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A louca (óbvio) história do disco abandonado pelo Motley Crue

O que aconteceu com a banda durante o afastamento de Vince Neil?

Redação Publicado em 11/08/2020, às 16h06

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Motley Crue (Foto: Vianney Le Caer / AP
Motley Crue (Foto: Vianney Le Caer / AP

Até mesmo para o Motley Crue, a história de seu segundo álbum abandonado durante o hiato original do vocalista Vince Neil é selvagem, como observou o portal Ultimate Classic Rock.

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Depois que a banda se separou de Neil em 1992, ela recrutou John Corabi como substituto e produziu um disco homônimo em 1994, que, na época, foi amplamente ignorado pelo público.

"Eu estava perdendo meu cabelo, estava uma pilha de nervos, meu estômago dava nós constantemente", disse Corabi, que foi demitido no final das sessões do que deveria ter sido o sétimo álbum do Motley Crue, Personality #9.

"Eles estavam me deixando louco", lembrou o músico em entrevista ao podcast Rock Talk With Mitch Lafon. "Quando me disseram que Vince estava voltando, fiquei arrasado, mas aliviado ao mesmo tempo."

Destemida, a banda planejava "voltar com tudo" depois de uma turnê completamente fracassada. "O plano era retomar nosas raízes com um disco de rock and roll puro e direto", explicou Corabi na autobiografia do Motley Crue, The Dirt - Confessions Of The World's Most Notorious Rock Band (2001). "Começamos a escrever músicas com Bob Rock (que produziu os discos Dr. Feelgood, de 1989, e Motley Crue, de 1994)."

No entanto, a queda livre comercial da banda enfureceu a Elektra Records, que, apens alguns anos antes, havia assinado um dos contratos mais lucrativos da história e, agora, levava os membros da banda para o escritório do CEO da Warner Music, Doug Morris.

"O que devemos fazer é nos livrar do cara que não é uma estrela. Ligue para o antigo. Traga-o de volta. Todo mundo vai adorar isso", disse o baixista Nikki Sixx, retomando as palavras de Morris. Enquanto isso, ele e o baterista Tommy Lee tentavam convencê-lo de que Corabi era o melhor frontman do Motley Crue nos anos 1990.

Sylvia Rhone, recém-nomeada chefe da Elektra, defendeu a banda. "Eles são ótimos assim", ela declarou. No entanto, o novo empresário do Motley Crue, Allen Kovac, ficou bastante desconfiado. E ele estava certo.

De acordo com Sixx (via Ultimate Classic Rock), depois de prometer apoio incondicional à banda, Rhone "tentou espremê-la e desmoralizá-la", enviando dinheiro ocasionalmente. Assim, Sixx e Lee decidiram produzir um álbum caseiro com a ajuda do engenheiro de som Scott Humphrey.

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"Não sei por que, mas Tommy e Nikki pensaram que seriam capazes de produzir o próximo álbum sozinhos, o que eu acredito que tenha sido um erro enorme", disse Corabi a Lafon em 2018.

Na mesma entrevista, ele descreveu o modo como as coisas se tornaram insuportáveis enquanto ele tentava lidar com três ideias distintas: "Eu cantava algo e era tipo 'É, está muito blues.' Bem, notícia: sou um cantor de blues, eles sabiam disso (...) Eu não tinha ideia do que eles estavam falando."

Posteriormente, Sixx admitiu o fardo que colocaram sobre o cantor durante as sessões de Personality #9. "Corabi estava sendo tratado como um criminoso que roubou nossas carreiras", observou. "Todos os dias descontávamos todas as nossas frustrações nele, dizíamos que ele precisava cortar o cabelo ou cantar de um jeito diferente."

O guitarrista Mick Mars foi igualmente marginalizado, com Humphrey supostamente criticando seu jeito de tocar e substituindo-o pelas costas. "Pela primeira vez em nossas vidas, nos voltamos contra Mick e pensamos que ele estava nos segurando, porque ele acreditava que o blues e o rock clássico eram os únicos gêneros que importavam", comentou Sixx.

Mas tudo mudou quando Lee parabenizou Corabi pelos acordes de guitarra que completariam a música "Confessions", que integraria o disco Generation Swine (1997). "Eu me virei e pensei: 'Talvez eu devesse ser apenas um guitarrista. Pelo menos eu sou bom nisso'", concluiu Corabi.

"Mas eu fui para o ensaio um dia e, quando entrei e vi os gerentes e advogados, pensei: 'Ih, isso não vai dar bom'. E foi quando eles me disseram: 'Ei, cara, obrigado pelo esforço e tudo mais, nós amamos você, mas a gravadora simplesmente não suporta essa versão da banda'. Eu apenas respondi: 'Ok, legal', e saí pela porta."

Ainda assim, a banda resgatou algumas faixas de Personality #9, apagando os vocais de Corabi e substituindo-os por novos, cantados por Neil. Isso logo desencadeou outro problema, ou seja, o fato de que Neil odiava o material e não havia perdoado seus companheiros por demiti-lo em primeiro lugar.

"Enquanto ouvia algumas das faixas instrumentais do novo álbum, Generation Swine, não tinha certeza se tinha feito a coisa certa. Foda-se! Eu sabia. Eu tinha feito uma grande merda", escreveu Neil lembrou no livro Tattoos & Tequila. "Todos os velhos sentimentos ressurgiram; minha pele arrepiou-se. Odiei todo mundo. E odiei todas as músicas. As músicas eram uma droga. Ponto final."

“Há muitas coisas naquele álbum que eu teria mudado se estivesse lá desde o início”, disse Neil ao Classic Rock em 2000. De qualquer forma, Generation Swine foi lançado em 24 de junho de 1997, mas, como seu antecessor, morreu antes que pudesse vender um milhão de cópias.

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Por outro lado, a turnê de reunião da banda em apoio ao LP parecia um bom negócio. "O álbum inteiro foi uma merda", declarou Neil. "As vendas foram totalmente pela lealdade do nosso público."


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