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Lollapalooza 2018: Pearl Jam resgata raridades e toca Jane’s Addiction com Perry Farrell no encerramento do segundo dia

Banda fez apresentação de quase 2h30 e teve Eddie Vedder servindo vinho e cantando no meio do público

Lucas Brêda Publicado em 25/03/2018, às 00h18 - Atualizado em 02/04/2018, às 18h05

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Eddie Vedder, do Pearl Jam, no Lollapalooza 2018 - Andréia Takaishi
Eddie Vedder, do Pearl Jam, no Lollapalooza 2018 - Andréia Takaishi

Depois de cinco anos, o Pearl Jam voltou a ser headliner do Lollapalooza no Brasil. Sem muitas novidades em termos de lançamentos, a banda escavou a própria discografia para renovar o setlist e contou com um Eddie Vedder particularmente animado na noite deste sábado, 24.

Na tentativa de não seguir fórmulas óbvias de entretenimento, o Pearl Jam praticamente inventou uma maneira própria de como deve funcionar ao vivo. Não tem setlist pré-definido, não ordena as canções cronologicamente (as antigas e as recentes se confundem naturalmente) e Vedder está sempre bebendo vinho e falando um português desengonçado, colando do papel que tem em mãos. Apesar de elas variarem, a banda normalmente toca uma ou outra cover e há uma chuva de homenagens – quase todo momento é dedicado a alguém. Tem mais: dependendo do clima, o guitarrista Mike McCready deve ficar sem camisa em algum momento, e a faixa derradeira costuma ser “Yellow Ledbetter”.

Tudo isso fez parte do encerramento do segundo dia de Lollapalooza Brasil 2018. A maior novidade foi a performance do recém-lançado single, “Can't Deny Me”, antecedida por um discurso de Vedder sobre o desarmamento. “Quantas armas estão por aí? Quantas estão seguras? O quão seguros estamos nas ruas?”, disse o vocalista, antes de completar: “É uma vida muito bonita, as pessoas são muito bonitas”.

Teve também um feliz aniversário a Perry Farrell, criador do Lollapalooza, com o músico convidado ao palco para cantar “Mountain Song”, do Jane’s Addiction, e uma cover de Talking Heads (“Pulled Up”) dedicada a David Byrne, que integrou o line-up do Lolla no mesmo dia. As outras covers foram “Comfortably Numb”, do Pink Floyd, e “Baba O’Riley”, do The Who.

O principal presente para os fãs veio na forma das raridades – e não foram poucas. Logo a primeira música do show foi “Wash”, tocada pela primeira vez em quase dois anos e recebida até com certo estranhamento. Depois, o Pearl Jam resgatou “Breath”, “Down”, “Hold On” e “Smile”, tornando aquele setlist uma raridade como um todo. As clássicas obrigatórias (“Black”, “Alive”, “Even Flow”, “Jeremy” e “Why Go” só do primeiro disco, o clássico Ten, de 1991) estiveram lá, assim como “Mind Your Manners” e “Sirens”, os singles do mais recente álbum do grupo, o pouquíssimo celebrado Lightning Bolt (2013).

Conforme mencionado anteriormente, Vedder estava extasiado. Entre goles de vinho, ele se arriscou várias vezes em um português de pronúncia esforçada e em certo momento arrancou sorrisos ao dizer que “amava” o público paulistano. O vocalista lembrou que o show estava sendo transmitido pela TV. “Vocês estão na televisão, então vamos todos acenar para as nossas famílias. Estamos adorando!”, brincou, derretendo os presentes. Mais para o fim da noite, ele chegou a descer para servir vinho no copo de algumas pessoas e foi cantar braços do povo.

O show que o Pearl Jam mostrou no Lollapalooza 2018 não chega a ser novidade em termos de formato, mas a ocasião gerou duas covers surpreendentes e teve um Eddie Vedder especialmente feliz em cima do palco. O setlist de raridades, ao mesmo tempo em que tornou a apresentação um pouco mais única, jogou luz no fato de que o Pearl Jam precisa olhar para o passado para conseguir soar renovado.

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