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Lollapalooza 2016: Albert Hammond Jr. traz ao Brasil seu disco solo mais bem sucedido

“Encontrei-me como vocalista”, diz o integrante do Strokes, que explora diferentes facetas da personalidade no álbum Momentary Masters

Lucas Brêda Publicado em 11/03/2016, às 12h24 - Atualizado às 12h58

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O guitarrista Albert Hammond Jr. (Strokes) durante show solo no Islington Assembly Hall, em Londres, em novembro de 2015 - Rex Features/AP
O guitarrista Albert Hammond Jr. (Strokes) durante show solo no Islington Assembly Hall, em Londres, em novembro de 2015 - Rex Features/AP

Albert Hammond Jr. aparece entre luzes e sombras na capa de Momentary Masters (2015), mais recente álbum solo dele. “Todo mundo existe com uma sombra”, diz o guitarrista do Strokes, que toca no segundo dia de Lollapalooza Brasil 2016, o próximo domingo, 13. “Todo mundo tem um lado que não mostra a ninguém.”

Este lado pouco conhecido de Hammond Jr. é o maior atrativo do mais recente disco dele, cujas dez faixas levam as guitarras agudas das músicas do Strokes para um caminho mais reflexivo, ora melancólico, ora misterioso. “Não sei se é bem outro lado meu”, explica. “Acho que [o álbum] é mais sobre descobrir que há dois lados – e sobre como você lida com eles.”

Segundo o guitarrista, a abordagem mais introspectiva pouco aparece no trabalho do Strokes por ele ser “apenas um quinto da banda”. “Não sou o compositor principal, então... Eu duvido que isso transpareça”, confessa. “Mas esse é o ponto principal: o fato de que você sentiu algo daquilo que é verdadeiro. Você está criando coisas e ideias, e não interessa se é realmente isso, mas que as pessoas sintam algo [a partir da música], seja lá o que for.”

O disco vai da suja e firme “Caught By My Shadow” à singela “Losing Touch” e ainda abre espaço para uma cover recheada de personalidade e vocais graves, “Don't Think Twice” (abaixo), lançada originalmente por Bob Dylan como “Don't Think Twice, It's All Right”.

Momentary Masters foi o primeiro trabalho solo do guitarrista em cinco anos e também o primeiro desde que ele largou o consumo excessivo de drogas como cocaína e heroína. E apesar de o Strokes ter voltado aos palcos em 2015, Hammond Jr. trata a carreira solo como principal frente – “me encontrei como vocalista”, diz –, tendo feito uma extensa turnê no hemisfério norte, recentemente.

Ele, inclusive, não se sente confortável comentando sobre o atual estágio da “reunião” do Strokes. O guitarrista negou que o grupo norte-americano esteja gravando um novo disco , após uma foto do grupo em estúdio, no México, ser divulgada e gerar especulações.

“Fisicamente, estou na minha cama agora. Então eu diria que não, não estamos fazendo um disco”, brincou na entrevista por telefone à Rolling Stone Brasil, em uma tarde de janeiro deste ano. “O lance é: quanto mais me perguntam, menos eu me importo com isso. Isto chega a ser engraçado.”

O guitarrista acrescentou: “Eu sou um quinto da banda, então, claro, eles podem ir à Austrália compor algumas músicas – ou só ver o que acontece. Isso é fazer um disco? Eu não sei. Ficaria mais animado em falar que estamos fazendo um disco quando nós estivermos em estúdio fazendo um disco.”

Hammond Jr. explicou a foto publicada por Victoria Morales-Kühne (presidente da Victoria Records, foto abaixo), em dezembro do ano passado, em que ela parece em estúdio com quatro dos cinco integrantes do Strokes: Julian Casablancas, Nick Valensi, Nikolai Fraiture e o brasileiro Fabrizio Moretti.

When one of your favorite bands in the world contacts you months in advance to rent your studio B to record drums and studio A to rehearse and you're just grateful. WHAT IS LIFE RIGHT NOW?!! @TheStrokes at @VictoriaRecords ???? #FabrizioMoretti #JulianCasablancas #TheStrokes

Uma foto publicada por Victoria Morales-Kühne (@victoriamoraleskuhne) em

“Ah! Lá é onde nós ensaiamos”, comentou o guitarrista, único ausente na imagem divulgada, dando risadas. “Nada aconteceu no México exceto o fato de que a dona do estúdio colocou no Instagram uma foto e escreveu algo na legenda. Ela fez aquilo porque é dona do estúdio e quer fazer propaganda. Mas não gravamos nada. Ensaiamos por seis horas e fizemos o show no dia seguinte.”

“Todo mundo pergunta se estamos fazendo um disco – e eu entendo a animação –, mas parece que, cada vez que eu digo algo, outra pessoa vê aquilo e acha que eu estou chateado, ou irritado”, acrescentou Hammond Jr. “E não estou. Estou tentando não superestimar algo que nem está acontecendo.”

Entretanto, antes de cortar de vez o assunto, o guitarrista do Strokes comentou que o quinteto está “no processo”. Ele explicou: “Acho que isso está bem óbvio. Estamos fazendo shows e estamos no processo de fazer ‘algo novo’ juntos. Quando vai ser ou como ser? Não há resposta para isso. Digo isso em toda entrevista e ninguém acredita em mim.”

Enquanto o trabalho com o Strokes continua confuso e incerto, Hammond Jr. segue desfrutando o melhor período da carreira solo: estes são o álbum mais bem sucedido e a maior turnê dele fora da banda principal. “Fiz mais 60 shows em 90 dias. Sinto que a animação com o disco e a maneira como me sinto ficam meio claros com isso”, exalta. “Você não faz isso se não estiver muito animado.”

O guitarrista do Strokes também não se segura para dizer que passa pelo “melhor momento” da vida no âmbito pessoal. “Sinto que posso viver plenamente, com todas as minhas partes”, assume. “Não sei, quando você usa drogas, você está sendo influenciado – aquilo não parece real. Agora posso ser a melhor versão de mim mesmo mais frequentemente.”

Albert Hammond Jr. toca no palco Axe, às 16h do próximo domingo, 13, no quinto Lollapalooza Brasil..