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Lollapalooza 2019: Entre gritos contra Bolsonaro, Liniker e os Caramelows cantam e choram o afeto

“É por isso que estamos aqui”, diz Liniker Barros, ao ouvir gritos contra o presidente da República

Pedro Antunes Publicado em 06/04/2019, às 14h54

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Liniker no Lollapalooza Brasil 2019 (Foto: MRossi)
Liniker no Lollapalooza Brasil 2019 (Foto: MRossi)

Se o primeiro dia de Lollapalooza 2019 mostrou algo escancaradamente é que essa será uma edição política. Liniker e os Caramelows decidiram fazer do afeto sua manifestação.

Antes de “Zero”, música hit de 2015, que levou o grupo de Araraquara ao posto de destaque do cenário nacional, o público se manifestou novamente contra Jair Bolsonaro, presidente do país. “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*”, dizia a plateia, em uníssono. “É por isso que estamos aqui”, responde Liniker Barros. “Por ver, na plateia, mais gente como eu.”

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Durante a faixa, ela compartilha os vocais com o público. “Deixa eu bagunçar você” é o grito máximo pelo afeto nos tempos de caos. Entre tantas bagunças contemporâneas, gritar o amor é o ato mais político que há.

Liniker chora ao final da música, a última de um show, porque o choro também pode ser uma manifestação política, afinal.

No repertório, eles exploram mais o conceito do afetado, manifestado em canções intimistas do disco Goela Abaixo, o segundo deles, lançado há poucos dias. Com canções de dar passinhos para lá e para cá, curtinhos, com as mãos no coração. São músicas por vezes doces, outras ardidas, como “De Ontem”.

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“Seu porteiro me trata íntima, já não me acha visita / Tenho rubros sinais de sossego que explodem dos dedos / A cada sete que eu aperto de perto”, ela canta, com uma sinceridade poderosa, acompanhada por uma banda cada vez mais consciente da sua estética sonora própria.

“O afeto é o que me mantém viva”, confessa Liniker ao microfone. A todos nós, no caso.