá momentos dedicados a partes variadas da carreira solo dele, além de uma ou outra faixa do Mercyful Fate.

Quem vê a incrível e assustadora atuação de Diamond no palco nem imagina que ele é amigável, falante e até mesmo bem-humorado. O artista mora nos Estados Unidos há um bom tempo e a essa altura o sotaque escandinavo já foi bastante abrandado. Em um conversa por telefone, ele se mostra excitado em apresentar o show de Abigail ao vivo e reforça que será uma experiência inesquecível. “O disco vai ganhar vida de uma forma incrível, vai ser como um filme”, ele exclama. “Quando decidimos fazer isso tivemos muitas ideias. Não vai faltar nada nesta apresentação no Brasil – teremos trocas de cenário, iluminação especial e muito mais. Eu e meus músicos nos preparamos muito para que tudo soasse da melhor maneira possível”.

Para o músico, Abigail é o primeiro álbum totalmente de horror da história do rock. “Claro, nomes que me influenciaram e que eu respeito muito, como Black Sabbath e Alice Cooper, já tinham usado elementos de horror em seus trabalhos clássicos, como Black Sabbath e Welcome to My Nightmare, respectivamente. Muitos outros fizeram álbuns conceituais, mas eu uso elementos de horror moderno do começo ao fim do álbum”. Diamond diz que sua criação se mostrou muito influente e, para ele, causa um forte impacto até hoje. “Lembro até hoje quando comecei a escrever o disco, depois que fui acordado em uma tempestade no meio da madrugada na Dinamarca. Levantei e tive que colocar tudo aquilo no papel”, recorda.

Hoje, King Diamond também se considera um sobrevivente. Em novembro de 2010, a morte, algo que sempre se mostrou presente em suas canções, passou bem perto dele. O cantor teve um ataque cardíaco e foi levado às pressas para o hospital. As artérias dele estavam bloqueadas após toda uma vida como fumante. Ele foi operado com sucesso e em dezembro daquele ano já estava em casa, onde ficou quase um ano se recuperando. Hoje, Diamond reflete: “Foi uma segunda chance. Quantas pessoas têm isto? Eu tive que me transformar em uma outra pessoa”, fala. “Minha dieta mudou totalmente. Eu e minha esposa, Livia, nos tornamos experts em coisas saudáveis. Cigarro, nunca mais. Nem pensar. Comecei a correr e caminhar. Mas tudo isso trouxe muitos benefícios para a minha vida e para minha atuação no palco. Minha voz está mais alta e mais limpa.”

Além de reviver Abigail de forma épica, a lenda do metal está empenhada em outros projetos, que virão em breve, segundo ele conta. Um deles é um DVD ao vivo contendo material retirado das turnês de Abigail. “Vai ser uma mistura de uma apresentação em um teatro nos Estados Unidos com canções apresentadas em festivais ao ar livre na Suécia, Espanha e Alemanha.” Um disco novo também está a caminho. “Tenho um estúdio em casa, com os equipamentos analógicos com os quais sempre sonhei. Estou cantando melhor do que nunca e as ideias continuam. A melhor parte é que posso acordar no meio da noite e gravar um vocal sem que ninguém me incomode”, brinca.

Artista da banda de King Diamond fará exposição de arte gratuita na Central Panelaço

O show do King Diamond tem um forte aspecto teatral. Um destaque é a presença da artista norte-americana Jodi Cachia, que interpreta a personagem Grandma. Aproveitando a passagem pelo Brasil, Jodi fará uma exposição gratuita de sua arte na sede da Central Panelaço (Rua Conselheiro Carrão, 451 – Bixiga, São Paulo). Welcome Grandma – Exposição da Mulher por Trás da Máscara - A Arte de Jodi Cachia ficará em cartaz entre os dias 24 de junho e 1º de julho. Além de ser a Grandma nos shows do vocalista dinamarquês, Jodi, que é designer e já participou de diversas feiras de arte pelos Estados Unidos, realiza outras performances no decorrer da apresentação.