Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Lollapalooza 2015: Kasabian mescla guitarras roqueiras e música eletrônica em show heterogêneo

Banda inglesa tocou na tarde deste sábado, 28, no palco Onix do festival

Lucas Brêda Publicado em 28/03/2015, às 20h11 - Atualizado às 22h32

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Kasabian no Lollapalooza - Divulgação/I Hate Flash
Kasabian no Lollapalooza - Divulgação/I Hate Flash

O rock com sotaque britânico e inserções eletrônicas do Kasabian tomou o palco Onix da edição 2015 do Lollapalooza Brasil, que acontece no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Ainda que o mais recente álbum da banda, 48:13 não seja unanimidade entre os fãs, o público preencheu praticamente todos os espaços do ambiente dedicado ao show.

Lollapalooza 2015: DJ Snake leva os fãs ao delírio com o hit “Turn Down for What”.

Marcado para às 17h, a apresentação sucedeu a do Alt-J no line-up do festival – e concorreu com St. Vincent, que tocou no palco Axe –, e fez diversas pessoas correrem apressadas para pegar os primeiros acordes dos britânicos no Brasil. Depois da introdução melódica “(shiva)”, o grupo deu sequência ao setlist padrão, com o balanço da atrevida “bumblebeee”.

Veja mais detalhes sobre o novo disco do Kasabian.

“I'm in ecstasy”, cantou Tom Meighan, em uma das faixas de 48:13 mais bem recebidas. A recepção calorosa dos brasileiros só aumentou a intensidade do show, que seguiu com quatro singles antigos, “Shoot The Runner” (de Empire, segundo disco da banda), “Underdog” (de West Ryder Pauper Lunatic Asylum), “Days Are Forgotten” (de Velociraptor!), com um potente refrão, e “I.D.” (Kasabian).

“O indie rock está morto”, diz Tom Meighan, vocalista do Kasabian.

Até então, o clima de celebração seguia predominante, com integrantes empenhados em seus instrumentos e o público em simbiose. Quando puxou a nova “eez-eh”, o Kasabian deu início a uma grande “balada” a céu aberto, com batidas eletrônicas e dançantes. A canção causou um certo e choque e dividiu a plateia: enquanto alguns que apenas balançavam a cabeça passam a dançar, outros torcem o nariz para a ousadia da faixa.

O Kasabian constrói seu setlist de forma esperta. Sempre que há uma música nova (ou com arranjo que foge ao estereótipo do grupo), eles emendam uma das queridinhas do público – não deixando cair o ritmo do show. Assim foi com “Club Foot”, logo depois de “eez-eh”; e “Treat” – outra faixa com arrastada, com forte influência eletrônica e ares de Primal Scream e house music –, sucedida por “Empire”.

Em momentos como “stevie” – que traz uma história trágica sobre uma criança criada sob muito autoritarismo – e “eez-eh” – com o verso quase tolo “Now we’re being watched by Google” –, as letras pretensiosas e deslocadas se escondem no meio da atmosfera do palco, fazendo com as faixas de 48:13 soem mais interessantes no show do que no disco.

“Vocês vão amar essa aqui”, anunciou Meighan, antes de explodir a plateia com “Fire”. O guitarrista Sergio Pizzorno também convidou – e foi atendido – o público para pular em “Vlad the Impaler”. O final, como de costume, uniu a única balada do show, “Praise You”, do Fatboy Slim, e “L.S.F. (Lost Souls Forever)”, chegando ao fim 15 minutos antes do programado.

Querido pelo público brasileiro, o Kasabian tocou praticamente com a plateia na mão, e soube construir um setlist que sustentou a apresentação mesmo com canções menos convencionais.