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Lollapalooza 2014: Johnny Marr toca com ex-baixista do Smiths em show memorável

Andy Rourke subiu ao palco para tocar “How Soon Is Now”, hit da ex-banda deles

Lucas Brêda Publicado em 06/04/2014, às 17h10 - Atualizado em 07/04/2014, às 13h22

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Johnny Marr no Lollapalooza 2014 - MRossi/Divulgação
Johnny Marr no Lollapalooza 2014 - MRossi/Divulgação

Menos de um mês depois de ter quebrado a mão, o ex-guitarrista do Smiths Johnny Marr fez um show baseado em músicas do seu mais recente disco em carreira solo, e deu um presente aos fãs da antiga banda: chegou o mais próximo da formação original da banda que o Brasil já viu. Andy Rourke, ex-baixista dos Smiths, subiu ao palco para tocar “How Soon Is Now”, e o setlist ainda teve outras três músicas do grupo – “There Is A Light That Never Goes Out”, “Stop Me If You Think You've Heard This One Before” e “Big Mouth Strikes Again”.

Às 14h20, Johnny Marr deu início à apresentação debaixo de sol quente e calor forte no palco Onix. Com uma plateia lotada e um público claramente mais velho que o do dia anterior do festival, o guitarrista mostrou que não só se recuperou da fratura na mão, mas que estava com muita energia para apresentar o set no Brasil. Acompanhado da sua clássica guitarra Jaguar (uma verde e uma branca), ele fez os característicos solos melódicos e agudos, desfilou riffs criativos e bem elaborados e, em certa altura, desafinou a primeira corda da guitarra, acompanhando a música de maneira única.

No disco The Messenger (lançando em 2013, primeiro álbum dele em carreira solo), o músico apresenta melodias que lembram os tempos de Smiths, adicionando uma pegada punk, e criando um britpop de qualidade. Em músicas como “The Right Right Thing” – que abriu o show – e “Generate! Generate!” – esta introduzida como uma música “para quem acha que pensa muito” – são ótimos exemplos, além da já tradicional cover de “I Fought the Law”, do The Clash. Ainda houve espaço para “a dedicada ao New Order” (com apresentação no mesmo dia de festival) “Getting Away With It”, do supergrupo de Johnny Marr com o vocalista e guitarrista do New Order Bernard Sumner.

Entretanto, o show ganhou conotação épica quando o guitarrista tocou as quatro músicas do Smiths. O público assistiu com atenção às novas músicas de Johnny Marr, batendo palmas e interagindo mesmo sem serem solicitados, mas com “Big Mouth Strikes Again” (“Para os velhos amigos... e para os novos também”, disse ele) a plateia já transparecia a intensidade com a qual recebeu as músicas do Smiths. “How Soon Is Now” teve a participação de Andy Rourke, que entrou mudo e saiu calado do palco (“ele é ‘fodão’”, disse Johnny quando o baixista saiu do palco), mas fez com que o público gritasse seu nome, após tocar o baixo – que estava com o som extremamente alto. A música foi a mais celebrada e cantada até então, em uma reunião histórica no Brasil (eles já tocaram a canção juntos em shows esporádicos no exterior).

“Take me out tonight/ Where there's music and there's people/ Who are young and alive” (“Saia comigo esta noite/ Onde haja música e pessoas/ Que sejam jovens e animadas”), os versos do hit máximo do Smiths “There Is A Light That Never Goes Out” ecoaram pelas vozes do público no palco Onix, exalando os sentimentos de praticamente todas as pessoas que vieram ao segundo dia de Lollapalooza. Um momento de catarse, que emocionou o guitarrista e a plateia, levando muitas pessoas às lágrimas. Se em termos vocais Johnny Marr não deve nada ao ex-companheiro Morrissey, em questão de letras, a sombra do ex-vocalista do Smiths ainda é muito forte. Quem suou debaixo do sol para assistir ao show, entretanto, saiu satisfeito por completo, após uma apresentação de um guitarrista criativo e virtuoso e um presente memorável direto do fim dos anos 1980: Andy Rourke e performances intensas do Smiths.